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Safra deve crescer 15,3% em Minas Gerais
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10 de fevereiro 2017
Por CNA

Por: Diário do Comércio

A safra de grãos 2016/17, em Minas Gerais, foi estimada em 13,62 milhões de toneladas, volume que, se alcançado, representará um avanço de 15,3% sobre a safra passada, configurando mais um recorde na produção estadual. De acordo com os dados do 5º Levantamento da Safra de Grãos 2016/17, divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o destaque em Minas será a produção de milho, cujo crescimento foi estimado em 30,5% e uma produção total de 7,72 milhões de toneladas.

A área em produção no Estado está 1,6% superior à utilizada na safra passada, somando 3,35 milhões de hectares. Com as condições climáticas favoráveis, até o momento, a produtividade estimada é de 4 toneladas por hectare, incremento de 13,6% na comparação com o ano passado.

“O clima tem sido bem favorável para o desenvolvimento da safra de grãos e, até o momento, não registramos perdas volumosas na safra. O produtor está feliz e ajudando na recuperação da economia do País”, disse o analista de agronegócios da FAEMG, Caio Coimbra.

O destaque da safra atual será a produção de milho. De acordo com a Conab, a produção do cereal na primeira safra será de 5,6 milhões de toneladas, volume 9,8% superior ao colhido em igual período do ano safra anterior. Após alguns anos em queda, a área destinada ao milho foi ampliada em 6,8% somando 894,3 mil hectares. A produtividade média esperada é de 6,27 toneladas por hectare, avanço de 2,8%.

“Ao contrário dos anos anteriores, quando a área do milho cedia espaço para o plantio da soja, neste ano, os produtores priorizaram o plantio do cereal, já que em 2016 os preços foram remuneradores. Os produtores perceberam que existe demanda pelo milho, principalmente por Minas Gerais ser grande produtor de aves, suínos e bovinos de corte e de leite, setores que têm o cereal como um dos principais insumos”, explicou Coimbra.

Para a segunda safra do cereal, as estimativas preliminares apontam para um aumento de 161,1% no volume, que poderá alcançar 2,1 milhões de toneladas. Caso confirmado, Minas Gerais vai produzir na safra 2016/17 cerca de 7,72 milhões de toneladas de milho, um avanço de 30,5% sobre a safra anterior.

Alta também é esperada na produção de algodão em caroço. A expectativa é colher 73,5 mil toneladas, aumento de 9,7%. A área plantada, 19,6 mil hectares, ficou estável. O ganho virá da produtividade que ficou 9,6% maior com rendimento de 3,75 toneladas por hectares.

Ao contrário do milho, a estimativa da Conab prevê queda na produção de soja. O Estado deve colher em torno de 4,51 milhões de toneladas, retração de 4,6%. A área destinada à cultura ficou 1,5% menor no atual ciclo produtivo, como o uso de 1,44 milhão de hectares. A produtividade foi estimada em 3,12 toneladas por hectare, rendimento 3,1% menor. De acordo com Coimbra, a expectativa é que a produção supere o volume estimado pela Conab.

“Em 2016, a produtividade das lavouras de soja foi muito alta e a estimativa da Conab leva em conta a média registradas nos últimos anos. Por ser conservadora, acreditamos que a produção de soja do ano passado poderá ser superada em 2017, já que o clima tem sido muito favorável para o desenvolvimento das lavouras”, disse Coimbra.

Produção de feijão pode aumentar 12,4%
Os preços remuneradores pagos pelo feijão, em 2016, incentivaram os produtores a investirem no plantio da primeira safra. A expectativa é colher 215 mil toneladas do grão, volume que está 12,4% maior. O incremento veio do aumento da área plantada, que cresceu 11,5% e somou 163,5 mil hectares. A produtividade média das lavouras ficou praticamente estável, com pequena variação positiva de 0,7%, e rendimento de 1,31 tonelada por hectare.

As primeiras estimativas para a segunda safra apontam para uma tendência de crescimento próximo a 7%, com a colheita de 160 mil toneladas. Para a terceira, a expectativa é colher 182,8 mil toneladas, o que, se concretizado, será 2,5% maior que o colhido em igual período da safra passada.

Ao todo, Minas Gerais deve encerrar o ano safra 2016/17 com a produção de 558,4 mil toneladas de feijão, alta de 7,4% frente a igual período passado.

Segundo o analista de agronegócios da FAEMG, Caio Coimbra, “os produtores de feijão estão esperando uma melhor definição do clima para tomar a decisão de plantar a segunda e a terceira safras. Até o momento, as condições estão favoráveis e estas primeiras chuvas registradas em fevereiro contribuem para manter a maior umidade do solo, o que é importante para estimular o produtor”.

Conab estima incremento de 17,4% no Brasil
A produção de grãos deve crescer 17,4% na safra de 2016/2017, com um aumento de 32,5 milhões de toneladas em relação à safra anterior. A estimativa foi divulgada ontem pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e chega ao recorde de 219 milhões de toneladas. Este é o quinto levantamento desta safra feito pela Conab.

A estimativa positiva se deve principalmente ao aumento da produtividade média das culturas, em recuperação às condições climáticas desfavoráveis da safra passada. Além disso, esse levantamento inclui a área de culturas de segunda safra. A área total tem perspectivas de ampliação de 2,1%, podendo chegar a 59,5 milhões de hectares em relação à safra 2015/2016.

Para a soja, a projeção é de crescimento de 10,6% na produção, podendo atingir o recorde de 105,6 milhões de toneladas, e ampliação de 1,6% na área.

O milho total deve atingir 87,4 milhões de toneladas, sendo 28,8 milhões para a primeira safra e 58,5 milhões para a segunda. A segunda safra de milho, entretanto, pode ser alterada, já que ainda está sendo plantada. A ampliação da área total de milho deve ultrapassar os 11 milhões de hectares.

Segundo o superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Aroldo de Oliveira Neto, o número recorde de produção de soja se deve muito mais ao aumento de área do que à produtividade. “Nas últimas dez safras, a soja cresceu 58,5% em área e 11% em produtividade”, disse. Já no caso do milho, a área cresceu 11,8% e a produtividade 33,2%, em dez safras. “E para o milho ainda há tecnologia para suportar o crescimento de produtividade”, explicou.

O feijão primeira safra deve obter 1,4 milhão de toneladas, 36,7% maior do que a safra passada, sendo 861,6 mil para o tipo carioca, 319,4 mil para o preto e 232,5 mil toneladas para o caupi. Já o algodão pluma deve crescer 10,3% e chegar a 1,42 milhão de toneladas, mesmo com uma redução de 4,5% na área cultivada. O maior cultivo de soja é o que ocasionou a redução nas áreas do algodão e do arroz, o que não ocorreu com as demais culturas de primeira safra.

Assim como faz para o feijão, pela primeira vez a Conab apresenta a estimativa desagregada da produção de arroz cultivado nos sistemas sequeiro e irrigado, além dos números da expansão da irrigação no Brasil e sua importância na safra de grãos. O levantamento foi feito com informações da ANA (Agência Nacional de Águas).

“Todos os estados cresceram na utilização da irrigação, ela dobra e até triplica a produção. Bem utilizada, pode trazer muitos benefícios para a agricultura”, disse o superintendente. A previsão total de arroz é de 11,9 milhões de toneladas, um aumento de 11,9% frente a safra anterior, com 1,1 milhão de t de sequeiro e 10,8 milhões de irrigado.