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Maranhão avança para alcançar o status de zona livre de febre aftosa sem vacinação em 2024
Foto 01 Maranhao perto da zona livre de aftosa

Reunião no Ministério da Agricultura confirmou o Maranhão como um dos estados que podem estar próximos de conquistar a nova classificação sanitária. Última campanha obrigatória de imunização do rebanho deve acontecer em abril de 2024

23 de novembro 2023

Por: Raquel Araújo

Fonte: ASCOM - FAEMA/SENAR

Uma reunião online, realizada a partir da sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) confirmou que o Maranhão está muito perto de conquistar a nova classificação sanitária como zona livre de febre aftosa sem vacinação. Com a decisão, a imunização do rebanho bovino e bubalino, que é obrigatória duas vezes por ano, deverá ter sua última etapa realizada em abril de 2024. Depois, o estado passará por estudos soroepidemiológicos que o habilitarão para o reconhecimento internacional, emitido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), previsto para maio de 2025.

Após a suspensão da obrigatoriedade de vacinação, os produtores rurais ainda terão que cumprir o compromisso de manter atualizado o cadastro de seus rebanhos junto à Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (AGED).

Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Maranhão (FAEMA), Raimundo Coelho, comemorou em Brasília o resultado da reunião, que teve a participação e apoio de representantes da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). “Esse é um resultado que esperamos há anos e estamos muito felizes de, finalmente, estarmos tão perto da certificação internacional. Desde 2011, quando fui secretário adjunto de agricultura do governo do estado, atuamos para que esse resultado chegasse”, lembra o presidente.

A decisão levantada na reunião não interfere no calendário da campanha de vacinação contra a febre aftosa, que está em vigor até o dia 30 de novembro. A expectativa é que no período de março a maio de 2024 o estado receba especialistas que farão os estudos soroepidemiológicos com vistas à ampliação de áreas livres sem vacinação. Os resultados positivos desses estudos serão decisivos para que o Maranhão concorra ao reconhecimento internacional pela OMSA, o que está previsto para maio de 2025.

Em paralelo, de acordo com o que foi proposto na reunião desta quinta-feira, a partir de 01 de maio de 2024 o estado passaria a ter que cumprir algumas restrições no trânsito dos rebanhos, estando prevista a implantação de barreiras entre os estados do Maranhão e Piauí, e Pará e Amazonas, além da manutenção das barreiras entre BA/PI, BA/PE e SE/AL, para cumprir o período de 12 meses sem ingresso de animais vacinados nas zonas livres sem vacinação.

O vice-presidente da FAEMA, Hilton Coelho, alerta que as decisões levantadas na reunião do MAPA não são passe livre para que a carne maranhense transite e seja comercializada em qualquer país do mundo. “Para isso, é necessário que cumpramos todos os compromissos e ações exigidas pelo MAPA, para realmente tornarmos real a aprovação internacional pela Organização Mundial de Saúde Animal. Esse será o nosso próximo passo, e estamos confiantes de que em breve nossa pecuária tenha um grande crescimento e o estado se consolide ainda mais como produtor e exportador de carne”, acredita Hilton Coelho, que vinha acompanhando de perto os esforços das instituições signatárias do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA).

Dentro do PE-PNEFA, o Maranhão estava incluído no bloco III de estados classificados como zona livre com vacinação, composta por quase todos a região Nordeste, entre eles: Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.

Titulo Internacional - Para conquistar o título concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), uma série de etapas precisam ser cumpridas pelo governo do estado, setor privado e produtores rurais para que, após auditorias internacionais, finalmente o Maranhão alcance o reconhecimento. Uma dessas etapas é a atualização de dados do rebanho estadual, que é fundamental para o efetivo monitoramento sanitário estadual.

A atualização do rebanho deverá ser feita junto à AGED, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária do Maranhão (Sagrima). A medida valerá tanto para rebanhos bovinos (bois e vacas) como bubalinos (búfalos).

“Os produtores já estavam habituados a vacinar seus rebanhos em duas etapas no ano, e a prestar contas desta vacinação, atualizando dados de seus animais. Para o próximo ano, os produtores não terão mais a despesa com a compra de vacinas, mas precisarão fornecer as informações sobre seus rebanhos, porque essa será uma das exigências dos órgãos internacionais para conferirem o reconhecimento mundial da nova classificação de status”, alerta Raimundo Coelho.

As formas de atualização cadastral do rebanho e as penalidades para quem não obedecer a orientação ainda serão definidas e divulgadas pela AGED-MA.

No Brasil, os estados de Santa Catarina, Acre, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e regiões dos estados do Amazonas e de Mato Grosso já têm o status de livre da doença sem vacinação.

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