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Produtores de Poconé discutem a Lei do Pantanal
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2 de maio 2017
Por CNA

Paconé / Mato Grosso (02/05/2017) - O Sindicato Rural de Poconé com apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso - FAMATO esteve reunido na manhã de quarta-feira (26/04) com mais de 50 produtores rurais pantaneiros e empreendedores do município de Poconé para discutir o projeto de lei nº 750, que tramita desde 2011 no Congresso Nacional.

Atento à proposta, o Sindicato Rural defende que o projeto não seja regulamentado sem antes ouvir o homem pantaneiro, que é um dos principais responsáveis pela conservação do bioma pantanal.

A gestora do Núcleo Técnico da Famato Lucélia Avi fez uma explanação técnica e uma análise do projeto elencando pontos que devem ficar claros no PL-750, como por exemplo, a especificação do que realmente é o Bioma Pantanal e suas delimitações. “A proposta do projeto apresenta uma série de formulações imprecisas já começando com a definição do Bioma Pantanal, que deixa margem para interpretações divergentes e danosas para o manejo sustentável e a proteção do bioma”, destacou Lucélia.

Lucélia explicou também que o Bioma Pantanal inclui a Bacia Hidrográfica do Rio Paraguai (BAP), que abrangem regiões distintas e formas de manejos bem diferentes, cada uma com suas peculiaridades, com diferentes tipos de vegetação Cerrado, Floresta, Campos e a Planície Inundável.

Amado Oliveira, consultor da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), falou da importância da união das entidades que representam o setor agropecuário nessa discussão acerca do Bioma Pantanal. “A Acrimat está junto com a Famato nessa batalha e juntos vamos trabalhar pela aprovação de uma lei bem definida e clara que beneficie o bioma, assim como a atividade pecuária dessa região de forma sustentável”, assinalou Oliveira.

A preocupação dos pantaneiros com a chamada “Lei do Pantanal” é que se o projeto for aprovado da forma que está, os efeitos podem ser prejudiciais à economia do município de Poconé e região. “Não somos contra a proposta de se criar uma política de gestão e proteção ambiental do Pantanal, porém defendemos que sejam ouvidos aqueles que realmente conhecem a realidade do Bioma Pantanal”, defendeu presidente do Sindicato Rural de Poconé José Mário de Assis e Silva.

Diante da falta de clareza no projeto em tramitação, os produtores também questionaram a diferença entre Área de Preservação Permanente e Área de Conservação Permanente.

O pecuarista Cristóvão Afonso da Silva salientou que a economia do Pantanal deve ser considerada antes de qualquer alteração na lei que diz respeito ao bioma, uma vez que Mato Grosso tem o maior rebanho bovino do país. “E não precisamos ir longe, 77% da área total do Bioma Pantanal de Mato Grosso possui um rebanho de aproximadamente cinco milhões de cabeças. Atualmente a pecuária é um dos setores que mais gera emprego. Restringir uma atividade tradicional, que é a pecuária, é o mesmo que restringir o crescimento econômico de 15 municípios que integram o Bioma Pantanal mato-grossense”, destacou Silva.

“O posicionamento assumido pela FAMATO e pela Acrimat em defesa dos interesses econômicos e sociais do Pantanal mato-grossense muito nos tranquilizam”, disse o produtor rural Paulo Gasparotto.

“O nosso desejo é continuar sobrevivendo no Pantanal e do Pantanal. O homem pantaneiro tem muito a ensinar e precisamos ser ouvidos. Podemos ter pouco estudo, mas a nossa experiência foi construída aqui, no dia a dia de baixo de sol e chuva. O Pantaneiro está aqui há mais de 200 anos, somos nós que temos que ser ouvidos e contemplados por qualquer legislação a respeito”, disse o pantaneiro José Carlos Mineto.

Além da Missão Técnica “Bioma Pantanal” que levou produtores rurais no início de abril, com atividade agropecuária em área do bioma mato-grossense, para discutir e conhecer as estratégias e tecnologias das Embrapas Pantanal e Gado de Corte em Mato Grosso do Sul, a Famato esteve reunida com a assessoria técnica do senador Cidinho Santos para apontar os pontos do projeto que devem ser revistos.

A FAMATO, entidade de classe que representa 90 Sindicatos Rurais de Mato Grosso, desenvolve ações institucionais que garantem que a voz do produtor rural seja ouvida em diferentes instâncias. Lidera o Sistema Famato, composto pela Famato, Senar-MT, Sindicatos Rurais e o Imea. Quer saber mais sobre nossas ações? Acompanhe nossas redes sociais pelo www.facebook.com/sistemafamato e @sistemafamato (instagram e twitter) #OrgulhodeSerAgro #SistemaFamato #Famato.

Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso - FAMATO
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