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Paraná

Reformulação dá novo fôlego ao Programa AAJ
Programa AAJ

Programa Aprendizagem de Adolescentes e Jovens incluiu conhecimento sobre sustentabilidade, drones e solda em edição que marca retomada após dois anos de pandemia

9 de janeiro 2023

Uma novidade marcou o ano de 2022 do Programa Aprendizagem de Adolescentes e Jovens (AAJ), promovido pelo Sistema FAEP/SENAR-PR. A inclusão de disciplinas relacionadas à sustentabilidade, drones e solda deu um novo fôlego para a iniciativa, criada há 12 anos. Como fechamento, ocorreram ao longo de dezembro, as formaturas de 105 alunos de sete turmas realizadas em unidades da Usina Santa Terezinha, nos municípios de Paranacity, Terra Rica, Iguatemi, Cidade Gaúcha, Rondon, Ivaté e Tapejara.

“Nosso objetivo é proporcionar o que há de mais inovador no mercado aos jovens que estão começando. Esperamos que essa contribuição marque a vida desses adolescentes e jovens, que vão assumir o protagonismo de suas carreiras”, enfatiza Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR.

O AAJ é voltado a jovens entre 14 e 24 anos, em acordo com a Lei 10097/00, conhecida como Lei do Menor Aprendiz. A principal missão do programa é preparar as novas gerações do campo para o mercado de trabalho. Para cumprir isso, o programa leva seus participantes ao ambiente corporativo, proporcionando o desenvolvimento, na prática, competências profissionais.

Toni Wesley Tavares dos Santos, diretor de operações agroindustriais da Usina Santa Terezinha, revela que mais de 1,8 mil pessoas já participaram do projeto, com efetivação de 800. “Em 2022, fizemos um programa capacitando profissionalmente essas pessoas, usando a metodologia do CHA: ‘conhecimento, habilidade e atitude’. Essas são habilidades não trabalhadas nas escolas tradicionais”, avalia Santos.

Para o diretor, este ano fica marcado pela atualização do programa e a superação da pandemia. “O programa este ano veio mais forte, tanto no técnico quanto nas novas disciplinas. Sem sombra de dúvida, o melhor programa de AAJ que já foi feito na Usina Santa Terezinha”, crava.

A gerente de Recursos Humanos da Usina Santa Terezinha, Luciana Scalon, também enfatizou a reformulação do programa como um ponto de virada. “Além da inclusão dos cursos de sustentabilidade, solda e de drone, concentrar o programa em oito meses resultou em uma dedicação maior dos jovens aprendizes. A possibilidade de o jovem aprender de forma mais rápida fomenta a dedicação”, analisa Luciana.

Dinâmica atualizada

O AAJ tem duração entre 800 a 1,2 mil horas, dependendo da atividade da empresa parceira, sendo metade da carga destinada à prática profissional. O programa é dividido em três fases. A primeira é o Núcleo Básico, no qual os participantes desenvolvem competências comportamentais (gestão de pessoas, comunicação, liderança e cidadania). Na sequência, no Núcleo Específico, os aprendizes abordam os conteúdos voltados à atividade profissional que irão desenvolver. No caso das usinas, a mecânica e manutenção de tratores e máquinas, a sustentabilidade, solda e drones. A terceira fase é a Prática Profissional, que, no caso das empresas do Grupo Santa Terezinha, ocorre nas oficinas das usinas.

Terra Rica

Tapejara

Rondon

Paranacity

Ivaté

Iguatemi

Cidade Gaúcha

A técnica do Departamento Técnico (Detec) do SENAR-PR e coordenadora do programa, Regiane Hornung, lembra que a reformulação também passou por uma atualização dos instrutores envolvidos em repassar os conteúdos. “Fizemos um curso de educação socioemocional para que pudéssemos saber como agir com os participantes nesse pós-pandemia. As emoções dos alunos vieram afloradas”, descreve Regiane.

Na formatura em Rondon, a integrante da Comissão Estadual de Mulheres da FAEP (CEMF) Simone de Paula ficou impressionada. “Cada um deles apresentou seus projetos com uma empolgação, uma gana de querer entrar no mercado de trabalho. Fiquei muito feliz de ver cada um dos projetos”, revela.

A participação das meninas é uma constante no AAJ. “A mulher vem conquistando seu espaço. Eu fiquei feliz de ver meninas buscando o caminho, pois cada mulher tem seu potencial e elas estão mostrando isso”, celebra Simone.

Instrutores conselheiros

A conexão que se estabelece entre instrutores e participantes salta aos olhos quando os mestres falam de seus pupilos. Sinaldo Alves, por exemplo, tem diversos grupos de Whatsapp com ex-alunos. Nesse espaço, até hoje são trocadas dicas sobre como se portar em entrevistas de emprego ou mesmo dentro das funções exercidas nas empresas. “É muito gratificante ouvir: ‘eu vou levar isso comigo para toda a vida’”, orgulha-se Alves.

Marcio Vessoni, também instrutor do AAJ, enfatiza o poder de transformação dos alunos e também dos colaboradores que entram em contato com os jovens. “Durante a formatura, um funcionário de uma das empresas disse que o JAA tinha trazido informações que ele desconhecia até então. Isso mostra que está valendo a pena o esforço e que estamos conseguindo mudar a cultura e contagiando a todos com o conhecimento”, aponta Vessoni.

Outras turmas e inscrições para 2023

Além das sete turmas realizadas nas usinas Santa Terezinha, foram realizadas outras duas. No dia 30 de outubro, em Ibiporã, se formou o grupo de 15 pessoas realizado dentro da Geneslab, com sede em Maringá, no Noroeste do Paraná. Já no dia 20 de dezembro, foi concluída uma turma de oito alunos, dentro da Granja Real, com sede em Pato Branco, no Sudoeste do Paraná. Nesta última, no lugar de formatura, foi realizada uma gincana de encerramento.

O sucesso da reformulação do AAJ empolga os envolvidos para a realização da edição de 2023. Na Usina Santa Terezinha, as inscrições já estão abertas e devem ser feitas diretamente com a companhia, pelo site usinasantaterezinha.gupy.io . Para participar do AAJ é obrigatório que o jovem esteja frequentando as aulas, ou que já tenha concluído o Ensino Médio. Desta forma o programa ocorre no contraturno escolar.