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Colheita de milho safrinha ainda reflete pouco nos preços, diz Cepea
Por: Revista Globo Rural
A colheita da segunda safra de milho começou em algumas das principais regiões produtoras do país. No entanto, o mercado ainda não percebeu uma pressão maior sobre os preços internos na última semana, avaliam os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em nota divulgada, nesta segunda-feira (29/5).
Em Mato Grosso, a colheita já vem sendo feita há pelo menos duas semanas, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Na semana passada, o trabalho de campo chegou a 1,06% da área total: 50,23 mil dos 4,738 milhões de hectares com o cereal.
A expectativa para a safra mato-grossense de milho é de um volume de 28,09 milhões de toneladas. Se confirmado, será um crescimento de 47,1% em relação à safra passada, quando a colheita foi estimada em 19,09 milhões de toneladas.
No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral), ligado à Secretaria de Agricultura do Estado (Seab), contabilizou 1% de área colhida na última semana. A área estimada para o ciclo 2016/2017 é de 2,39 milhões de hectares.
Conforme o Deral, 96% da lavouras estão em boas condições. Outros 3% são consideradas média e 1% ruim. A maior parte está no estágio de frutificação: 71%. Outros 19% estão em floração, 9% em maturação e 1% ainda se apresenta em desenvolvimento vegetativo.
A produção é prevista em 13,87 milhões de toneladas do cereal. Se confirmado, será um crescimento de 36% em relação ao ciclo 2015/2016, quando a colheita foi estimada em 10,17 milhões de toneladas.
“O maior volume ainda não se refletiu em forte queda nos preços do cereal, principalmente devido à resistência de vendedores em aceitar valores abaixo de seus pedidos. Esses agentes estão mais interessados em comercializar com exportadores, especialmente para entrega no segundo semestre”, diz o Cepea.
Ainda em meio a um cenário pré-colheita da segunda safra, o indicador medido pelo Cepea com base em Campinas (SP) acumula neste mês uma baixa de 3,34%. Na última sexta-feira, o valor fechou a R$ 27,23 a saca de 60 quilos. Só na última semana, a desvalorização foi de 3%.
“Em Campinas, a pressão compradora foi sentida com mais força. Demandantes seguem consumindo seus estoques e se mantêm firmes em suas posições, fator que levou o indicador a recuar”, explica a nota do Cepea.