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Projetos e programas


A Agricultura de Precisão (AP) é um sistema de gerenciamento agrícola que cresce no País na medida que as informações sobre conceitos, técnicas e vantagens chegam ao produtor rural.

As ferramentas de AP buscam acompanhar o processo de maneira precisa, coletando e analisando as informações através de tecnologias que facilitam a tomada de decisão pelos produtores e trabalhadores rurais, proporcionando maior controle sobre todo o processo produtivo e contribuindo para uma produção eficiente, lucrativa e sustentável.

A AP começou com as tecnologias das máquinas dotadas de receptores GPS e geração de mapas de produtividade. Avançou e hoje vai além dos equipamentos e das culturas de milho e soja. Pode ser usada em todas as cadeias produtivas do setor agropecuário. Com medidas de gestão adaptadas à realidade de cada produtor, oferece ferramentas para otimização do uso de insumos e inovação permanente no campo.

Esse enfoque apresenta grandes desafios às tecnologias e aos conhecimentos disponíveis sobre sistemas de produção, que eram uniformes, com técnicas de manejo que não consideravam a grande variabilidade da produção e da qualidade hoje detectadas.

O Brasil é hoje um gigante no cenário agrícola mundial. A cada ano a agricultura brasileira vem batendo recordes de produção, com grande representatividade na balança comercial e exportação de produtos agrícolas. Todo esse avanço é graças ao esforço e dedicação diária dos produtores e trabalhadores rurais e aos avanços tecnológicos que estão sendo disponibilizados nas atividades agropecuárias.

Mas a AP precisa crescer muito para acompanhar o ritmo de produção. Muitos produtores ainda associam AP a um pacote de mágico que chega ao campo via satélite, com soluções para os problemas da agricultura e que demandam grandes investimentos, isso é apenas um mito. Além disso, o uso correto dessa ferramenta é um dos gargalos encontrados para maior disseminação das tecnologias de precisão, necessitando de mão de obra cada vez mais especializada para que possa tirar proveito de todos os benefícios que essas tecnologias proporcionam.

Foi para ajudar os produtores e trabalhadores rurais a entender melhor o que é AP e desmistificar a ideia de que essa só se faz com máquinas que o Senar tem trabalhado nos últimos anos com capacitações em AP nas modalidades presencial e a distância.

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O Programa do SENAR

O Senar criou o Programa Agricultura de Precisão com o objetivo de levar conhecimentos sobre as ferramentas utilizadas na AP para os produtores e trabalhadores rurais e ajudá-los a entender melhor os conceitos dessa ferramenta e suas tecnologias e coloca-las em prática nas atividades diárias da propriedade rural, proporcionando maior controle sobre os processos produtivos, desde o preparo do solo até a colheita, possibilitando um aumento de produtividade e renda e maior preservação do meio ambiente.

A partir de 2011, iniciou a capacitação de instrutores, em treinamentos de 80 horas e firmou parcerias com a Embrapa, universidades e empresas que fabricam máquinas de AP. Ademais, para que os instrutores do Programa fiquem sempre atualizados nas tecnologias mais recentes e disponíveis no mercado, anualmente são programados novos treinamentos para os instrutores das Administrações Regionais, que são realizados pelas parceiras do Senar.

Várias Administrações Regionais do Senar já desenvolvem cursos de AP para produtores e trabalhadores rurais. A meta é chegar a todo o Brasil.

Atualmente, os cursos presenciais do Programa Agricultura de Precisão estão divididos em seis módulos com total de 120 horas, estruturados para levar conhecimentos aos produtos e trabalhadores rurais nas tecnologias de precisão mais utilizadas no campo. Os módulos que compõem o Programa são independentes, ou seja, não há requisito de finalização de um módulo para dar início ao módulo seguinte. Dessa forma, as Administrações Regionais do Senar podem optar por oferecer todos os módulos ou apenas o(s) que for(em) mais demandado(s) em seu estado

Os módulos do Programa Agricultura de Precisão são distribuídos da seguinte forma:

Módulo 1 - Agricultura de Precisão para todos – 08h

Módulo 2 - Semeadora a Taxa Variável – 24h

Módulo 3 - Operação de Distribuição a Taxa Variável – 24h

Módulo 4 - Pulverizador Autopropelido – 24h

Módulo 5 - Monitor de Colheita – 16h

Módulo 6 - Drones como Tecnologia de Precisão – 24h

O Programa disponibiliza, também, seis cartilhas para serem utilizadas como material complementar. As cartilhas são utilizadas como material de apoio durante as capacitações presenciais. Além disso, elas estão disponíveis para download na Estante Virtual da Coleção Senar de Cartilhas ou pelo aplicativo (app) Estante Virtual da Coleção Senar disponível para download gratuito no Google Play e na App Store.

Fonte: Estante Virtual de Cartilhas do Senar


Para aumentar a disseminação das tecnologias de precisão utilizadas no campo e disponibilizar conhecimentos para um maior número de produtores e trabalhadores rurais, o Programa passou a contar, a partir 2016, com os cursos na modalidade de educação a distância disponíveis no Portal de Educação a Distância do Senar.

São ofertados sete cursos nos seguintes temas:

Introdução à Agricultura de Precisão – 18h

Sistemas de Orientação por Satélite – 17h

Agricultura de Precisão na Semeadura – 17h

Agricultura de Precisão na Distribuição de Corretivos e Fertilizantes – 17h

Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas – 17h

Agricultura de Precisão na Colheita de Grãos – 17h

Agricultura de Precisão em Diferentes Culturas – 17h

Todos os cursos ofertados são gratuitos e com certificado. Para maiores informações, acesso o site http://ead.senar.org.br/


Assista ao Vídeo: Agricultura de Precisão - Capacitação Tecnológica
*Um pouco da história da agricultura de precisão

Os primeiros relatos acadêmicos de técnicas que trabalhavam com a variabilidade espacial dos atributos do solo datam da década de 1920. No Brasil, a Agricultura de Precisão foi introduzida em meados da década de 1990, porém os avanços significativos só aconteceram a partir de maio de 2000, quando o Sistema de Posicionamento Global (GPS, acrônimo do inglês Global Position System), que é de propriedade do Departamento de Defesa dos Estados Unidos para uso militar, eliminou um erro proposital no sinal, diminuindo as incertezas no posicionamento de aproximadamente 45 metros para 6,3 metros.

No meio acadêmico, a ESALQ/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – Universidade de São Paulo) esteve entre as pioneiras, organizando em 1996 o primeiro Simpósio sobre Agricultura de Precisão.

No início dos anos 2000, no RS surgiu o Projeto Aquarius, desenvolvido pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) em parceria com empresas privadas. Neste mesmo período, outras instituições de pesquisa como a UFV (Universidade Federal de Viçosa) também tiveram iniciativas pioneiras em outras regiões.

Os produtores pioneiros tiveram contato muito próximo com as instituições de pesquisa, muitos deles oferecendo suas propriedades como áreas de teste.

A nova fase da AP avançou para além dos equipamentos e das culturas de milho e soja, aplicando-se a todos os sistemas de produção que apresentem variabilidade. Assim, as demandas atuais para a AP têm se voltado para a gestão da variabilidade espaço-temporal, ao entender que ao tratar com respeito os diferentes atributos inclusive espaciais da lavoura aumenta o retorno econômico e minimiza os danos ao meio ambiente. Esse enfoque apresenta grandes desafios às tecnologias e aos conhecimentos disponíveis sobre sistemas de produção anteriormente considerados uniformes, pois as técnicas de manejo até então não consideravam a grande variabilidade da produção e da qualidade hoje detectadas.

A Embrapa também contribui com o desenvolvimento da Agricultura de Precisão no país organizando uma Rede de Pesquisa com mais de 200 pesquisadores e 19 Unidades de Pesquisa e diversos colaboradores de universidades, institutos de pesquisa e empresas. A Rede Agricultura de Precisão tem 15 áreas experimentais distribuídas no Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul do país, cobrindo culturas anuais (milho, soja, trigo, arroz irrigado e algodão), culturas perenes (eucalipto, uva, pastagem, cana-de-açúcar, laranja, maçã e pêssego), além de experimentos na área da zootecnia de precisão.

*Fonte: Cartilha Agricultura de Precisão para todos, do Senar