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Rio Grande do Sul

Senar-RS treina profissionais para o projeto Duas Safras
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Iniciativa, liderada pela Farsul e ABPA, incentiva produtores a usar áreas ociosas para produzir grãos para alimentação animal

31 de maio 2021

Por: Tatiana Py Dutra

Fonte: Padrinho/ASCOM Senar-RS

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS) e a Embrapa estão articulados como parte de um projeto que promete gerar renda aos agricultores ao mesmo tempo em que pode expandir os negócios da suinocultura e da avicultura, além da pecuária de corte e de leite. É o projeto Duas Safras, que visa a incentivar, dentre algumas alternativas, o plantio de culturas de inverno não apenas para a venda de grãos, mas para a alimentação animal.

Desde a semana passada, 100 profissionais das empresas que se relacionam com o Senar-RS - entre professores, instrutores, técnicos e supervisores de campo - estão recebendo treinamento on-line da Embrapa Trigo, de Passo Fundo. A capacitação visa a repassar as mais modernas tecnologias para o manejo de culturas como o trigo, principal cultura do inverno gaúcho, além de cevada, centeio, triticale e aveia.

Um dos objetivos do Duas Safras, projeto capitaneado pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e Associação de Brasileira da Proteína Animal (ABPA), junto com uma série de outras entidades e empresas, é explorar áreas que, no inverno, não estejam envolvidas com a produção de grãos. E a colheita serviria para resolver dois problemas. Um é a dificuldade de alimentar o rebanho bovino no verão com forragens conservadas, quando a atividade perde área para o plantio de soja. A outra é o déficit de aproximadamente 9 milhões de toneladas de milho, principal fonte energética de aves e suínos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

Trigo

Segundo o superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli, o Rio Grande do Sul tem pelo menos 5 milhões de hectares disponíveis. Desses, pelo menos 1 milhão de hectares são áreas destinadas ao arroz que estão em período de descanso entre ciclos produtivos. Esses espaços poderiam ser usados no cultivo de milho. A Embrapa Clima Temperado, de Pelotas, desenvolve técnicas de manejo do solo mais úmido para a adaptação do grão.

“E encontramos na Embrapa Trigo a possibilidade de usar mais de 4 milhões de hectares que o Estado tem e que, no inverno, viram pastagem ou cobertura vegetal para esperar a soja. Elas poderiam ser empregadas em culturas de inverno. A cultura-chefe é o trigo, que este ano vai plantar 1 milhão de hectares, mas poderia expandir para 1,5 milhão, 2 milhões, porque há espaço para ampliar a lavoura de inverno. Mas também pode ser usada no plantio de cevada, centeio, triticale, aveia”, completa Condorelli.

A Embrapa Trigo trabalha no desenvolvimento de cultivares adaptadas à fabricação de ração, substituindo o milho na alimentação de aves e suínos. Mas também é possível que alguns desses cereais sejam usados para a produção de forrageiras conservadas, principalmente na forma de silagem.

Comercialização

A aquisição desses grãos será feita pela indústria, mas, conforme Condorelli, a Farsul está se articulando com entidades veiculadas a ABPA e a associações de produtores de aves e suínos para que acenem com programas de aquisição e canais de comercialização desses produtos.

“A intenção é incentivar o produtor, mostrando caminhos técnicos para produzir grãos que não estão no mercado, assim como identificamos dificuldade na pecuária. Queremos que ele venda”, comenta o superintendente.

O treinamento dos profissionais ligados ao Senar-RS terá carga horária total de 16 horas, divididas em quatro encontros. Para setembro, ainda está previsto um Dia de Campo, se as condições sanitárias da pandemia permitirem. O início do projeto ainda deve ser definido.

*Esse texto pode ser livremente reproduzido mediante crédito a Senar-RS/Padrinho Conteúdo