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19 de janeiro de 2017
Visão futurista
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POR SENAR

O passado fundamenta o presente conhecido e o presente, diante dos cenários havidos e por haver, projeta o futuro presumível numa perspectiva de tempo. Porém, não são cálculos matemáticos, a medida em que a natureza, na sua essência, é um sistema complexo a desafiar a ciência e a tecnologia na construção de saberes, inovações, boas práticas e sustentabilidade.
 
O conhecimento humano transita entre realidades, imaginação, perspectivas, esperanças e à busca contínua de bem-estar social como objetivo permanente e apesar das profundas desigualdades que afetam bilhões de pessoas nesse planeta Terra e das quais 825 milhões passam fome, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (ONU/FAO). A ciência implica também no princípio da razoabilidade ou numa linguagem comum; bom senso, uma ferramenta também estratégica para gerar novos conhecimentos e habilidades humanas. Entretanto, nenhuma tese poderá ser definitiva, embora existam sólidos fundamentos científicos nas ciências exatas cultivadas por seus cientistas e seguidores.
 
Os ganhos científicos têm sido substantivos no correr de séculos e desde a invenção da escrita, que deu lógica, registro e sequência às novas descobertas, e ao passar também pelas notáveis construções humanas distribuídas nos continentes, que até hoje desafiam gerações e não apenas o mundo científico Na agricultura, do antigo arado de tração animal, usado na China há 2,8 mil anos, às modernas máquinas e equipamentos agrícolas que plantam e cuidam de milhões de hectares cultivados no Brasil com grãos, cereais, oleaginosas e agroenergia. Um avanço extraordinário e nesse rastro histórico deverá evoluir também a agricultura de precisão nos cenários de campo e no vencer os desafios de mercados e as logísticas desidratadas e custosas para quem planta e cria.
 
Além disso, os cientistas afirmam que as mãos humanas são uma admirável evolução  na trilogia biológica, anatômica, mecânica e no manipular ferramentas, objetos, inovações e tecnologias não apenas quando ainda primitivos. De outro lado, é preciso ainda lembrar que em pleno século 21, quando se planeja chegar ao planeta Marte,  milhões frutas, entre outras, o pêssego, o figo, a ameixa e a nectarina exigem ser ensacadas manualmente, ainda no pé, contra o ataque sistemático de pragas, doenças e até que sejam colhidas e comercializadas. A arquitetura da planta também define a forma diversificada de colheitas e dos tratos culturais. Outrossim, a pesquisa agropecuária, sintonizada com o futuro, avançará por décadas consecutivas se houver apoios, estímulos e competências para prever e prover.
 
Evidentemente que as novas tecnologias de informação oportunas, confiáveis e acessíveis terão impactos positivos ainda mais consideráveis nos sistemas agroalimentares, na agroenergia, sustentabilidade dos recursos naturais, tomada de decisão dos agropecuaristas e no romper as barreiras físicas do universo rural multidisciplinar e dinâmico. Um mundo na ponta do dedo e com um tempo elástico para os usuários. As tecnologias, por si mesmas, não sobrevivem sem o talento humano e sua criatividade sem fronteiras no correr dos tempos.
 
Numa presumível visão de futuro, poderia ser uma tolice decretar previamente o fim do planeta Terra, pois ela tem 4,5 bilhões de anos, uma força de renovação hercúlea e ainda muitos mistérios a revelar aos cientistas, pesquisadores e à humanidade. Há muito mais perguntas do que respostas no campo e nas cidades, o que não deixa também de ser um cenário aberto à assistência técnica e extensão rural (Ater).

*Benjamin Salles Duarte é Engenheiro agrônomo

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