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Produtoras de Santa Catarina aprovam programa Mulheres em Campo
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Após turma-piloto com produtoras, SENAR está atualizando as instrutoras do programa

17 de maio 2017
Por Senar

A produtora rural Márcia Kretger Philippe, moradora de São Pedro de Alcântara, região da Grande Florianópolis, pretende investir na produção de hortaliças orgânicas. O desejo se tornou mais próximo da realidade após a participação na turma-piloto do antigo programa Com Licença Vou à Luta que, após atualização, passa a se chamar Mulheres em Campo. A iniciativa é promovida nacionalmente pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e, em Santa Catarina, é executado pela Administração Regional (SENAR/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) e com o apoio do Sindicato Rural de São José.

“O programa colabora para a abertura de novas possibilidades de negócios oriundas do meio rural. Demonstra que é possível efetuar melhorias adotando mudanças simples, mas que fazem toda a diferença. Um exemplo é o planejamento de custos que facilita na compreensão de como estão sendo investidos”, avalia Márcia.

A assessora técnica do SENAR Brasil Patrícia Machado explica que as duas turmas-piloto promovidas (uma em Santa Catarina e outra na Bahia) serviram de parâmetro para testar a efetividade do programa. “Com isso foi possível compreender o que o nosso público-alvo está precisando e quais melhorias seriam necessárias para que o objetivo fosse alcançado com êxito”, salienta.

Segundo Patrícia, as principais alterações foram com relação a módulos que trabalham com o desenvolvimento humano. “Entendemos que era muito mais eficaz estimular as mulheres para que descubram o seu espírito empreendedor do que abordar profundamente questões que envolvem a legislação. Além disso, aprofundamos o trabalho na comercialização para demonstrar como e em que espaços os produtos podem ser vendidos e qual retorno isso trará para elas”, complementa.

Daniela Stahelin também participou da turma-piloto e considera as mudanças excelentes. “O conteúdo é claro e de fácil compreensão. Nos faz repensar a nossa propriedade como um todo e auxilia na identificação de melhorias que podem ser implementadas a partir do nosso protagonismo e liderança. Além disso, nos faz enxergar melhor a importância das mulheres no meio rural”, disse.

Desde que iniciou oficialmente, em 2011, o programa já capacitou 26 mil mulheres em todo o Brasil. O superintendente do SENAR/SC Gilmar Antônio Zanluchi destaca a importância para Santa Cataria em ter servido como parâmetro de análise e melhoria do programa por meio da turma-piloto. “O nosso estado tem uma agropecuária diversificada e, em sua grande maioria, configura-se como agricultura familiar. O programa, agora intitulado Mulheres em Campo, tem contribuído em grande escala para a evolução da participação feminina nos afazeres das propriedades, demonstrando a força e a importância que a mulher tem no meio rural. Temos certeza que as mudanças proporcionadas atingirão, cada vez mais, elevados níveis”.

As 14 mulheres que participaram da turma-piloto abordaram durante o programa conteúdos de: Diagnóstico e Empreendedorismo; Planejamento; Custos de Produção; Indicadores de viabilidade e Comercialização e Desenvolvimento Pessoal.

O programa continuará tendo como público-alvo mulheres produtoras rurais de pequeno e médio porte que estejam envolvidas nas atividades da propriedade rural. “A intenção é desenvolver o empreendedorismo das mulheres na gestão de negócios. Queremos elevar a autoestima das produtoras rurais para que reconheçam o seu potencial pessoal e profissional, demonstrando a sua importância nas atividades tanto no controle das finanças como na tomada de decisões dentro das propriedades. Esse é um programa que ajuda na construção da autoconfiança e reflete na qualidade de vida das mulheres no meio rural, incentivando-as a permanecer na atividade e crescer junto com suas famílias”, completa o presidente do Sistema FAESC/SENAR-SC, José Zeferino Pedrozo.

METODOLOGIA

A coordenadora do programa em Santa Catarina, Nayana Setubal Bittencourt, destaca que, após a realização da turma-piloto, foi a vez das prestadoras de serviços em instrutoria do SENAR/SC passarem pela atualização da metodologia. “Elas foram capacitadas para trabalhar com base nos novos módulos e abordagens do programa. Na sequência, levarão as novidades implementadas para o campo dando continuidade e ampliando o excelente trabalho que vem sendo desenvolvido”.

Ao todo, participaram 11 prestadoras de serviço em instrutoria de Santa Catarina e seis do Rio Grande do Sul. A atualização foi ministrada por Juliana Krupp.

Terezinha Aparecida Fagundes é prestadora de serviço em instrutoria do SENAR/SC há nove anos e desde 2010 está no Com Licença vou à Luta. Acompanhando de perto as mudanças feitas desde que iniciou o programa, Terezinha considera as alterações positivas. “Já era um programa bom e que tinha grande participação feminina, mas agora ele está ainda melhor. O conteúdo e as atividades trabalhadas são de mais fácil compreensão facilitando a dinâmica dos encontros e proporcionando mais efetividade nas ações propostas”, considera.

Para a gestora nacional do programa, Thais Carrazza, foram melhoradas tanto a linguagem como as atividades desenvolvidas. “Inserimos conteúdos que julgávamos importantes e excluímos outros. Com esse novo formato acreditamos que atingiremos um número ainda maior de mulheres incentivando o empoderamento feminino. Com certeza os resultados serão excelentes”, observa Thais.

A prestadora de serviço em instrutoria Renata dos Santos avalia as mudanças metodológicas positivamente. Para ela, o programa ficou em um formato mais prático, objetivo e voltado para a realidade das produtoras rurais. “Continuaremos trabalhando com foco no empreendedorismo, no desenvolvimento humano e na gestão das propriedades, reforçando o papel de destaque que as mulheres têm nas propriedades. O programa promove a valorização dessas mulheres elevando a autoestima e estimulando-as as atuarem no desenvolvimento de suas propriedades junto com seus esposos de igual para igual”, complementa.

Andréa Balbinot é prestadora de serviço em instrutoria do SENAR/RS e desenvolve o programa na região serrana do Rio Grande do Sul. Para ela, a iniciativa tornou o programa ainda mais prático o aproximando da realidade das propriedades rurais. “Isso facilita a absorção do conteúdo tornando-o mais atrativo”, destaca. Segundo Andréa, a inclusão do módulo de comercialização é excelente para que as mulheres percebam que existe mercado para a venda dos produtos que elas mesmas confeccionam. “Além disso, auxilia na permanência das mulheres no meio rural despertando novas perspectivas e demonstrando que elas também têm o seu papel fundamental nas propriedades”, finaliza.

Assessoria de Comunicação do SENAR-SC
www.senarsc.com.br

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