Frango abatido: em 2017, preço aquém da curva sazonal
Por: AviSite
Nos (próximos de completarem-se) cinco primeiros meses de 2017 o frango abatido registrou valores médios visivelmente aquém dos apontados pela sua curva sazonal de preços.
A curva sazonal, neste caso, engloba um período de 17 anos (2000 a 2016) e mostra, para esse período, a evolução mensal de preços do frango abatido, tendo como base o preço médio do ano anterior, igualado em 100. Em última instância, a curva sazonal do frango corresponde (ou correspondia), aproximadamente, aos períodos de safra e entressafra da carne bovina, com baixas de preço no primeiro semestre (safra) e altas na segunda metade do ano (entressafra).
Considerada a curva sazonal, em 2017 o frango abatido deveria iniciar o ano com um valor cerca de 3,8% superior à média de 2016 (que, nunca é demais lembrar, foi puxada para cima pelos altos custos de produção do exercício).
Mas, com a baixa desses custos e o consumo em recessão, o preço médio de janeiro (R$3,42/kg) correspondeu a 89% dessa média (pouco mais de R$3,84/kg no ano passado), ou seja, apresentou redução de cerca de 11%. E uma vez que nos meses subsequentes o preço médio do frango abatido não apresentou variações sensíveis, esse índice de redução também permaneceu relativamente estável.
Apesar, porém, de os preços permanecerem visivelmente aquém dos sinalizados pela curva sazonal, o que não escapa é que vêm fugindo ao padrão, ou seja, não apresentam o recuo típico do período de safra.
Em outras palavras, pela curva sazonal, em maio corrente os preços do frango abatido teriam recuado ao menor índice – não só dos cinco primeiros meses do ano, mas de todo o exercício. E o que se constata é que (pelo menos até aqui) o melhor resultado de 2017 (com diferença muito pequena, é verdade) vem sendo obtido justamente em maio.
Várias análises podem ser desenvolvidas a partir desses resultados. Mas, independente delas, surge uma indagação: veremos, no próximo semestre, alguma evolução de preços similar à sugerida pela curva sazonal?
Considerados os níveis de produção do setor (que, aparentemente, frente às indefinições do mercado, continua operando sob rédea curta), sem dúvida poder-se-ia contar com uma retomada de preços. Mas outros fatores interferem no mercado. Por exemplo (e principalmente), os níveis de oferta da carne bovina e seus respectivos preços.
Porém, o fator decisivo é a capacidade aquisitiva do consumidor. E, sob esse aspecto, soam mínimas as possibilidades de alguma mudança no padrão de compra dos brasileiros. Ou seja: frente a tudo o que reina por aí, se os preços mantiverem a estabilidade atual já será uma grande vitória.