Comissões da CNA discutem desempenho do Plano Safra
Custos cartorários também estiveram na pauta da reunião realizada na terça (2)
Brasília (02/09/2025) – As Comissões de Política Agrícola e de Empreendedores Familiares Rurais da CNA promoveram reunião conjunta, na terça (2), para discutir o desempenho do Plano Safra, custos cartorários e inadimplência do setor.
O presidente da Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA, José Mário Schreiner, que também preside a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), abriu a reunião destacando a relevância da discussão para que a Confederação desenvolva ações que atendam as demandas dos produtores rurais, principalmente relacionadas às dificuldades de acesso ao crédito.
A vice-presidente da Comissão de Empreendedores Familiares Rurais, Elienai Trindade, destacou que a troca de experiências com os Estados é fundamental para fortalecer as ações voltadas aos produtores.
Plano Safra - Em relação ao Plano Safra 2025/2026, o assessor técnico Guilherme Rios fez um panorama dos valores anunciados para Agricultura Familiar (R$ 76 bi) e Empresarial (R$ 516 bi) e o que já foi aplicado até agora, dois meses após o início da safra 2026.
Rios explicou ainda que, entre julho e agosto, o desempenho dos recursos oficiais do Plano 2025/2026 foi 33% inferior ao registrado no mesmo período da safra 2024/2025.
Representantes das Federações de agricultura e pecuária de Goiás (Faeg), de Minas Gerais (Faemg), do Paraná (Faep) e Rondônia (Faperon) apontaram as altas taxas de juros e as exigências de garantias como fatores que têm dificultado o acesso do produtor ao crédito.
“Essas informações vão balizar as ações da Comissão e vamos acionar as instituições financeiras para dialogar e trazer amparo aos produtores rurais”, afirmou Guilherme Rios.
Custos cartorários – As Comissões também debateram um levantamento da CNA sobre os custos cartorários aplicados ao crédito rural no país. O estudo revelou grande discrepância entre as unidades da Federação: para uma mesma situação simulada, os valores variaram de R$ 174,51 a R$ 5.694,56. Uma Nota Técnica será enviada às Federações com orientações aos produtores rurais.
Inadimplência – A reunião contou também com a participação do analista do Banco Central, João Ferrari Neto, que apresentou uma tabela com os índices de atraso da carteira de crédito rural, detalhados por estado. Ele destacou que o Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária) vem sendo executado mensalmente, o que tem contribuído para reduzir a inadimplência, especialmente na agricultura familiar.