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Sindicatos de produtores rurais e SENAR/MT capacitam reeducandos para atuarem no campo
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Os treinamentos solicitados são bem diversificados, mas a maior demanda é para o setor de piscicultura, máquinas e implementos agrícolas

22 de novembro 2017
Por Senar

Uma parceria entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (SENAR/MT), Sindicato de Produtores Rurais e diversas outras entidades tem garantido a capacitação e qualificação de dezenas de reeducandos em Mato Grosso. Em instituições de Água Boa, Jaciara e Sinop essa parceria está garantindo empregos para aqueles que estão prestes a concluir a pena. Os treinamentos solicitados junto ao SENAR-MT são bem diversificados, mas a maior demanda é para o setor de piscicultura, máquinas e implementos agrícolas.

Na Penitenciária Major PM Zuzi Alves da Silva, de Água Boa, foram realizados 13 treinamentos nos últimos dois anos. Produção de viveiro e mudas florestais, Implantação de florestas comerciais e plantas medicinais foram os três primeiros em 2016. Já em 2017, o número aumentou para 10. "Este ano optamos por capacitar profissionais para o setor de máquinas e implementos agrícolas que é uma área carente de mão de obra qualificada", explica o diretor da penitenciária, Valmir Bairros Christ.

O presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Água Boa, Antônio Fernandes de Mello, popularmente conhecido como Tonico, conta que tudo começou quando foi observado que o índice de reincidência de retorno ao presídio era muito menor entre os reeducandos que durante o cumprimento da pena saiam para trabalhar. Segundo ele, uma parceria entre a penitenciária e a empresa Vale do Araguaia, que atua no setor de reflorestamento garante emprego para 40 detentos. "Qualificar estas pessoas para que elas tenham mais oportunidade de trabalho ao sair da prisão é uma forma de contribuirmos para a ressocialização destes detentos", enfatiza o presidente.

Mais que qualificação e capacitação, os treinamentos levam também a esperança de um futuro melhor para cada participante. No início, ao todo foram 60 inscritos, mas somente 15 foram selecionados. O diretor Christ explica que a seleção é feita por uma equipe de profissionais multidisciplinar. "O reeducando precisa ter bom comportamento e atender alguns outros pré-requisitos para fazer parte deste grupo que pode sair da penitenciária para trabalhar ou fazer cursos".

Christ conta ainda que o detento que trabalha recebe 30% do salário. Os outros 70% são colocados numa conta na Caixa Econômica Federal. "Assim, quando concluir a pena, este reeducando terá uma poupança para recomeçar a vida. Normalmente a parte que eles recebem entregam para a família. É um projeto que tem dado muito certo", comemora o diretor do presídio.

Em Jaciara, a Cadeia Pública tem sala de aula, biblioteca, marcenária, equipamentos para produção de biojóia, uma horta e a união de vários órgãos, entidades e instituições com o objetivo de capacitar os reeducandos. Pelo menos 12 dos 93 detentos já estão qualificados para o mercado de trabalho. Eles têm uma horta onde cultivam vários tipos de hortaliças e uma marcenária. Para instalar e manter a horta, os reeducandos foram capacitados com diversos treinamentos do SENAR/MT.

Já na marcenária, a demanda que vem da sociedade aumenta a cada dia. Para atender precisam de capacitação. O resultado do último treinamento ofertado pelo Sindicato de Produtores Rurais e SENAR/MT foi o de aproveitamento de resíduos de madeira foi dezenas de peças com uma beleza diferenciada.

O diretor da Cadeia Pública, Ricardo Simplício dos Santos conta que o projeto Escola de Formação Continuada é composto por cinco pessoas. "Esse é um trabalho rotativo. Nós temos o espaço, a estrutura e as máquinas. Os detentos que já fazem parte da escola dividem seu conhecimento com aqueles que vão chegando". Trabalho não falta. "É uma marcenária escola que tem como principal objetivo promover o aprendizado", enfatiza o diretor.

Em Sinop os reeducandos da Penitenciária Doutor Osvaldo Florentino Ferreira são os primeiros do Sistema Prisional do Estado a trabalhar com um projeto de piscicultura. A iniciativa, voltada para trabalhar a qualificação e ressocialização dos detentos está na fase de formação dos tanques pesqueiros.

Um grupo de 20 reeducandos concluiu treinamento teórico e prático ofertado pelo Sindicato de Produtores Rurais e SENAR-MT, em agosto. Destes, cinco devem começar a trabalhar na piscicultura assim que os tanques estiverem prontos e conforme a demanda por mão de obra qualificada aumentar os demais serão incluídos no projeto.

Neste treinamento de piscicultura, os participantes aprenderam noções de administração de pequenas propriedades rurais, associativismo e cooperativismo, gestão e comercialização da pesca e extrativismo, relacionamento interpessoal e atendimento ao cliente. Na parte prática do curso, os alunos vivenciaram manejo e criação, com aulas sobre construção de viveiros escavados, tanques-rede e monitoramento da água. Além disso, os participantes também conversaram sobre planejamento e desenvolvimento da piscicultura.

O Projeto Tilápia é resultado da parceria entre a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, Conselho da Comunidade e Prefeitura de Sinop. Além da possibilidade de ofertar trabalho aos reeducandos com qualificação profissional, o projeto também vai trabalhar a sustentabilidade, uma vez que os efluentes produzidos serão empregados na irrigação da horta já cultivada em uma área externa da penitenciária.

Além destes municípios que já capacitaram os reeducandos e estão com os projetos em andamento, há ainda municípios como Santo Antônio do Leverger que estão começando o projeto de capacitação para os detentos. O diretor tesoureiro do Sindicato de Produtores Rurais, de Santo Antônio, Edson Ricardo de Andrade conta que em 2017 foi firmada uma parceria com o presídio da Agrovila das Palmeiras e que já foram realizados cinco treinamentos com os reeducandos. "Para 2018 fizemos uma solicitação junto ao SENAR/MT de 60 cursos para atender toda a comunidade da Agrovila das Palmeiras".

Assessoria de Comunicação SENAR/MT

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