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Paraná

Qualificação garante carteira assinada no campo
Trabalho campo

13 de novembro 2019

Por: Comunicação Social - Sistema FAEP/SENAR-PR

Fellype Hendrick Loman estava desempregado em outubro de 2018, quando se inscreveu no curso “Manejo Integrado de Pragas (MIP) Soja”, do SENAR-PR, em Arapoti, no Norte do Paraná. Ainda durante as aulas, foi contratado para trabalhar em uma fazenda onde as práticas eram aplicadas. O sucesso foi tão grande que, em poucos meses, o jovem de 19 anos passou de desempregado a empresário: tornou-se sócio de uma empresa que presta serviços de consultoria e de aplicação das técnicas do MIP e de agricultura de precisão em fazendas da região.

Formado em curso técnico agrícola – ou seja, com segundo grau completo –, Loman faz parte de um grupo cada vez maior: o de pessoas que concluíram o ensino de nível médio e que saíram da incômoda fila de desempregados graças ao campo. Só de janeiro a agosto deste ano, foram abertas 12,9 mil vagas com carteira assinada no Paraná, ocupadas por trabalhadores com este grau de escolaridade. O volume corresponde a 40% do total de postos de trabalho gerados no setor agropecuário.

O bom desempenho da geração de empregos neste nível de ensino vai além. Até agosto deste ano, o saldo de vagas (diferença entre os postos de trabalho abertos e os que foram fechados) foi de 1,2 mil vagas, o que representa quase o dobro em relação a todo o ano passado. Enquanto os trabalhadores com ensino fundamental têm ocupado cada vez menos espaço no campo, o número de vagas preenchidas por quem tem segundo grau completo vem batendo recordes contínuos, tanto em vagas geradas, quanto em saldo de empregos.

“As contratações de quem possui até o quinto ano do fundamental caiu 74%, por outro lado, houve aumento de 103% nas admissões das pessoas com ensino médio completo e de 26% com nível superior. Portanto, apesar de menos pessoas estarem sendo empregadas na agropecuária, os novos postos têm exigido maior qualificação”, diz o técnico Luiz Eliezer Ferreira, do Departamento Técnico Econômico (DTE) da FAEP. “Fica denotado que a agropecuária constitui um celeiro de oportunidades, mas a qualificação é fundamental para acessar estes postos de trabalho”, acrescenta.

Ao aproximarmos uma lupa deste cenário constatamos que só ensino fundamental não garante emprego no campo. Os novos empregados, em regra, têm um perfil proativo no que diz respeito à qualificação, buscando atualização constante – como os mais de 300 cursos oferecidos pelo SENAR-PR. Todo esse investimento em capacitação contribuiu de forma decisiva para a mudança do perfil do trabalhador no campo.

“O agronegócio é um dos setores que mais evoluiu, ao longo dos últimos anos, acompanhando a evolução tecnológica. Hoje, conceitos como agricultura 4.0, agricultura de precisão e o uso de tecnologias, do melhoramento genético aos drones, são realidade nas propriedades rurais do nosso Estado. O trabalhador do campo não ficou para trás e vem se preparando”, observa o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette.

Mudança de cenário

O Censo Agropecuário, recém divulgado, comprova a redução da mão de obra no campo. Enquanto em 2006 eram 1,11 milhão de pessoas ocupadas em estabelecimentos agropecuários, esse número caiu para 846,6 mil em 2017. Por outro lado, o número de produtores, por exemplo, com formação superior aumentou 43% no mesmo período. Ainda, a quantidade de pecuaristas e agricultores à frente do negócio que nunca frequentaram a escola reduziu 23%.

“A gente percebe que, de maneira geral, houve uma mudança de perfil. Há maior escolarização e um maior interesse entre jovens, principalmente em função das inovações tecnológicas e de todo movimento de inteligência artificial aplicados ao campo. Temos percebido um perfil que busca constantemente qualificação para permanecer na atividade rural”, analisa o gerente do Departamento Técnico (Detec) do Sistema FAEP/SENAR-PR, Arthur Piazza Bergamini.

Nesse novo cenário, o SENAR-PR vem representando um motor na capacitação e qualificação dos produtores e trabalhadores. Por mês, mais de 600 cursos são realizados em praticamente todos os municípios do Paraná, envolvendo mais de 7,5 mil pessoas, nas mais diversas áreas da cadeia do agronegócio.

“A participação do SENAR-PR tem sido muito importante no sentido de requalificar essa mão-de-obra do campo. A entidade está sempre acompanhando as inovações do setor. Temos sempre o olhar de ir ao mercado buscar quais são as demandas em relação a novas capacitações. Estamos acompanhando todas essas transformações no campo, tanto em mudança de perfil, quanto em novas tecnologias, para, na medida do possível, contemplar essa realidade em nosso catálogo de cursos”, acrescenta.

Leia a reportagem completa no Boletim Informativo da FAEP

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