COP 30: Sistema CNA/Senar promove Dia do Agro

Programação no estande teve debates sobre o papel dos produtores na ação climática e o legado na COP 30

Por Sistema CNA/Senar na COP 30 19 de novembro 2025
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Belém (19/11/2025) – O Sistema CNA/Senar realizou, na quarta (19), o Dia do Agro, no estande da Blue Zone, que reuniu lideranças, produtores e especialistas do setor para debater, em dois painéis, os temas “Produtores rurais como agentes da ação climática” e “O legado da COP 30”.

Durante a manhã, os participantes discutiram iniciativas e compartilharam experiências sobre o que o agro brasileiro já faz para contribuir como parte da solução dos problemas climáticos e para garantir uma produção sustentável e a segurança alimentar e energética.

Agentes - O primeiro debate teve a participação do presidente da Federação dos Agricultores do Canadá (CFA), Keith Currie, do vice-presidente de Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira, e da produtora rural Hortênsia Osaqui, proprietária da Fazenda Bacuri, no Pará.

A moderação do painel foi feita pelo diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, que destacou o protagonismo do agro em sistemas produtivos que fixam carbono no solo e no debate sobre mudanças climáticas nos últimos anos.

O presidente da CFA falou sobre a experiência canadense e do envolvimento dos produtores com boas práticas para garantir que as próximas gerações possam produzir também com sustentabilidade. Na sua avaliação, a agricultura também é parte das soluções e, por isso, é necessário aproveitar as oportunidades.

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Ele ressaltou, no entanto, que os produtores, apesar de fazerem sua parte, precisam de suporte em termos de financiamentos de ações climáticas de agricultura para que a atividade se consolide como líder em soluções.

O vice-presidente de Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira, lembrou a transformação que a agricultura tropical brasileira teve nos últimos anos, graças ao trabalho de instituições como a Embrapa, que fez com que o país passasse de importador a um dos maiores exportadores de alimentos do mundo.

Gedeão destacou que o processo de transformação da agricultura tropical se deu com base no aumento de produtividade, ampliando a produção no mesmo espaço, o que fez com que a população brasileira e mundial tivesse acesso a alimentos saudáveis, sustentáveis e a preços acessíveis.

Com o crescimento da população mundial nas próximas décadas, afirmou, o papel do Brasil será fundamental para garantir a segurança alimentar, ao mesmo tempo que o país será, por meio da agricultura, liderança na questão climática.

Hortênsia Osaqui falou sobre sua trajetória na produção de bacuri e em produtos derivados como geleia. Segundo ela, as frutas adaptadas à região ajudam a manter a floresta e as árvores nativas, além da exploração do turismo rural, o que contribui para a sustentabilidade da produção e reduz a pegada de carbono.

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Legado – Na segunda parte da programação, lideranças do setor produtivo, especialistas e parlamentares avaliaram o legado do agro na COP 30, destacando a participação ativa do setor nas discussões e o protagonismo obtido pelo setor nesta e nas próximas conferências do clima.

O presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, Muni Lourenço, destacou a criação da AgriZone, espaço da COP 30 exclusivo para que o agro mostrasse o que fez e o que faz em termos de produção sustentável.

Segundo ele, além de produzir alimentos e bioenergia, o setor também cumpre uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo. Desta forma, afirmou, o agro brasileiro deu seu recado desconstruindo narrativas equivocadas e o mundo passou a ter uma melhor compreensão sobre o compromisso do produtor rural brasileiro com a sustentabilidade.

O enviado especial da agricultura para a COP 30, Roberto Rodrigues, disse que a COP foi um divisor de águas para o agro brasileiro, que se posicionou perante o mundo, mostrando o seu legado em prol da sustentabilidade e como solução climática.

O vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), destacou a importância do agro brasileiro como produtor de biocombustíveis e como sequestrador de carbono, e o trabalho do Poder Legislativo com a aprovação de projetos que colocam o país na vanguarda da sustentabilidade.   

Por sua vez, o deputado federal Henderson Pinto (MDB/PA) afirmou que a partir desta COP o mundo não pode ignorar um setor que representa quase 30% do Produto Interno Bruto (PIB) e alimenta mais 1 bilhão de pessoas em todo o mundo, adotando as práticas mais sustentáveis do planeta.

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O diretor-geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Muhammad Ibrahim, disse que o Brasil e a América Latina são referências em agricultura de baixo carbono e inovações tecnológicas e esses e outros fatores ajudam a região a contribuir para o enfrentamento às mudanças climáticas.

A representante da Organização Mundial dos Agricultores (WFO), Luisa Volpe, disse que participou de várias conferências do clima e, na sua opinião, a COP 30 é a única em que ela viu o protagonismo do agro como solução para as mudanças climáticas.

Já presidente do Instituto Pensar Agro (IPA), Tania Zanella, falou que o agro brasileiro sai muito mais forte da COP 30 e mais ciente da missão de colaborar com práticas e tecnologias para o enfrentamento da questão.

O coordenador da FGV Agro, Guilherme Bastos, também destacou a mensagem dada pelo setor em relação ao compromisso com a sustentabilidade e por meio da adoção de tecnologias que sequestram carbono e passa a estar cada vez mais no centro das discussões climáticas.

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