INTL FCStone estima safra de soja em 111,6 milhões de toneladas
Por: Revista Globo Rural
A consultoria INTL FCStone elevou ainda mais sua expectativa para a produção brasileira de soja no ciclo 2016/17. De acordo com a revisão de abril, o país deve produzir 111,6 milhões de toneladas da oleaginosa, aumento de 2,8% frente ao número de março calculado pelo grupo.
“Tanto os estados do Centro-Oeste, quanto o Paraná apresentaram resultados surpreendentes e o Rio Grande do Sul e as regiões do Matopiba – confluência do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – também prometem produções excelentes”, destaca a Analista de Mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi.
A produtividade média para o país foi elevada para 55,3 sacas por hectare, contra as 54,2 sacas por hectare estimadas na revisão de março. A consultoria calcula que, diante do contexto de produção recorde, os estoques de soja no mercado brasileiro devem alcançar níveis muito confortáveis, de quase 9 milhões de toneladas.
O cálculo considera a estimativa de exportações em 60 milhões de toneladas e um uso total de 104,4 milhões de toneladas de oleaginosa. “Esse balanço mais folgado pode acabar sofrendo mudanças dependendo do andamento da safra norte-americana, que começa a ser plantada”, pondera Ana Luiza.
Milho
No caso do milho, a INTL FCStone manteve suas estimativas de produção, totalizando 93,3 milhões de toneladas. Na primeira safra, a produtividade média para o Brasil está estimada em 91,8 sacas por hectare, enquanto para a segunda safra está em 90,2 sacas por hectare.
“A primeira safra foi bastante benéfica para o milho, alcançando-se potenciais produtivos elevados, com destaque para os estados da região Sul, onde se concentra a maior parte da safra no verão”, explica a Analista de Mercado da consultoria, Ana Luiza Lodi.
Para o milho safrinha, diz ela, o desenvolvimento das lavouras tem corrido de forma satisfatória, além de grande parte do plantio ter sido realizado dentro da janela ideal. “Mesmo assim, o clima continua sendo acompanhando de perto, uma vez que as chuvas não têm sido muito regulares e as precipitações em abril ainda são muito necessárias às plantas, principalmente ao que foi semeado um pouco mais tarde”, lembra Ana Luiza.
Segundo a consultoria, diante das perspectivas de safra recorde para o milho no ciclo 2016/17, os estoques finais podem atingir níveis muito elevados, de 18,8 milhões de toneladas. Ana Luiza observa que há preocupações pelo lado da demanda, uma vez que o cenário cambial não está favorável às exportações de milho. Além disso, a operação “Carne Fraca” da Polícia Federal também trouxe dúvidas em relação ao consumo doméstico do cereal, que pode acabar afetado pelas consequências da investigação, diz ela.