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Produtores do PR levam conhecimento e trabalho para revolucionar agro do Paraguai
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29 de julho 2019

Por: Comunicação Social - Sistema FAEP/SENAR-PR

A bandeira vermelha, branca e azul no canto da sala e a cuia de tereré em cima da mesa não deixam dúvida: os hábitos paraguaios já estão incorporados à rotina do produtor paranaense Antonio Francisco Galhera, de 58 anos. Afinal, são quase quatro décadas vivendo no país vizinho. Mais do que um simples morar, Galhera contribui diretamente para o desenvolvimento econômico do Paraguai. O negócio dele é produzir diversas culturas agrícolas que exigem as duas mãos para contar, além da pecuária de corte.

Galhera desembarcou no Paraguai em 1983, quando o agronegócio por lá se resumia, praticamente, a produção de madeira, menta, algodão e alguns poucos grãos. Na época, o governo do presidente Alfredo Stroessner fazia propaganda pelo Paraná, principalmente nas regiões Norte e Oeste, para atrair produtores e, na bagagem, conhecimento e técnicas no ofício rural. “Quando chegamos, a estrutura agropecuária era bastante precária. Tivemos, inclusive, de trazer as máquinas do Paraná. Os fornecedores de insumo eram poucos. Os primeiros anos foram difíceis. Mas nunca pensamos em desistir”, relembra Galhera.

De lá para cá, o Paraguai se tornou uma referência mundial no agronegócio, ocupando, por exemplo, a quarta posição na produção da principal commodity agrícola, a soja, atrás apenas do Brasil, Estados Unidos e Argentina, e o décimo colocado no ranking dos exportadores de carne bovina. O estopim do desenvolvimento guarani se deu no início do século. Em18 anos, de 2000 a 2018, a oferta de soja foi multiplicada quase três vezes – de 3,5 milhões de toneladas para 10,2 milhões de toneladas (veja o gráfico na página 13). No mesmo período, a produção de milho cresceu quase 500% – de 947 mil toneladas para 4,6 milhões de toneladas. Tudo isso, principalmente, pelas mãos, suor e trabalho dos produtores paranaenses.

“Hoje, a agricultura do Paraguai é uma referência, com possibilidade de produzir ainda mais. Isso, com certeza, graças a vinda dos paranaenses, que trouxeram conhecimento, técnicas e tecnologias. Se não fosse assim, o Paraguai ainda estaria plantando mandioca e erva-mate”, destaca o produtor de São Jorge do Ivaí, na região Norte do Estado.

Galhera faz parte de um amplo universo de produtores do Paraná que, há décadas, atuam diretamente para colocar o Paraguai no mapa do agronegócio global. Não existem dados oficiais, mas segundo estimativa do presidente da Associação dos Produtores de Soja, Oleaginosas e Cereais do Paraguai (APS), Karsten Friedrichsen, mais de 15 mil brasileiros estão dedicados a atividade em solo paraguaio, sendo a esmagadora maioria de paranaenses. Isso sem contar os filhos destes agricultores e pecuaristas que, apesar da certidão de nascimento paraguaia, carregam o DNA pé-vermelho.

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