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Plano Safra terá R$ 188,3 bilhões em crédito rural e R$ 1,4 bilhão para comercialização
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7 de junho 2017
Por CNA

Por: Revista Globo Rural

O governo federal anunciou, nesta quarta-feira (7/6), um montante de R$ 188,3 bilhões em crédito rural para o Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018. O valor é ligeiramente maior que os R$ 185 bilhões planejados para a safra atual, cujo calendário termina oficialmente em junho, além de uma redução entre um e dois pontos percentuais das taxas de juros.

“Falamos em R$ 188,3 bilhões, mas o correto é um pouco mais”, disse o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em discurso, destacando os R$ 550 milhões disponíveis para a subvenção do seguro rural e R$ 1,4 bilhão reservados para apoio à comercialização de produtos agropecuários.

No informe em seu site oficial, o Ministério da Agricultura divulga que o montante oficial do Plano Safra é de R$ 190,25 bilhões. É o resultado da soma feita pelo ministro, considerando o volume de crédito, a subvenção ao seguro e o subsídio à comercialização.

Considerando só o crédito rural, as modalidades de custeio e comercialização terão à disposição R$ 150,25 bilhões. Desse total, R$ 116,25 bilhões serão a juros controlados, fixados pelo governo, e R$ 34 bilhões a taxas livres, negociadas diretamente com o agente financeiro.

As linhas de investimento somarão R$ 38,15 bilhões, um aumento de 12% em relação ao anunciado para a safra 2016/2017. “Vai dar a capacidade para produtores e cooperativas fazerem o investimento que o país precisa”, garantiu o secretário de Política Agrícola, Neri Geller, que detalhou o Plano Safra, em Brasília (DF). (Veja detalhamento abaixo)

Programas
Entre os principais programas, Geller destacou a ampliação dos recursos do Moderfrota, de financiamento de máquinas e equipamentos agrícolas. O montante para a safra 2017/2018 passou para R$ 9,2 bilhões e a taxa de juros foi reduzida de 9,5% para 7,5% ao ano. O valor ficou abaixo das expectativas. No início deste ano, o setor de máquinas e implementos previu demanda de R$ 11 bilhões para o próximo Plano Safra, por causa do aquecimento do comércio de maquinários no país este ano.

O Programa de Apoio ao Médio Produtor Rural terá R$ 21,7 bilhões, sendo R$ 18 bilhões para custeio da produção e R$ 3,7 bilhões para investimentos. A taxa de juros será de 7,5% ao ano.

Geller destacou a ainda a reativação do Prorenova, destinado à renovação de canaviais, que terá R$ 1,5 bilhão. A taxa de juros, ressaltou, caiu de TJLP + 6% para TJLP + 3,5%. “É um incremento importante para produtores e usinas”, disse ele.

Ainda de acordo com o governo federal, o Programa de Construção de Armazéns (PCA) terá um volume de R$ 1,6 bilhão. A taxa de juros foi reduzida em 2 pontos percentuais passando para 6,5% ao ano, com prazo de 15 anos para quitação dos empréstimos.

“Neste ano, incorporamos também os cerealistas no programa. São R$ 300 milhões para eles fazerem os investimentos”, anunciou o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.

Dificudades orçamentárias
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, voltou a mencionar as dificuldades na no estabelecimento do Plano Safra, principalmente, por causa das restrições orçamentárias. Destacou, no entanto, o trabalho conjunto dentro do governo para chegar às condições anunciadas nesta quinta-feira.

“Temos um tamanho, temo sum limite e vamos seguir, sem prometer nada que não possamos fazer no futuro”, disse Maggi.

O ministro destacou ainda que a produção agropecuária brasileira vai muito além dos 232 milhões de toneladas de grãos estimados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2016/2017. Citando produtos como laranja, mandioca, borracha, café e leite, Maggi disse que 1,2 bilhão de toneladas de produtos saem do campo.

“Esse é o peso da agricultura do Brasil. Fizemos tudo isso ocupando 8% do território para agricultura, 17,9% para a pecuária”, destacou.

PIB
A relevância do agronegócio para o crescimento da economia brasileira foi destaca também pelo presidente Michel Temer. No primeiro trimestre, o setor garantiu o resultado positivo do Produto Interno Bruto (crescimento de 1%) ao registrar um avanço de 13,4%.

“Estamos aqui para reafirmar nosso compromisso inequívoco com a agropecuária brasileira. A agropecuária é sinônimo de eficiência”, disse o presidente.

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No seu pronunciamento, Temer não deixou de lado a situação política. Em mais um dia de julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da chapa que compôs com a ex-presidente Dilma Rousseff para as eleições de 2014, o presidente, voltou a dizer que não deixa o governo.

“É com o vigor que esta solenidade provoca que vamos conduzir o governo até o dia 31 de dezembro de 2018”, disse ele, referindo-se a uma "injeção de otimismo" provocada pelo setor.

Temer também é investigado em função das delações dos donos da JBS à Justiça. Com base em conversas com o empresário Joesley Batista, o presidente é acusado de crimes como obstrução de Justiça, corrupção passiva e organização criminosa.