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Solução para trigo do Rio Grande do Sul é integrar cadeia
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8 de maio 2017
Por CNA

Por: Agrolink

Na visão do Consultoria Trigo & Farinhas, uma medida fundamental para melhorar os preços obtidos pelo trigo no Rio Grande do Sul é segregar no plantio, evitando custos desnecessários em armazenagem e dando aos moinhos uma qualidade mais confiável. O passo fundamental, porém, é integrar a cadeia tritícola, alinhando a empresa recebedora do trigo, o moinho e o usuário final das farinhas (indústrias de biscoito, massas ou panificação).

A ideia seria inverter a lógica atual, com as indústrias determinando o volume e o tipo de farinha que precisam, para que então o moinho repassasse às empresas (cooperativas e cerealistas) a necessidade de trigo que precisa. Só então é que essas empresas forneceriam aos agricultores as variedades de sementes adequadas.

“Se não houver esta interação o preço do trigo já cai 10% automaticamente, porque aumenta a logística de aquisição da matéria prima”, justifica o analista sênior da T&F, Luiz Carlos Pacheco.

De acordo com ele, o que importa não é o preço do trigo em si, mas o lucro obtido: “Você pode plantar uma semente que rende um preço menor, mas também você vai gastar menos para produzi-la, ou vai ter uma produtividade maior do que a semente de maior qualidade ou as duas coisas juntas, (sabemos que as sementes que produzem trigo pão tem produtividade menor do que as que produzem massas e biscoitos), então a sua lucratividade poderá estar no custo menor e no rendimento e não no preço final”.

“A melhor estrutura para fazer tudo isto é a cooperativa-que-tem-moinho (embora nada impeça que moinhos e cerealistas também usem esta estrutura, própria ou terceirizada). Todos sabemos que a venda pura de cereais é a menos lucrativa, porque não agrega valor. A cooperativa de um lado, tem um departamento agronômico, que fornece as sementes e faz o acompanhamento técnico para o bom plantio e desenvolvimento das plantas e, de outro lado, toda a estrutura de recebimento e moagem e pode fazer contratos com grandes compradores de farinhas específicas ou distribuí-las diretamente às padarias, pizzarias, fábrica de confeitos, etc”, explica.

Pacheco cita o exemplo de uma cooperativa de Santa Catarina, que atua no modelo mencionado e possui seu próprio moinho. Segundo ele, a empresa consegue pagar aos seus associados R$ 35,00/saca mais R$ 2,00 de bonificação para quem entrega o trigo oriundo das sementes que recomendou, totalizando R$ 37,00/saca, cerca de 32,14% a mais do que os R$ 28,00/saca médios pagos no Rio Grande do Sul.