ALIMEN T AN D O O B R A SILEIRO

Arroba do boi inicia junho em queda, aponta Cepea
Boi gordo 132 0 674653002015150090031

5 de junho 2017
Por CNA

Por: Revista Globo Rural

O mês de junho começou mantendo a trajetória de desvalorização dos preços do boi gordo, aponta o indicador diário do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Nos dois primeiros dias do mês, a queda na referência para os preços com base em São Paulo foi de 1%. Na sexta-feira (2/6), a média apurada com base nos negócios no mercado paulista foi de R$ 131,33 por arroba. A cotação foi a menor desde meados de outubro de 2014.

No final de maio, o Cepea já havia registrado uma queda de 4,63% em relação à cotação do último dia útil de abril. Foi a maior variação negativa para o mês desde 1998, quando os preços começaram a ser referenciados pela instituição. No dia 31 de maio, a arroba foi cotada a R$ 132,66.

“A forte desvalorização em maio de 2017 está atrelada à maior oferta de animais para abate, devido à retomada da produção, após a seca observada em 2013/2014”, dizem os pesquisadores. Houve também maior participação das matrizes no total dos abates, em função da queda dos preços do bezerro.

Em comunicado, o Cepea explica que maio é tipicamente um mês de queda na arroba do boi, com um volume maior de animais prontos para abate. A seca típica para o período deixa o pecuarista mais disposto a vender, já que 90% do gado para abate no Brasil ainda é alimentado só a pasto.

No entanto, em maio de 2017, o clima acabou sendo um limitador da baixa nas cotações. Segundo a instituição, chuvas ao longo do mês melhoraram as condições das pastagens, possibilitando os criadores a reter o gado por mais tempo no campo.

A demanda, por sua vez, pouco ajudou, avaliam os pesquisadores. Eles acreditam que os sinais de recuperação da economia brasileira não são fortes o suficiente para viabilizar uma recuperação do consumo interno. E as exportações de carne bovina estão menores, totalizando de janeiro a maio um volume 10% abaixo do registrado no mesmo período no ano passado.

“O setor enfrentou três grandes desafios neste ano: a operação Carne Fraca, da polícia federal, a volta da cobrança do Funrural e, recentemente, as investigações de uma indústria de grande relevância para o setor”, lembram, no comunicado, fazendo referência ao JBS.