Oferta elevada mantém pressão e feijão segue em queda em novembro, indica CNA/Cepea

Clima favorável à colheita ampliou a oferta em importantes regiões produtoras, intensificando a pressão sobre as cotações

Por CNA 1 de dezembro 2025
Compartilhe:
Feijao preto

Brasília (01/12/2025) - Os preços dos feijões carioca e preto mantiveram trajetória de queda ao longo de novembro, em um cenário de baixa liquidez e negociações voltadas quase exclusivamente à reposição de estoques, segundo o indicador CNA/Cepea.

O clima favorável à colheita ampliou a oferta em importantes regiões produtoras, intensificando a pressão sobre as cotações.

No caso do feijão carioca, a chegada de novos lotes no Sudoeste Paulista reforçou o movimento de baixa, sobretudo para produtos de maior qualidade. Já o carioca de notas entre 8,0 e 8,5 apresentou comportamento mais irregular: embora as quedas tenham predominado em várias regiões, algumas praças registraram sustentação de preços diante da oferta mais limitada.

Para o feijão preto, o movimento de queda também foi consistente ao longo do mês, influenciado pela liquidação de estoques e pela proximidade da nova safra. Em novembro, a média nacional acumula recuo de cerca de 7% em relação a outubro, de acordo com o Cepea.

Feijão carioca (Notas 9 ou superiores): A demanda se concentrou nos lotes recém-colhidos de São Paulo, mas permaneceu restrita à reposição. A dificuldade de repassar preços ao atacado e ao varejo reduziu o ritmo de compras pela indústria, pressionando ainda mais o mercado. Entre 21 e 28 de novembro, os preços recuaram 4,06% em Itapeva (SP). Goiás e Minas Gerais também registraram baixas, ainda que menos intensas.

Feijão carioca (Notas 8 e 8,5): Nesse grupo intermediário, as variações foram mais dispersas. Nas praças de São Paulo, Minas Gerais e Bahia, os preços cederam, influenciados pela maior presença de lotes com umidade elevada e defeitos. Em Itapeva (SP), a queda foi de 4%, e em Barreiras (BA), de 1,68%. Já em regiões de Goiás — Centro/Noroeste, Leste e Sul Goiano — houve altas semanais, impulsionadas por demanda mais ativa e maior seletividade dos produtores. Em Sorriso (MT), a semana terminou com leve valorização.

Feijão preto (Tipo 1): O mercado segue pressionado. As quedas acumuladas em novembro ultrapassaram 6%, mantendo a média mensal abaixo da registrada em outubro. Em Curitiba, os preços recuaram 2,4%, enquanto na Metade Sul do Paraná a baixa foi de 0,7%. Em São Paulo, as cotações também diminuíram, refletindo a oferta local e o ritmo lento de reposição.