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Veto da UE à carne de frango terá forte impacto se gerar efeito cascata
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19 de abril 2018
Por CNA

Por: Estadão

A superintendente de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ligia Dutra, afirmou há pouco ao Broadcast Agro que o maior impacto da suspensão da compra de carne de frango de 20 unidades brasileiras pela União Europeia (UE) seria se outros mercados adotassem a mesma medida. A UE, apesar de importante no setor, representa pouco menos de 11% da receita de exportações de carne de frango do País, com US$ 770 milhões ante um total de US$ 7,1 bilhões em 2017. O governo estima que a suspensão, anunciada hoje, corresponda a uma parcela de 30% e 35% do mercado europeu, ou US$ 230 milhões a US$ 270 milhões anuais.

"É claro que a União Europeia é importante, mas quando comparamos com o mundo o bloco não é nosso principal mercado, mas sim outros países, como Arábia Saudita", diz Ligia. "O grande impacto seria um efeito cascata, já que exportamos para 160 mercados. A medida da União Europeia afeta a credibilidade do setor e temos que cuidar para reverter isso e manter a confiança do nosso importador."

Para a superintendente de relações internacionais, a CNA avalia que a UE adota um tratamento injusto com exigências sanitárias em relação ao Brasil e as utiliza como desculpa para criar barreiras comerciais. "É importante dizer que a União Europeia também é exportadora de carne de frango, com uma receita de US$ 1,4 bilhão, valor que não desprezível.

" Ela defende que o Brasil adote medidas semelhantes às praticadas pelos europeus, com o aumento da rigidez no tratamento de produtos do bloco econômico que entram no País.

Segundo ela também, as medidas da Europa contra produtos brasileiros poderão afetar a negociação para um acordo de livre comércio UE-Mercosul. "Não é mensagem positiva no momento em que negociadores (do Mercosul) estarão na Europa, na semana que vem, e ainda mais vinda de um setor que sempre apoiou o acordo", afirmou. Ligia lembrou que 130 mil famílias brasileiras dependem do setor de aves, o momento atual é de alta dos insumos e o governo deveria adotar medidas mitigação, como a realização de mais leilões de escoamento de milho, por exemplo.

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