Logo CNA

Curso do SENAR Minas aborda a adolescência e saúde reprodutiva
Sistema faemgweb 0 219762002015150610631

Estudantes conversaram sobre as transformações ocorridas nas relações interpessoais com a família, escola e grupos sociais

26 de outubro 2016
Por Senar

Conversar com os pais sobre as mudanças físicas e psicossociais trazidas pela adolescência nem sempre é tarefa fácil, seja por timidez ou por falta de abertura. Neste sentido, o curso Saúde Reprodutiva oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Minas Gerais (SENAR/MG) chega como uma oportunidade, muitas vezes única, para adolescentes da zona rural fazerem perguntas sem constrangimento e tirarem dúvidas sobre temas como a puberdade, o sexo e a sexualidade.

Na casa de Hebert Teixeira dos Santos Silva, de 13 anos, a mãe é sempre a referência para qualquer tipo de assunto “mais polêmico”. “Meu pai é mais quadrado e não me dá liberdade para perguntar certas coisas. Por isso, sempre recorro à minha mãe e ela responde o que sabe.” O garoto conta que foi ela quem o incentivou a participar do curso, oferecido pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Felixlândia em parceria com o SENAR Minas aos alunos da escola estadual de São José do Buriti, distrito de Felixlândia.

Atento a todas as explicações da instrutora Carolina Matos Paulitsch, o estudante do 7º ano elegeu o aparelho reprodutivo masculino como o conteúdo mais interessante. “Nunca tinha visto como era por dentro e achei legal aprender sobre o escroto, glande e prepúcio, partes que eu não conhecia.” Entusiasmado, Hebert vai longe quando perguntado sobre a importância que este aprendizado passa a ter em sua vida. “O curso foi muito bom porque aqui eu pude tirar várias dúvidas sobre assuntos que não são falados na minha casa. Com o que eu aprendi, quando eu tiver filhos vou ter condições de explicar as coisas de maneira mais certa”, planeja.

Assim como Hebert, Geovana Stefhany de Oliveira, também com 13 anos e aluna do 7º ano, tem a mãe como referência para “tratar os assuntos da adolescência.” “Minha mãe sempre foi muito aberta comigo e com minha irmã, nos sentimos à vontade para falar sobre qualquer coisa. Ela conversou com a diretora da escola e achou a ideia do curso boa, disse que seria uma oportunidade para eu aprender coisas que ela não saberia me explicar.” A menina conta que ao final de todas as aulas chegava em casa e mostrava o caderno com tudo o que tinha aprendido para a mãe. “Foi legal, acabei ensinando algumas coisas a ela”, sorri ao dizer.

Importância social

Em 20 horas de aula, doze meninas e oito meninos, com idades entre 11 e 14 anos e divididos em duas turmas, receberam informações sobre o funcionamento dos aparelhos reprodutivos do homem e da mulher, e conversaram sobre as transformações ocorridas nas relações interpessoais com a família, escola e grupos sociais. A vulnerabilidade presente nesta fase da vida e as atitudes preventivas que devem ser tomadas para evitar uma gravidez indesejada e prevenir doenças sexualmente transmissíveis também entraram na pauta.

Carolina explica que o curso Saúde Reprodutiva tem uma proposta educativa e busca criar entre os participantes um espaço de reflexão sobre as mudanças que ocorrem na puberdade e adolescência, tanto em relação aos aspectos físicos e sociais quanto àqueles relacionados à sexualidade e afetividade nesta faixa etária. “Procuramos levar conhecimentos que possibilitem o desenvolvimento pessoal e social, a fim de promover mudanças de atitude que visem diminuir a vulnerabilidade dos jovens da zona rural”, contextualiza.

Participativa, a turma não economizou nas perguntas e quis saber, por exemplo, se algumas mudanças físicas são normais, qual a função de cada órgão do aparelho reprodutor, como ocorre a fecundação, quais as principais doenças sexualmente transmissíveis e suas características, e quais os métodos contraceptivos mais utilizados. Para a instrutora, a educação criativa é um facilitador para conquistar a confiança e o interesse dos jovens. “A criatividade na educação atrai, facilita e acelera o processo de aprendizagem. Acredito que o objetivo foi cumprido porque tanto a turma das meninas quanto dos meninos foi muito receptiva, participativa e interessada. Estão todos de parabéns”, elogia.

Assessoria de Comunicação do Sistema FAEMG/SENAR-MG
www.sistemafaemg.org.br

Matérias Relacionadas