Em Campinas, CNA debate mercado futuro do leite

Confederação participou de reunião com a StoneX na segunda (11)

Por CNA 13 de agosto 2025
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Brasília (13/08/2025) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu com representantes da StoneX, na segunda (11), em Campinas (SP), para discutir a construção de um mercado futuro para o leite brasileiro.

Participaram do encontro o chefe Global de Lácteos da StoneX, Liam Fentom, e o diretor de Commodities da StoneX Brasil e Paraguai, Glauco Monte, além de representantes da empresa, da indústria leiteira (Viva Lácteos e Lactallis), do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e da Embrapa Gado de Leite.

Durante o encontro, o setor produtivo destacou as necessidades para o cálculo do indicador e a construção de uma proposta de contrato para o mercado futuro do leite brasileiro, baseado em iniciativas exitosas em países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos, Nova Zelândia e Europa.

O coordenador de Produção Animal da CNA, João Paulo Franco, e o assessor técnico Guilherme Dias reforçaram a necessidade de o setor contar com uma ferramenta que contribua para a gestão de risco na atividade leiteira, gerando um ambiente mais favorável para a realização de investimentos de médio e longo prazos.

“O objetivo dessa medida é trazer previsibilidade, tanto de preços quanto de custos do setor leiteiro brasileiro, e possibilitar a destinação de investimentos de médio e longo prazos na atividade”, disse João Paulo.

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Segundo Guilherme, a iniciativa também vai reduzir a variação e as incertezas na venda ou compra de leite, contribuindo para um desenvolvimento mais harmônico para o setor leiteiro nacional.

Na reunião, o Cepea fez uma apresentação traduzindo a metodologia utilizada para levantamento das cotações do leite ao produtor e para seus derivados.

“A proposta é que o indexador a ser utilizado para a liquidação de contratos futuros seja baseado na cotação do leite em pó e do leite UHT, além do queijo muçarela. Se convertidos em seu equivalente de litros de leite, é possível criar um contrato cotado em reais por litro do produto, que tem boa aderência com o mercado”, disse João.

“Hoje, cerca de 80% de todo o leite brasileiro é direcionado à produção desses três derivados. Dessa forma, a maior parte da produção industrial estaria representada no indicador, gerando a possibilidade de que essa cesta de produtos ampare um contrato para os produtores”, argumentou Guilherme.

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O chefe Global de Lácteos da StoneX, Liam Fentom, destacou que a falta de um indexador calculado por uma instituição pública não impediu a criação de um mercado futuro para o leite na Europa, e que essa experiência poderia ser replicada aqui no Brasil.

De acordo com os porta-vozes da CNA, a medida figura como uma das principais inovações para o setor leiteiro brasileiro, e poderia contribuir decisivamente para o aumento da produção nacional ao gerar um ambiente mais previsível para a produção e captação de leite no país.

Nesse contexto, as indústrias foram provocadas a participar ativamente do delineamento da operacionalização do contrato, uma vez que grande parte delas já utiliza mecanismos de gestão de risco como esse para as aquisições de açúcar e cacau, por exemplo.

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