Produtores do Mato Grosso do Sul já plantam milho safrinha apesar do custo da semente
Por: Globo Rural
Enquanto os agricultores gaúchos e mineiros colhem o milho de verão, em Mato Grosso do Sul a hora é de plantar a segunda safra - também chamada de milho safrinha.
O agricultor Márcio Duch vai cultivar 2.600 hectares de milho safrinha em Terenos, região central de Mato Grosso do Sul. Semeou 10% da área até agora. As plantas já começaram a nascer e o produtor espera uma boa produtividade. "Um teto produtivo assim, acima de 100 sacos, até 120 sacos. É a nossa meta para essa safra", fala Márcio.
Apesar da expectativa do agricultor, plantar milho está mais caro nesta safra. Em uma fazenda da região, os custos de produção subiram, em média, 40% em relação ao ciclo passado. O maior gasto foi com as sementes.
"Semente, por exemplo, está até 70% maior do que nós pagamos em 2016. A gente vai estar com custo de R$ 2,4 mil, R$ 2,5 mil por hectare”, conta Márcio.
Bem maior se comparado à safra passada, quando o gasto por hectare, na propriedade, não passou de R$ 1,8 mil.
Em uma revenda de sementes, em Campo Grande, o gerente Willian Pereira Queiroz, explica que os valores aumentaram por causa da queda na produção de sementes e também pelo aumento da demanda.
"A procura aumentou porque o grão subiu muito na safra do ano passado, então ocasionou que os produtores passaram a mudar algumas lavouras para o milho então, muita demanda também então, por isso que faltou grão também."
No passado, o Brasil praticamente não tinha milho de segunda safra - por isso, era chamado de safrinha. Hoje, a safrinha é muito maior: devemos colher quase 29 milhões de toneladas de milho na safra de verão e o dobro na safrinha - mais de 58 milhões de toneladas.