Faeac reúne especialistas para fortalecer práticas trabalhistas no agro
Encontro evidenciou um movimento concreto da Faeac para ampliar informação, prevenção e segurança jurídica no campo
ASCOM
Fonte: ASCOM
A Federação da Agricultura e Pecuária do Acre (FAEAC) realizou, na última terça-feira (25), um encontro voltado para temas essenciais ao trabalho rural: saúde, fiscalização e formas de contratação. O evento “Cuidar de Quem Produz” reuniu produtores, dirigentes sindicais e especialistas do Ministério do Trabalho e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), fortalecendo o diálogo entre o setor produtivo e os órgãos fiscalizadores.
O encontro evidenciou um movimento concreto da Faeac para ampliar informação, prevenção e segurança jurídica no campo — áreas que se tornaram cruciais diante das novas exigências trabalhistas e da crescente complexidade das relações de trabalho no meio rural. Presidentes de diversos sindicatos rurais do estado marcaram presença, reforçando o caráter coletivo e representativo da iniciativa.
Aproximação institucional e fortalecimento do produtor
Rodrigo Hugueney, coordenador trabalhista da CNA, destacou o papel da ação como ponto de alinhamento entre o sistema sindical e os órgãos de fiscalização. “A realização deste tipo de evento é muito importante no intuito de aproximação entre a federação e a fiscalização do trabalho com o ministério; criar bons relacionamentos é essencial para levar este tipo de evento ao interior do estado, expandindo o alcance da informação necessária”, afirmou.
Hugueney abordou ainda as formas de contratação no campo, enfatizando a necessidade de formalização: “É fundamental termos contratos formais com os trabalhadores para aumentar produtividade e condições de trabalho. Assim, reduzem-se riscos relacionados às infrações trabalhistas e problemas de natureza fiscalizatória.”
Transparência na fiscalização e prevenção de riscos
Jackson Sena Brandão, auditor fiscal do trabalho e coordenador nacional da fiscalização rural, reforçou que o encontro foi uma oportunidade para explicar como a fiscalização funciona e quais são os principais pontos de atenção para os produtores.
“Hoje na Faeac nós tratamos de diversos temas ligados ao trabalho rural, incluindo formalização dos vínculos e prevenção de doenças e acidentes. Também mostramos os principais pontos que configuram irregularidade, para que os participantes possam criar ambientes de trabalho mais seguros”, disse.
Para ele, o impacto é direto tanto para trabalhadores quanto para empregadores: “Isso permite maior dignidade para o trabalhador e diminuição de riscos jurídicos para os empregadores. Evento positivo e com muita participação dos presentes.”
Saúde mental no campo entra na pauta
O superintendente regional do Trabalho no Acre, Leonardo Lani, chamou atenção para as mudanças recentes nas Normas Regulamentadoras, especialmente a NR-1, que passou a incluir riscos psicossociais. “Falamos sobre os riscos psicossociais listados na NR-1, que passaram a ser incorporados em maio deste ano e já estão sendo cobrados nas empresas”, explicou.
Ele alertou que, a partir de maio de 2026, passam a valer multas para quem não se adequar: “Se houver a chance de agravo psíquico relacionado às demandas dos trabalhadores, esses riscos devem estar no inventário e no PGR, como forma de mitigar e garantir a saúde mental dos trabalhadores.”
Faeac como articuladora do desenvolvimento
Para o presidente da Faeac, Assuero Veronez, o encontro reflete o papel da federação como ponte entre o produtor e o poder público, buscando soluções práticas para o dia a dia do campo. “Nós sabemos que o produtor rural enfrenta uma realidade cada vez mais regulamentada. Nosso papel é garantir que ele tenha acesso à informação qualificada, de forma clara, para que possa produzir com segurança, legalidade e respeito ao trabalhador. Esse tipo de diálogo fortalece o agronegócio acreano e prepara nossa base para os desafios que vêm pela frente.”
Veronez também destacou a presença dos presidentes de sindicatos rurais do estado como demonstração de unidade do setor, reforçando que “a força do agro acreano está na organização e na capacidade de antecipar problemas”.