CNA lança estudo inédito sobre acordo de livre comércio entre Mercosul e Canadá
Segundo o documento, a receita das exportações brasileiras de produtos agropecuários tem potencial para aumentar em US$ 7,8 bilhões
Brasília (29/07/2020) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) lançou, na quarta (29), um estudo inédito sobre os desafios e as oportunidades para o setor agropecuário brasileiro com a assinatura do acordo de livre comércio entre o Mercosul e o Canadá.
Os dados foram apresentados durante um webinar sobre o andamento das negociações e que contou com a participação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Ministério de Relações Exteriores (MRE).
Segundo o estudo da CNA, a receita das exportações brasileiras de produtos agropecuários tem potencial para aumentar em US$ 7,8 bilhões. Carnes, cereais, farinhas e preparações, frutas e complexo soja são os setores que podem ser mais beneficiados com o acordo.
No caso das carnes, o aumento da receita pode chegar a US$ 1,4 bilhão por ano. “Cortes nobres e de melhor qualidade tendem a ter melhor competitividade no mercado canadense. A carne bovina com certificados de qualidade e com padrões de rastreabilidade chama a atenção do consumidor médio”, diz o estudo.
O segmento de cereais, farinhas e preparações pode ter alta de US$ 771,9 milhões por ano com as vendas ao Canadá, sendo o milho o produto com maior capacidade de aumento de receita (US$ 324 milhões) e o arroz como potencial explorável no curto prazo, pois já possui alíquota de importação zero no país.
O estudo da CNA também analisou as linhas tarifárias do mercado canadense. O país norte-americano tende a negociar a eliminação de boa parte delas já no ano seguinte à entrada em vigor dos acordos, o que pode beneficiar os produtores brasileiros em um curto prazo.
Webinar – A coordenadora de Inteligência Comercial da CNA, Sueme Mori, foi a moderadora da live promovida pela entidade e durante o debate destacou a relação bilateral entre o Brasil e o Canadá em 2019.
“O comércio de bens movimentou US$ 5,6 bilhões e de produtos do agro registrou US$ 628,7 milhões. As exportações de carne de frango in natura, castanhas de caju e milho tiveram alta de US$ 21,3 milhões”.
Em sua fala, a coordenadora-geral de Negociações Comerciais Extrarregionais do MRE, Paula Barboza, detalhou o andamento do processo de negociação do acordo. “Desde 2018 já tivemos sete rodadas de negociações e a última ocorreu no segundo semestre de 2019. Esse é um acordo bastante amplo, pois vai envolver liberação de mercados de bens, serviços, investimentos e compras governamentais”.
De acordo com Paula Barboza, as negociações foram prejudicadas principalmente pela pandemia do coronavírus. “São nos encontros presenciais que os acordos progridem. Esperamos que em 2021 as negociações avancem, pois é uma prioridade para o governo brasileiro”.
Já o coordenador-geral de Assuntos Comerciais do Mapa, Carlos Halfeld, falou sobre os desafios da negociação para produtos do agro, como as proteínas. “O setor de carnes tem um grau maior de sensibilidade e resistência em todos os acordos e com o Canadá não será diferente”.
Segundo Halfeld, a carne de frango enfrenta picos tarifários elevados e o valor pode chegar a 250%. “As carnes são produtos prioritários na lista de pedidos do Mercosul”.
O diretor do Departamento de Temas Técnicos, Sanitários e Fitossanitários do Mapa, Leandro Feijó, destacou a importância da participação do setor privado para auxiliar o governo a definir as prioridades para o agro. “O setor traz elementos para que o negociador saiba quais são as necessidades do produtor brasileiro”.
Clique aqui para ler o estudo.
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