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Estudo aponta eficiência de plantas de cobertura
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Trabalho avalia uso de diferentes espécies no controle de perdas de água, terreno e macronutrientes e seus reflexos na produtividade da soja e do milho

3 de fevereiro 2022

No Estado reconhecido como berço do Plantio Direto no Brasil, estudar as culturas de cobertura e os benefícios que essas espécies podem trazer para os cultivos comerciais é estratégico. Esse trabalho permite identificar quais as melhores plantas para esta função e os ganhos que esse sistema pode trazer para a produtividade das lavouras e para a melhor estruturação do solo. A pesquisa “Perdas de água, solo e nutrientes em Latossolo argiloso sob sistemas de manejo” se propõe justamente a avaliar a eficiência do uso de espécies de cobertura neste tipo de solo em um sistema plantio direto e seus reflexos no rendimento de grãos de soja e do milho na região Oeste do Paraná.

Conduzida na estação experimental do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), unidade de Santa Tereza, a iniciativa integra a Rede Paranaense de AgroPesquisa e Formação Aplicada (Redeagro), iniciativa financiada pelo SENAR-PR, Fundação Araucária e Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti), que, desde 2017, coordena 35 projetos na área de conservação de solo e água em todo Estado.

Primeiramente, a área da pesquisa foi compactada por um rolo compressor. Segundo o autor do trabalho e professor do curso de Engenharia Agrícola na Unioeste Cascavel, Deonir Secco, cada nível de compactação apresentou um tratamento diferente, com o duplo objetivo de avaliar o papel das plantas de cobertura na estruturação do solo e na produtividade das lavouras implantadas posteriormente.

Á área experimental foi dividida em talhões com diferentes tipos de cobertura: aveia branca, aveia preta, centeio, aveia preta + tremoço branco, aveia preta + ervilha forrageira, aveia preta + nabo forrageiro (espécies de cobertura de inverno), guandú forrageiro, feijão guandú, mucuna preta, milheto, crotálária júncea e crotalária spectábilis (espécies de cobertura de verão).

Após o manejo destas espécies de cobertura (de verão e de inverno) foi cultivado soja e posteriormente milho safrinha por dois anos consecutivos. Ao longo do desenvolvimento destas culturas comerciais, foram instaladas calhas coletoras com a função de avaliar as perdas de solo e de água nestas lavouras.

De modo geral, as espécies de cobertura propiciaram melhoria na qualidade estrutural do solo e também ganhos de produtividade na soja. E de acordo com o trabalho, as espécies de cobertura de verão mais promissoras na redução da compactação do solo foram feijão guandú, crotalária spectábilis e a mucuna preta. Já as espécies de inverno apontaram os consórcios aveia preta + tremoço branco e aveia preta + ervilha forrageira. Também foi possível identificar um aumento significativo na produtividade da oleaginosa conduzida na área analisada. Em relação ao milho não houve ganhos de rendimento.

No que se refere às perdas de água e solo, o experimento constatou que as perdas médias totais nas safras 2017/18 e 2018/19, na cultura da soja, foram, respectivamente, de 197,66 m3 ha-1 (água) e 205,15 kg ha-1 (solo); e na cultura do milho, 127,78 m3 ha-1 e 63,96 kg ha-1, menores na comparação com áreas sem o uso de coberturas. As perdas de macronutrientes (cálcio, magnésio, potássio e fósforo) verificadas entre os tratamentos não foram significativas.

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