CNA avalia atribuições ao agro no Plano Clima e alerta sobre impactos ao setor
Confederação participou de debate na Comissão de Agricultura do Senado, na quarta (27)
Brasília (27/08/2025) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil avaliou como preocupante a forma como o setor agropecuário aparece na Estratégia Nacional de Mitigação do Plano do Clima. O alerta da CNA foi feito durante audiência pública da Comissão de Agricultura do Senado, na quarta (27).
O documento contém as ações setoriais da agropecuária para cumprimento das metas de enfrentamento às mudanças climáticas constante nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do Acordo de Paris.
Durante a audiência pública, o coordenador de Sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias Filho, afirmou que o documento, em avaliação após consulta pública, atribui ao agro responsabilidades que não foram discutidas durante a sua construção, como na questão das emissões.
Ananias Filho também destacou a falta de clareza sobre o sistema utilizado para atribuir responsabilidades entre os setores econômicos e ressaltou que o Plano atribui o desmatamento em áreas não privadas e não distingue o desmatamento legal do ilegal até 2035.
“Temos contribuição, mas nem toda responsabilidade é do agro. Desmatamento ilegal não é responsabilidade do produtor rural. Há uma série de ações que não estão bem descritas e acabam atribuindo uma responsabilidade maior do que realmente o setor tem governança”, afirmou.
Entre os pontos considerados críticos para o agro, o coordenador da CNA citou a atribuição setorial, realocação de emissões, metas de supressão de vegetação, emissões evitadas, remoções, sequestro de carbono, uso da propriedade, custo-efetividade e energia.
Para Nelson Filho, as distorções identificadas no Plano estão ligadas ao histórico das NDCs assumidas pelo Brasil sem discussão sobre os meios de cumpri-las.
“O Plano precisa contar com a participação de todos os setores que contribuem para o sucesso da mitigação dos gases de efeito estufa. Não se deve ignorar a participação do agro, que está pronto para responder aos questionamentos”, disse.
Ele concluiu afirmando que é importante que as NCDS sejam discutidas dentro do Congresso Nacional para que se tenha noção do real impacto para os setores econômicos, principalmente o agro brasileiro.