Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da CNA debate rastreabilidade e banco regional de antígenos contra a aftosa  

Encontro discutiu avanços no Programa Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (PNIB) e produção de antígenos para aftosa

Por CNA 28 de novembro 2025
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Brasília (28/11/2025) - A Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da CNA reuniu-se nesta quinta-feira (27) para debater rastreabilidade individual de bovinos e febre aftosa.

Guilherme Henrique Marques, gerente do Banco Regional de Antígenos de Febre Aftosa (Banvaco), coordenado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), falou dos objetivos do banco regional, que reúne antígenos de longa duração para formular vacinas sob demanda em poucos dias, garantindo flexibilidade, menor desperdício e resposta rápida em emergências sanitárias.

 Marques detalhou o funcionamento do banco e explicou que o armazenamento de antígenos é mais viável do que o estoque de vacinas prontas por diversos fatores, entre eles a vida útil mais longa e a flexibilidade para formulação de doses conforme a necessidade dos países.

Segundo ele, até o meio do ano que vem deve sair a licitação internacional para a contratação da empresa fabricante, que vai armazenar o antídoto para a fabricação da vacina e, provavelmente, só no segundo semestre do ano que vem haverá disponibilidade da vacina ou dos antígenos para produzir a vacina.

 Em agosto desse ano foi formalizado a adesão dos três países: Paraguai, Equador e Brasil e a instituição trabalha para ampliar a adesão dos países. Marques ressaltou que as ações do Banvaco não anulam o papel desempenhado pelo Panaftosa.

 “Nosso esforço agora é fazer um trabalho presencial para sanar dúvidas e ampliar a adesão ao banco”, afirmou.

 O presidente da comissão, Francisco de Castro, afirmou acreditar que outros países estavam aguardando a iniciativa do Brasil para a criação do banco e, agora que isso ocorreu, a adesão deve avançar.

 COP30 — O coordenador de Sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias Filho, apresentou um balanço da COP30 aos membros da comissão. Segundo ele, o resultado da conferência e da participação do agro foi positivo.

 “Não foi uma COP de grandes decisões, mas abriu possibilidades e potenciais de resultados de mitigação e adaptação para 2026. Em relação ao Acordo de Paris, não tivemos discussões ambiciosas para o agro, e alguns temas, como o financiamento climático, o afastamento dos usos de combustíveis fósseis e o desmatamento ficaram para ser definidos até o fim da presidência brasileira da COP e incorporados na próxima conferência”, afirmou.

 Filho destacou ainda que a COP31 será realizada parte na Turquia com copresidência da Austrália, e que se espera que a presidência australiana seja favorável à inclusão do agro nas discussões, considerando a agenda proposta pelo país anfitrião.

Programa Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (PNIB) — Rafael Filho, assessor técnico da comissão, apresentou detalhes da atuação da CNA no processo de atualização do programa. Ele explicou que no momento o PNIB está na etapa 1, que envolve a criação do sistema e da base de dados nacional da rastreabilidade.

As atualizações serão implementadas em quatro etapas, com conclusão do sistema prevista para o final de 2026. As fases finais incluem a integração com os estados, com término previsto para o fim de 2032 e, a partir de 1º de janeiro de 2033, a rastreabilidade será obrigatória para todos os bovinos em trânsito.

Carne do Futuro - A comissão contou ainda com a apresentação de Luciano Resende, um dos idealizadores do movimento "A Carne do Futuro é Animal", voltado à valorização da carne brasileira.

O movimento promove campanhas focadas principalmente em jovens (conscientização da nova geração), população urbana (reconhecimento e aproximação), acadêmicos e técnicos (compartilhamento de conhecimento) e produtores rurais, para resgatar o orgulho da atividade pecuária.

A comissão encerrou a reunião com um balanço das ações do ano, com destaque para as questões que envolvem a rastreabilidade individual, o reconhecimento internacional do Brasil como livre de febre aftosa sem vacinação, atuação no Congresso Nacional e a participação em eventos como o Congresso Nacional da Carne (Conacarne). Também abordaram a retirada das tarifas dos Estados Unidos para a carne bovina brasileira e o crescimento das exportações para outros países como a China.

 

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