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Boletim CNA destaca impacto para as culturas e situação das exportações
Brasília (26/09/2020) – O boletim semanal da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) traz como um dos destaques o anúncio da cota adicional de 80 mil toneladas, livre de tarifação, para exportação de açúcar para os Estados Unidos. Na avaliação da entidade, esse volume é irrisório e muito inferior ao que ficou acertado em relação à importação do etanol norte-americano com isenção de alíquota.
A entidade também alerta para o prazo de entrega da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), que termina no dia 30 de setembro. A orientação é entregar até a próxima semana, sob pena de multa e outras penalidades.
Dados da OMC e do governo chinês mostram que, no primeiro semestre de 2020, o Brasil foi o principal fornecedor de produtos agrícolas para a China, com uma parcela de 22% das importações do país asiático, gerando receita de US$ 21 bilhões. As exportações brasileiras do agro responderam por 51% do total dos embarques no período, enquanto no mesmo período do ano passado esta fatia foi de 43%.
A demanda por Créditos de Descarbonização (CBios) continua aquecida, com recorde de compras pelas distribuidoras. Na última segunda-feira, mais de 250 mil CBIOs foram comprados.
A publicação avaliou o comportamento das principais culturas durante a pandemia no período de 21 a 25 de setembro.
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural
Conforme já alertado pela CNA, o prazo para entrega da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) termina no dia 30 de setembro. O não envio da declaração gera multa e mais algumas implicações como a não liberação da certidão negativa de débitos, impossibilidade de adesão a qualquer linha de crédito existente e o impedimento de transferência de imóveis. Para saber mais, acesse aqui .
Hortaliças e frutas
A adoção de medidas preventivas contra a Covid-19 permanece intensa nos pomares e nas packing houses para manter o bom ritmo das atividades de colheita e beneficiamento de frutas. As boas condições da produção têm garantido a oferta adequada de melão, uva, manga e melancia, que se encontram no início de safra.
Mesmo com a ampliação da oferta, a demanda externa aquecida e o reaquecimento das vendas no país têm contribuído para sustentar os preços no mercado interno. No caso da maçã, do mamão e da banana, os preços têm sido sustentados pela menor produção em função da sazonalidade.
Para as principais hortaliças, a semana foi de retração de preços. No caso da batata e da cebola, a intensificação da colheita no Cerrado de Minas Gerais e Goiás foi a principal responsável pelas desvalorizações. No caso da alface e da cenoura, a semana foi marcada pela demanda pouco aquecida.
Em relação ao mercado externo, até a terceira semana de setembro foram exportadas 72 mil toneladas de frutas. O volume médio diário exportado foi de 5,56 mil toneladas, 33% superior em relação à média do mesmo período de 2019.
As Feiras Seguras do Sistema CNA/Senar permanecem ativas por todo o Brasil. Nos últimos dias, cinco novas feiras foram realizadas na Bahia, nos municípios de Santa Bárbara, Itamaraju, Dário Meira, Mairi e Riachão do Jacuípe. Ao todo participaram mais de duzentos produtores. Neste sábado (26), Brasília recebe a segunda edição da Feira Segura no modelo drive thru.
Sucroenergético
Nesta semana foi anunciada uma cota adicional de 80 mil toneladas, livre de tarifação, para exportar açúcar para os Estados Unidos. Na avaliação da CNA, esse volume é irrisório e muito inferior ao que ficou acertado em relação à importação do etanol norte-americano com isenção de alíquota. Logo, a CNA apoia a continuidade das negociações, que devem ser atreladas à reciprocidade dos norte-americanos na retirada da tarifa de importação do açúcar brasileiro pelos Estados Unidos. O objetivo é evitar medidas que protejam produtores de outros países em detrimento dos produtores brasileiros.
Em relação ao mercado, a compra de Créditos de Descarbonização (CBios) permanece em aquecimento. A aquisição das distribuidoras entre 16 e 22 de setembro bateu recorde. Em uma única transação, registrada no último dia 21, mais de 250 mil CBios foram comprados por distribuidoras. O preço médio unitário ficou entre R$ 23,50 e R$ 32.
Quanto ao mercado de açúcar, consultorias e bancos internacionais apontam que, depois de uma queda de 1,5% no consumo global de açúcar em 2019/2020, resultantes da pandemia do coronavírus, estima-se um avanço de 1,9% na temporada 2020/2021. A ampliação do consumo tende a compensar parcialmente o aumento esperado da produção do adoçante.
Em Nova York, na Ice Futures, os lotes para outubro/20 variaram entre 12.50 e 13.00 centavos de dólar por libra-peso ao longo da semana. No mercado interno, a saca de 50 kg do açúcar cristal, mensurada pelo Cepea/Esalq, em São Paulo, permaneceu cotada acima de R$ 86,00 e sustentando altas ao longo da semana. Embora a produção tenha crescido neste ano, o bom desempenho das exportações brasileiras do adoçante mantém as cotações firmes ou em alta no mercado interno.
No caso do etanol, a maior mobilidade da população tem elevado a demanda pelo biocombustível. O indicador diário do etanol hidratado, mensurado pela Esalq/BM&FBovespa, sustentou altas ao longo da semana e fechou em R$1.898,0/m³.
Grãos
Com o fim do vazio sanitário, a safra 2020/2021 ganha atenção do setor. Em Mato Grosso, o plantio da soja já começou e evolui mais intensamente nas áreas irrigada e, ainda timidamente, em áreas de sequeiro na última semana. Bons volumes de chuvas - entre 25 e 50 mm - foram registrados no norte do Mato Grosso, em Goiás e no sul de Mato Grosso do Sul, regiões onde o plantio de soja deverá avançar em maior ritmo nas próximas semanas.
Já o milho 1ª safra encontra-se com o plantio atrasado no Paraná devido à falta de chuva. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), 34% das áreas já foram semeadas até 22 de setembro, atraso de 39% em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, o clima seco que prejudica o plantio do milho tem favorecido a colheita do trigo, que já atinge 44% da área. Na safra passada, esse percentual era de apenas 6% até a semana atual.
No mercado internacional, os preços da soja recuaram durante a semana, mas seguem acima dos US$10/bushel. As vendas americanas para exportação sustentam as cotações em bons níveis. Nas últimas duas semanas, o USDA divulgou diariamente vendas acima de 100 mil toneladas para a China. No acumulado da safra 2020/2021, os EUA já exportaram 32,3 milhões de toneladas, das quais 18,2 milhões de toneladas foram para a China.
Em Paranaguá, o preço de soja spot atingiu o patamar recorde de 150 reais/saca em 24 de setembro, aumento de 8% nos últimos 7 dias. Nas principais praças do país, os preços estão acima da paridade de exportação. Em algumas praças do Paraná e do Rio Grande do Sul, os preços chegaram a superar os dos portos, refletindo uma oferta doméstica apertada no período de entressafra.
No caso do milho, as exportações brasileiras estão estimadas em 6,3 milhões de toneladas em setembro. No acumulado de janeiro a setembro, o volume embarcado de milho soma 20,7 milhões de toneladas, 7,5 milhões de toneladas a menos que no mesmo período do ano passado. A menor produtividade das lavouras no Paraná e em Mato Grosso do Sul e a colheita atrasada são os motivos da redução.
Já os preços do milho continuam remunerativos ao produtor, chegando a R$62/saca na B3, valor recorde para o contrato de novembro. A desvalorização cambial, a alta demanda doméstica de carnes e a retenção de venda dos últimos lotes da safrinha alavancam os preços do cereal.
Café
Após um longo período de estiagem, as principais regiões produtoras receberam chuva na última semana. No entanto, de acordo com a Fundação Procafé, as chuvas supriram apenas 30% do volume esperado para setembro e foram insuficientes para reverter o déficit de armazenamento de água no solo. Os índices pluviométricos das próximas semanas serão determinantes para o pegamento da principal florada do café arábica esperada para outubro.
A CNA tem discutido medidas de enfrentamento da estiagem que afeta as principais regiões produtoras do país, como a melhoria no seguro rural e outras ferramentas de gestão de risco.
A Conab divulgou o terceiro levantamento da safra brasileira de café de 2020, estimada em 61,6 milhões de sacas. Apesar da boa produtividade, o volume estimado é 25% superior à safra de 2019, mas inferior a de 2018 (bienalidade alta), não se configurando então como recorde.
Em relação aos preços, o indicador Cepea/Esalq para o arábica tipo 6 iniciou a semana em baixa, mas ainda se sustenta acima de R$530,00/saca. O indicador Cepea/Esalq para o conilon tem se mantido acima dos R$385,00/saca ao longo da semana.
Aves e suínos
O mercado do frango vivo no interior de São Paulo operou em estabilidade em relação à semana passada, com o preço pago ao produtor permanecendo em R$4,10/Kg. No atacado, segundo o CEPEA/ESALQ, o preço do frango congelado no estado teve variações ao longo da semana, mas fechou estável em R$5,77/kg, uma alta de 10,3% no mês e 7% no ano de 2020. A estabilidade de preços se deve à perda de poder aquisitivo da população que ocorre naturalmente no final do mês.
Em outras regiões importantes para a produção independente, como Minas Gerais e Pernambuco, os preços pagos ao produtor são respectivamente R$4,15 e R$7,00/kg. Já para o mercado de produção integrada, a remuneração dos produtores permanece estável em termos nominais.
No mercado de ovos no interior de São Paulo, a caixa com 12 dúzias apresentou leve queda esta semana, cotada a R$69,00, R$1,00 abaixo do valor negociado na passada. Em Minas Gerais o preço referência fechou o dia 23 a R$70,00, também em queda em relação ao dia 16, quando estava cotada a R$75,00. O ovo tem sido a proteína mais barata nos últimos meses, mas o excesso de oferta traz muito desequilíbrio e novas desvalorizações são esperadas.
Já na suinocultura, as bolsas estaduais fecharam praticamente estáveis em relação à semana passada, influenciadas pelo calor dos últimos dias e pela redução do poder aquisitivo do consumidor no final do mês. A única alta reportada foi no Rio Grande do Sul, que espera negociar os animais na próxima semana a R$7,35/kg (+1,4%).
Dados do CEPEA mostram que a relação de troca do suíno/milho ou suíno/farelo de soja continua em alta no interior de São Paulo, com a diminuição da oferta dos insumos e pressão do dólar nas cotações.
Lácteos
No varejo, os preços do leite UHT sofreram uma redução de 2,37% ao longo da semana, sendo negociados a R$ 3,49/l. Os preços do queijo muçarela permaneceram estáveis ao longo da semana e em patamares elevados, com cotação de R$ 29,38/kg.
As importações de derivados lácteos continuam registrando crescimento em setembro, com volumes superiores ao mês de agosto.
Boi gordo
O mercado de pecuária de corte continua com falta de animais para abate e espaçamento nas escalas dos frigoríficos. A grande novidade é a redução do diferencial de base entre os estados e São Paulo. Normalmente, esse valor é negativo, pois os preços nos demais estados são inferiores ao estado de São Paulo. Mas agora os diferenciais estão reduzindo e, inclusive, estão ficando positivos, ou seja, preços maiores em estados como Minas Gerais e Pará.
As exportações brasileiras continuam aceleradas, com possibilidade de bater novamente o recorde de embarques e faturamento.
Quanto à Covid, o que preocupa o setor é o fim do auxílio emergencial, que vem dando suporte ao consumo interno. Ao retirar o auxílio, o poder aquisitivo da população de menor renda será reduzido, e o impacto gerado na comercialização de carne no varejo irá refletir nos preços dos animais vivos entregues ao abate. Mesmo em um ano de baixo consumo no Brasil, o mercado interno continua a representar 67,5% do consumo de carne produzida em abatedouros fiscalizados.
Pescado
O preço da tilápia no CEAGESP em São Paulo apresentou queda em relação à semana passada (-8%), cotado a R$7,50. Isso se deve à flutuação dos volumes contratados pelo atacado e varejo semanalmente e no final do mês, quando a disponibilidade de renda das famílias cai. Não há excesso de oferta ou queda na demanda para preocupar os produtores.
Durante a pandemia, houve aumento de consumo de tilápia pelas famílias, como forma de diversificar o cardápio. Além disso, com o retorno das atividades sociais, nota-se que a tilápia conquistou um público maior, o que contribui para um possível aumento no consumo per capita no acumulado de 2020.
No mercado externo, o câmbio favorável tem tornado a tilápia brasileira mais competitiva. As exportações brasileiras de pescados somam 31 mil toneladas no acumulado deste ano até agosto, crescimento de 8,8% ante o registrado em igual período do ano passado.
Cenário internacional
União Europeia
- A Associação Europeia das Cooperativas Rurais, Copa-Cogeca, publicou uma análise sobre o impacto da pandemia da Covid-19 sobre os setores de agricultura, silvicultura e pesca na UE. Segundo o documento, a despeito da reabertura parcial de algumas atividades econômicas na UE, a situação do mercado na maior parte dos setores agrícolas não teria se aprimorado substancialmente e permaneceria frágil. Com relação ao trabalho sazonal em lavouras, o documento critica o estabelecimento “descoordenado” de critérios de quarentena entre os estados-membros da UE, o que dificulta a circulação de trabalhadores. Em relação aos setores específicos, o documento destaca:
•Laticínios, carne, vitela e ovinos: embora a situação tenha se estabilizado até certo ponto, o setor ainda se preocupa com impactos futuros advindos de uma segunda onda de Covid-19, potenciais restrições decorrentes da recessão econômica, o futuro relacionamento comercial entre UE - Reino Unido e o impacto do preço do petróleo sobre mercados sensíveis a preços;
•Cereais, sementes oleaginosas e culturas proteicas: os preços dos grãos de girassol com alto teor de óleo teria caído 30% no sul da Europa no comparativo interanual, como resultado da menor demanda por gordura de fritura. Além disso, os preços de cereais (trigo, trigo duro, cevada e centeio) estariam baixos na maioria das regiões da UE;
•Mel: a época de floração no sul e no leste da Europa teria sido marcada por condições excepcionalmente chuvosas e frias, que teriam interrompido completamente a produção de mel. Nas regiões mais industrializadas, a apicultura estaria enfrentando um dos piores anos já registrados (Divisão de Promoção do Agronegócio-II (DPA-II) – MRE).
- A Comissão Europeia abriu uma consulta pública sobre proposta de regulamento de execução que dispõe sobre a administração de quotas de importação que atendem ao princípio “first come, first served”. Segunda a proposta apresentada, o regulamento de execução visa promover maior “simplificação e transparência” na gestão das quotas agrícolas ao estabelecer regras comuns para sua administração. Regras setoriais específicas são estabelecidas para cereais, arroz, frutas e vegetais (inclusive processados), vinhos, carnes (bovinos, caprinos, suínos e ovinos) e laticínios (Divisão de Promoção do Agronegócio-II (DPA-II) – MRE).
- A Agência Federal para a Segurança da Cadeia Alimentar da Bélgica (Afsca) ordenou, em 18 de setembro, a destruição de parte da produção de peras do país após a constatação de que cerca de 150 produtores haviam utilizado um fertilizante orgânico espanhol que continha matrine, um defensivo agrícola proibido na Europa (Divisão de Promoção do Agronegócio-II (DPA-II) – MRE).
China
- A Administração-Geral de Aduanas da China (GACC) anunciou em 18 de setembro que um exame de ácido nucleico apresentou resultado positivo para SARS-CoV-2 na embalagem de pescados congelados provenientes de um estabelecimento da Indonésia. Foi suspensa a aceitação de certificados sanitários internacionais do estabelecimento em questão por uma semana (Divisão de Promoção do Agronegócio-II (DPA-II) – MRE);
- De acordo com a classificação do Acordo sobre Agricultura da OMC e com base nos dados da Aduana Chinesa, no primeiro semestre de 2020, os produtos agrícolas representam 8,6% (US$ 95 bilhões) das importações totais da China (US$ 1,1 trilhão). Do conjunto das importações agrícolas chinesas nesse período, 22% foram supridos pelo Brasil (US$ 21 bilhões), colocando o país na posição de principal fornecedor de produtos agrícolas para a China. Na pauta de exportações brasileiras ao mercado chinês, por sua vez, produtos agrícolas representam 51% das vendas, com aumento da participação em relação ao mesmo período de 2019, quando foi de 43%. Observa-se, contudo, que apenas soja representa aproximadamente 70% das exportações do agronegócio brasileiro para a China. Excluindo-se esse produto, a participação do Brasil nas importações agrícolas da China seria equivalente a 7%. A participação brasileira nas importações agrícolas da China passou de 19,7% no primeiro semestre de 2019 para 22% no mesmo período de 2020. Esse aumento pode ser atribuído tanto a fatores domésticos pontuais quanto ao contexto internacional. De um lado, a epidemia da peste suína no país aumentou a demanda e os preços das proteínas animais, cuja representatividade no comércio bilateral elevou-se significativamente. De outro, a “guerra comercial” sino-americana gerou desvio de comércio do Brasil em direção ao mercado chinês, especialmente da soja (Divisão de Promoção do Agronegócio-II (DPA-II) – MRE).
Equador
- A crise provocada pela Covid-19 obrigou o governo equatoriano a adotar rígidas medidas de quarentena com vistas ao controle do contágio. A adoção de medidas semelhantes pela maior parte dos países, como EUA e países europeus, principais mercados das flores equatorianas, resultou no cancelamento de 80% das importações. O presidente da Expoflores, Alejandro Martínez, manifestou que a situação do setor é crítica e a pior já enfrentada pela floricultura equatoriana. Segundo o presidente, entre março e junho de 2020, as perdas do setor atingiram US$ 130 milhões, tendo sido dispensados 10 mil empregados diretos e 6 mil indiretos (Divisão de Promoção do Agronegócio-II (DPA-II) – MRE).
OMC
- Uma nova fase de discussões sobre agricultura terá início na OMC neste mês de setembro. Os membros da OMC discutirão, no Comitê de Agricultura, o impacto da Covd-19 no setor agrícola e trocarão informações sobre suas políticas. Reunidos em sessão extraordinária, buscarão avançar nas negociações sobre o setor, com vistas a alcançar um desfecho exitoso até a 12ª Conferência Ministerial programada para 2021 (OMC, 16 de setembro);
- Durante evento organizado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o vice-diretor-geral da OMC, Alan Wolff, explanou que o comércio internacional mais aberto e as reformas contínuas da política de comércio agrícola serão essenciais para atender às necessidades globais de segurança alimentar na próxima década. Em seus comentários, Wolff enfatizou o papel do comércio como mecanismo de transmissão para transportar alimentos de onde são abundantes para onde são escassos, além da importância da política comercial – e da estrutura de regras da OMC – como um meio para criar condições de mercado previsíveis e competitivas para os agricultores (OMC, 23 de setembro de 2020);
- Em reunião do Comitê de Acordos Comerciais Regionais (RTAs) no último dia 22 de setembro, os membros da OMC revisaram o aspecto do comércio de serviços do Acordo de Parceria Abrangente e Aprimorado entre União Europeia e Armênia e o Acordo de Livre Comércio entre Mercosul e Israel. O Acordo UE – Armênia entrou provisoriamente em vigor em 1º de junho de 2018 e contém compromissos sobre acesso ao mercado no setor de serviços, além dos compromissos no âmbito do Acordo Geral da OMC sobre Comércio de Serviços (GATS). A UE e a Armênia também concordaram com obrigações em compras governamentais, propriedade intelectual, concorrência, meio ambiente e trabalho, comércio eletrônico e pequenas e médias empresas. O Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e Israel foi totalmente implementado em 1º de janeiro de 2020. Israel liberalizou mais de 90% de suas linhas tarifárias para importações do Mercosul, que por sua vez liberalizou mais de 95% de suas linhas para produtos israelenses. Israel (que falou também em nome do Mercosul) disse que o acordo visa eliminar barreiras ao comércio, facilitar a circulação de mercadorias, promover condições de concorrência leal na área de livre comércio, aumentar as oportunidades de investimento e aumentar a cooperação em áreas de interesse mútuo (OMC, 23 de setembro);
- Segundo a OMC, o comércio mundial de mercadorias caiu 14% em volume e 21% em valor no segundo trimestre de 2020 em comparação com o período anterior, devido às medidas de contenção da Covid-19. Nos dados mais recentes, as quedas mais acentuadas foram registradas na Europa (-21%) e na América do Norte (-20%), enquanto a Ásia foi relativamente menos afetada (-7%) (OMC, 23 de setembro de 2020).
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