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Goiás

Uma dose de oportunidades
Caso cachaca1

16 de abril 2019

Por: Revana Oliveira

“Nós já vendemos para Brasília, Goiânia e além das regiões vizinhas, mas nosso objetivo é vender para o mundo”, planeja Daniel Silva que fez o curso de Produção Artesanal de Cachaça do Senar Goiás

Vale do Uru foi o nome escolhido para identidade da cachaça. A inspiração para o rótulo foi o Rio Uru, que margeia a cidade de Uruana, a 157 km de Goiânia. A homenagem para a região é pretensiosa, porque a intenção do agrônomo Daniel Silva e também fabricante de cachaça, é que ela ganhe o mundo.

“No final do ano passado nós fomos convidados a levar a bebida na Confraria Brasileira da Cachaça, em Brasília. Os confrades se reuniram para conhecer nossa cachaça. Eu fiz apresentação da Vale do Uru branca e da armazenada por um ano em tonel de carvalho. Um renomado especialista que estava presente, que já provou cachaça do mundo todo, disse que minha cachaça branca é superior e a envelhecida em carvalho é para ganhar prêmio”, Daniel conta orgulhoso.

As primeiras doses fizeram sucesso em 2016, quando o agrônomo, que já participou de vários cursos do Senar Goiás, resolveu fazer mais um: o de Produção Artesanal de Cachaça. O convite da mobilizadora do Sindicato Rural de Itapuranga, na época, Laiana Borges, veio para ele de início como uma oportunidade de ter um hobbie. Mas não foi só esse o resultado. Depois de 48 horas aprendendo sobre o processo de fabricação, os alunos dividiram o que foi feito e levaram para casa. “Todos que provaram gostaram. Eu tenho um escritório de consultoria em Uruana e como eu lido com o pessoal do campo e a maioria gosta de cachaça, eu decidi dar amostras para meus clientes. Queria saber a avaliação deles. Todos perguntavam onde poderiam comprar mais? Aí eu descobri uma oportunidade de negócio”, relembra.

Daniel procurou novamente o instrutor do Senar, Antônio César Vieira de Souza, só que dessa vez queria ajuda para comprar um alambique e montar uma fábrica. O sogro do Daniel, José Antônio Ribeiro e o cunhado Marcelo Ribeiro apoiaram a ideia e decidiram ser sócios. A sorte já ajudou de cara. “Nós queríamos um alambique com capacidade para 400 litros de cachaça, mas fomos orientados pelo instrutor a comprar um maior. Encontramos uma pessoa vendendo um de 1200 litros pelo preço de 800 litros”, comemora. A primeira produção, em 2017, com cana ainda comprada foi de 4.500 litros de cachaça artesanal. Tudo foi vendido. Em 2018 foram 57 mil litros produzidos. 12 vezes mais. O sucesso foi tanto que a meta para 2019 são 90 mil litros.

Na fazenda Sucuri, no município de Uruana, Daniel e o sogro estão terminando de ampliar a estrutura de produção e envasamento da cachaça artesanal. “Nós já vendemos para Brasília, Goiânia e além das regiões vizinhas, mas nosso objetivo é vender para o mundo. E o Senar Goiás teve um papel decisivo para ajudar o que era para ser só mais um curso, numa excelente oportunidade de negócio”, finaliza Daniel.

Cachaça no Brasil

Dados de 2019, do Centro Brasileiro de Referência da Cachaça (CBRC), apontam que proporcionalmente cada brasileiro consome 11,5 litros da bebida por ano por habitante. Ela movimenta 7,5 bilhões de reais em sua cadeia produtiva. É única bebida, na atualidade, capaz de ter um boom no mercado internacional. São 30 mil produtores no Brasil que geram 600 mil empregos diretos e indiretos.

Curso de Produção Artesanal de Cachaça do Senar Goiás

O curso oferecido pelo SENAR Goiás tem 48 horas de duração e o aluno aprende o histórico da fabricação de cachaça, planejamento para a produção, técnicas do corte da cana, preparação do caldo de cana, partes essenciais do alambique, destilação e bidestilação, manutenção do engenho, padronização da cachaça e higienização e embalo das garrafas para envasamento da cachaça. Para saber mais acesse: http://sistemafaeg.com.br/senar , procure o Senar Goiás em Goiânia ou o sindicato Rural da região.

Fotos: Fredox Carvalho

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