CNA destaca protagonismo dos produtores rurais com práticas sustentáveis
O debate ocorreu durante a COP 30 Farmers Summit, na sede da Confederação, em Brasília
Brasília (06/11/2015) - A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na quinta-feira (6), de discussões sobre sinergias, oportunidades e soluções para os agricultores na COP 30.
O debate ocorreu durante a COP 30 Farmers Summit, que reuniu produtores rurais, líderes mundiais e entidades internacionais na sede da CNA, em Brasília, para ampliar a participação do setor agropecuário nas negociações climáticas.
A assessora técnica de Sustentabilidade da CNA, Amanda Roza, participou do painel sobre os casos de sucesso dos produtores rurais na redução dos impactos climáticos, que também reuniu representes dos Estados Unidos, Quênia, Vietnã e Geórgia.
Amanda destacou o protagonismo dos produtores rurais nas ações de mitigação. “O que chamamos de mitigação na política climática é, em essência, o que os produtores rurais brasileiros já praticam: produzir mais com menos recursos, gerenciar a terra de forma eficiente, utilizar a água de maneira responsável, proteger a vegetação nativa e recuperar áreas degradadas”.
Amanda ressaltou que as práticas sustentáveis do campo já representam soluções climáticas concretas e mensuráveis, resultado de décadas de investimento, conhecimento e inovação.
“O plantio direto, por exemplo, retém carbono no solo e previne a erosão em mais de 40 milhões de hectares. Além disso, o Código Florestal Brasileiro garante que as propriedades rurais preservem, em conjunto, mais de 33% da vegetação nativa do país. Essas não são apenas promessas abstratas, mas soluções implementadas diariamente”.
A assessora pontuou, entretanto, que a agricultura, nem sempre foi incluída de forma efetiva no processo decisório sobre o clima.
Amanda também destacou que os agricultores brasileiros estão entre os mais comprometidos com a agenda de sustentabilidade, e que o setor vem se transformando com base na inovação e na responsabilidade ambiental.
“No Brasil, observamos uma nova geração de produtores conectados, que utilizam dados, bioinsumos, energia renovável e ferramentas digitais, mas também protegem nascentes, diversificam culturas e restauram solos. Eles entendem que a sustentabilidade não é apenas uma tendência, mas o melhor seguro contra os riscos climáticos e o caminho para a resiliência a longo prazo.”
Encerrando sua fala, a assessora técnica fez uma reflexão sobre o tempo e o olhar do produtor rural diante da urgência climática.
“Ao discutirmos o clima, falamos de metas para 2030 ou 2050. Mas, para o produtor rural, o futuro é a próxima estação, a próxima chuva e a próxima colheita. Cada prática sustentável adotada hoje é um investimento no amanhã. Os produtores rurais precisam se reconhecer como guardiões do nosso futuro compartilhado — porque eles já o são.”