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IPCA
6 de dezembro de 2019
Apesar da aceleração de preços, IPCA acumulado em 12 meses ainda é o segundo menor do ano
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Após seis meses de queda, os preços dos alimentos consumidos no domicílio apresentaram alta no mês de novembro. Depois de cair 0,03% em outubro, a alta foi de 1,01% em novembro. O IPCA global subiu 0,51% e o grupo de Alimentos e Bebidas (+0,72%) apresentou a maior contribuição, 0,18 ponto percentual (p.p.) (alta de 0,72%). (Gráfico 1)

Gráfico 1- Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA)
Índice Geral e Alimentação no Domicílio 2019 (%) - Mensal

No acumulado de 12 meses o IPCA está em 3,27%, depois de fechar outubro a 2,54%. A expectativa do mercado é que esse indicador encerre o ano em 3.6%, patamar ligeiramente acima do piso da meta de inflação de 2019 (2,75%) e 0,65 ponto percentual abaixo do centro da meta, que é de 4,25%. (Gráfico 2).

Gráfico 2 - Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA)
Índice Geral e Alimentação no Domicílio - Acumulado em 12 meses

Apesar da aceleração do reajuste de preços, apresentada pelo IPCA acumulado em 12 meses até novembro, o resultado é o segundo menor do ano. (Gráfico 2). Embora em novembro, a variação dos preços dos alimentos consumidos em casa tenha apresentado, na média, crescimento de 1,1%%, alguns produtos apresentaram quedas bastante expressivas justificadas por movimentos de mercado detalhados a seguir: 

Principais Altas de Preço:

Abacate - A produção de abacate se concentra no estado de São Paulo que sofreu com uma seca há 60 dias atrás. O evento climático comprometeu o desenvolvimento dos frutos que deveriam ser entreguem em novembro. A escassez da produção combinada a alta demanda pelo produto, devido sua popularidade explica a alta de preço no mês de novembro.

Laranja-baía – A entressafra da laranja associada a retomada da demanda no mercado de mesa tem colaborado para a elevação dos preços no mercado interno. Em novembro esse aumento chegou 15,13% em comparação ao mês anterior.

Carnes – O aumento dos preços internos da carne bovina já era esperado para o mês de novembro. Basicamente, três efeitos contribuíram para o preço subir no mercado interno: o aumento na exportação, sendo que o volume embarcado por dia superou em 5,22% em novembro ante outubro. Além disso, a exportação pagou 7,56% a mais no valor da tonelada equivalente carcaça no mesmo período de comparação. Outro fator, foi a manutenção do consumo interno. Por fim, houve redução da oferta de animais prontos para o abate, pois novembro é conhecido pelo final da temporada de confinamento, e retorno dos animais produzidos a pasto.

Principais Quedas de Preço

Batata-inglesa – O adiamento na colheita em outubro impulsionado pela expectativa de aumento dos preços resultou no excesso de oferta, consequentemente, levando a redução dos preços da batata em novembro.

Tomate - O atraso das chuvas e o excesso de calor no mês de outubro e novembro antecipou o ciclo dessa cultura resultando no aumento de oferta e, consequentemente, na queda dos preços em novembro. Isso ocorreu, principalmente, nos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás, onde estão localizados os principais polos de produção dessas culturas.

Cebola - Seguindo o mesmo comportamento de outubro, o período de colheita e a ampliação da oferta de cebola nas regiões produtoras do Nordeste (Irecê/BA, Vale do São Francisco PE/BA e Mossoró/RN) têm pressionado a redução das cotações.

Cenoura – A cenoura segue a tendência de queda dos últimos meses refletindo as boas condições climáticas que têm promovido ganhos de produtividade e consequentemente da produção, principalmente na região do Triangulo Mineiro e Alto Paranaíba.

Feijão-mulatinho – Com a terceira safra finalizada em meados de outubro e novembro, a maior oferta de grãos fez com que o preço fosse pressionado.

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