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Minas Gerais

Jônadan Ma assume Comissão de Leite do Sistema FAEMG
Jonada ma

3 de dezembro 2021

Por: Sistema FAEMG

O engenheiro agrônomo formado pela Esalq / USP (1981), empresário e diretor executivo do Grupo Araunah - Ma Shou Tao, Jônadan Ma , é o novo presidente da Comissão de Pecuária de Leite do Sistema FAEMG/SENAR/INAES/SINDICATOS . Ele também é vice-presidente da Cotrial (Cooperativa dos Produtores Rurais do Triângulo e Alto Paranaíba); presidente do Instituto Boa Fé de Apoio e Combate ao Câncer e presidente da FEBRAPDP (Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto) e da CAAPAS- Confederação das Associações Americanas para a Agricultura Sustentável.

Animado com a nova missão, diz que aceitou o desafio porque acredita que, com a soma de esforços, poderá contribuir para a mudança de problemas crônicos que afligem o setor, como por exemplo, o não cumprimento da Lei 12669 que determina que os laticínios informem aos produtores de leite, o preço pago pelo litro do produto, até o dia 25 de cada mês, anterior à entrega. Outra preocupação são os altos custos de produção.

Jônadan participou do 1º Encontro de Produtores de Leite do Triângulo , no último dia 29, em Monte Alegre de Minas, onde várias questões foram discutidas. Um documento com as principais reivindicações da classe está sendo elaborado e deverá ser concluído em 17/12 na primeira reunião da Comissão de Pecuária de Leite do Sistema FAEMG/SENAR/INAES/SINDICATOS, na sede do Sindicato dos Produtores Rurais de Uberlândia.

“Vamos expor a situação às lideranças, parlamentares e ao Ministério Público, por meio desse documento. É importante que o MP entre em ação e fiscalize o cumprimento das leis que existem para serem cumpridas em todas as suas instâncias”.

Entrevista
Por que os laticínios seguram tanto os valores que serão remunerados aos produtores?
Esse é um problema é crônico. A maior parte dos laticínios espera o fechamento do mês para informar quanto pagará aos produtores. Colocam a margem de lucro que querem e, com o que sobra, remuneram seus fornecedores. Entendemos que isso também é motivado pela instabilidade econômica, de mercado e cambial do país. As empresas sentem-se inseguras para trabalhar com prefixação de preços ao produtor. Mas o elo mais fraco não pode ser sempre o produtor. Isso tem que acabar!

Foto: Wenderson Araujo/CNA

Quais são as consequências dessa situação?

Sabemos que a pecuária leiteira no Brasil é fundamentada nos pequenos e médios produtores. Essa situação de desequilíbrio e prejuízos crônicos provoca o desmonte dessa estrutura, acelerando o êxodo rural com todas as consequências que já conhecemos. Tem muito produtor de leite vivendo em condições indignas, ganhando menos do que um funcionário menos graduado de uma empresa na capital, ou grande cidade.

Como poderíamos viabilizar a atividade leiteira desses pequenos e médios produtores?

Resgatando a autoestima deles, fazendo com que continuem a sonhar e acreditar que é possível crescer na atividade. E, também, unindo a classe para que o produtor de leite seja visto como uma categoria compacta, unida e com objetivos claros, com sua importância devidamente reconhecida, por meio a devida valoração de seu produto e trabalho. Razões e desculpas existem muitas. É preciso que produtor tenha vontade de mudar de vida. Que reconheça o seu valor e sua importância. Quem entendeu isso e está correndo atrás, está tendo resultados. É só não jogar a toalha.

Nesse sentido, qual é peso da assistência técnica?

Peso máximo. A assistência técnica é primordial. De um modo geral, temos uma boa rede. Existem belos trabalhos como o da Emater e o Balde Cheio, agora ATeG/Balde Cheio... Mas o produtor tem que tomar as iniciativas e correr atrás. O preço também é consequência do trabalho.

Foto: Wenderson Araujo/CNA


RAIO X

Jônadan nasceu em São Paulo em 1959. Filho de imigrantes chineses que vieram para o Brasil no final da década de 50, fugindo do país recém-tomado pelo comunismo. Em 1973, seus pais adquiriram terras no Triângulo e, desde então, ele se apaixonou pelo meio rural.

Jônadan é criador de girolando. Produz leite, soja e grãos há 36 anos na Fazenda Boa Fé, em Conquista. É casado com Ângela, pai da Ana, do Enos e do Samuel e avô de 7 netos.

Seu hobby é “passear no meio das vacas e das lavouras”. Isto porque o trabalho, além de negócio, é amor e dedicação. Mas, nos fins-de-semana, gosta muito de estar com a família, saborear uma boa comida, com bons vinhos e queijos.

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