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Dia Nacional do Café - Bebida é a mais popular entre os brasileiros
Desde 2005, a data é comemorada no dia 24 de maio em homenagem ao início oficial da colheita de café no Brasil
Brasília (24/05/2021) – “Pausa para o café”. “Paga o cafezinho?”. Quem nunca falou ou escutou uma dessas frases durante uma reunião, encontro de família ou até mesmo nos intervalos de estudo? Tomar café é um hábito que já faz parte do dia a dia das pessoas.
Apreciar a bebida vai além do simples gesto de degustar um produto especial. Café é sinônimo de mais energia, seja para o melhor desempenho de uma atividade física ou como estimulante para a rotina diária de trabalho.
O aroma e sabor, benefícios para a saúde e o bem-estar, são algumas das características que fazem do café a bebida mais popular entre os brasileiros e a mais consumida no mundo todo, depois da água.
Só no ano passado, foram consumidas 21,2 milhões de sacas do grão no país, um crescimento de 1,34% em relação a 2019, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC). Com esse resultado, o Brasil permanece como segundo maior consumidor mundial da bebida, atrás apenas dos Estados Unidos.
Atualmente, o Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2020/2021 foram produzidas 63,1 milhões de sacas de 60 quilos, sendo 77% da espécie arábica e 23% do conilon ou robusta. Segundo o Censo Agropecuário 2017, existem 265 mil estabelecimentos produtores de café no país.
A espécie conilon está presente nos estados do Espírito Santo, Bahia e Rondônia. Já o arábica se concentra, principalmente, em Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia e Paraná.
A riqueza de aromas e sabores dos cafés brasileiros é resultado das diversidades das regiões produtoras. As condições edafoclimáticas, culturais e o manejo das lavouras, conferem ao Brasil um leque de perfis sensoriais como em nenhum outro país do globo. A unicidade de cada uma dessas regiões é reconhecida com a conquista dos selos de Indicação Geográfica (IG), que são uma forma de delimitação instituída oficialmente, reconhecendo a região pela qualidade e tradição de um produto.
De acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o café tem doze Indicações Geográficas (IG), sendo quatro denominações de origem (Mantiqueira de Minas, Cerrado Mineiro, Montanhas do Espírito Santo e Caparaó) e oito indicações de procedência (Matas de Minas, Cerrado Mineiro, Campo das Vertentes, Alta Mogiana, Região de Pinhal, Oeste da Bahia, Norte Pioneiro do Paraná e café conilon do Espírito Santo).
O Dia Nacional do Café é comemorado nesta segunda (24) e o Sistema CNA/Senar parabeniza a todos os produtores que trabalham para produzir um café de qualidade e reconhecido mundialmente. Maio foi o mês escolhido por ser o início oficial da colheita do grão no Brasil.
A Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) trabalha para defender os interesses do cafeicultor brasileiro e melhorar a qualidade de vida no campo. Nos últimos meses, colegiado atuou em diversas demandas, como a liberação de recursos para financiamento no volume e momento adequados para os produtores de café, crédito para recuperação de cafezais, promoção no trabalho decente e o desenvolvimento de ferramentas de gestão de risco.
“O nosso objetivo é garantir a competitividade do café brasileiro, a remuneração do produtor e o incentivar a investir em melhorias na produção”, afirmou o presidente da Comissão, Breno Mesquita.
Confira o depoimento de alguns cafeicultores:
LETÍCIA DALMAZO MELOTTI
São Domingos do Norte – Espírito Santo
Há seis anos Letícia produz café conilon em uma propriedade no município de São Domingos do Norte e há dois anos se dedica à produção de cafés especiais. Sua motivação foi buscar formas de olhar o café como um alimento e não somente como um produto de alta produção. “Quando você olha para um alimento, você muda a forma de cuidar, principalmente na cadeia sustentável”.
Para ela, o café representa uma parceria. “Eu cuido dele e ele cuida de mim. Trato dele como se fosse da família, assim como todas as outras culturas e cultivos que realizo”. Letícia Dalmazo contou que a atividade mudou sua vida. “Esse ano quito meu carro que adquiri há seis anos. Com ele realizo várias atividades facilitando e beneficiando a própria propriedade”, disse.
E por falar em parceria, a produtora já participou de vários cursos do Senar, como Negócio Certo Rural, administração rural, poda de cacau e poda de café. “Fui atendida de setembro de 2017 a dezembro de 2020”.
ALEX SANDER UPP CALVI
Jaguaré – Espírito Santo
O café está na família de Alex desde final do século XIX, quando seu tataravô desembarcou no porto da capital Vitória para cultivar nas terras altas do sul do estado. O que o motivou a dar continuidade ao cultivo do grão foi uma mistura de tradição e paixão. “Digo isso porque estudei, pois diziam que a vida no campo era dura. Me formei em Análise de Sistema, mas mesmo assim percebi que vida dura era a vida sem paixão. Então voltei para os braços do café, ou melhor, para os galhos do café”.
Segundo Alex, toda a história de prosperidade da sua família tem relação direta com muito trabalho e o café. “O café representa passado, presente e futuro. Se fizermos um levantamento do que tínhamos há 40 anos e agora, não daria para acreditar que chegamos até aqui”.
O Senar também teve participação na vida do Alex. Sua esposa já fez o curso de gestão agrícola e ele o de degustação de café. “Ainda recebo atendimento a distância de um técnico do Senar, isso devido à pandemia. Continuamos aguardando as coisas voltarem ao normal para dar sequência ao trabalho de acompanhamento no campo das áreas separadas para o trabalho com café especial”.
MAURÍCIO CAPISTRANO COSTA
Vale do Jequitinhonha – Minas Gerais
Em fevereiro de 2016, Maurício realizou o primeiro plantio de café. Mas não foi uma decisão fácil. Segundo ele, muitas pessoas diziam que a atividade não teria sucesso, pois a região do Vale do Jequitinhonha não tinha vocação para a produção de café. “Sou pecuarista há 30 anos e depois de muita persistência, decidi iniciar a atividade cafeeira. Estudei muito sobre a área até criar a marca Soma Coffee, em 2018”.
Maurício explicou que já na primeira colheita, o grão atingiu 80 pontos, mesmo sem a seleção adequada. “Em 2019 recebemos o apoio do Senar e foi quando tivemos a compreensão do que realmente era o café. Com isso, saltamos para 85 pontos”. Hoje, do total da sua produção, 60% são de cafés especiais, todos em sistema agroflorestal.
“O café valoriza minha origem, a minha história. Com ele eu crio uma vocação, ressignifico muita coisa. É uma oportunidade de colocar a cidade em uma perspectiva diferente, mostrar que ela pode ser um núcleo de produção de café. Isso tudo me emociona, me motiva”.
BRUNA CAROLINA
Fervedouro – Minas Gerais
O café está presente na família de Bruna há 30 anos. Mas a produção especial do grão foi iniciada há três anos por Bruna, com a motivação de produzir produtos diferentes e de qualidade. “O café sempre foi a principal fonte de renda da minha família desde o meu avô. Para nós, ele é uma paixão, representa a nossa maior riqueza”.
A produtora participou do curso do Senar Minas sobre degustação e classificação de café há pouco menos de um mês. “Foi muito bom, tivemos vários aprendizados”.
NUCIA MARIA DE OLIVEIRA CENCI
Distrito Federal
Nucia está na atividade cafeeira desde 2014, quando adquiriu a propriedade na região do Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD/DF). Segundo ela, além da plantação do grão, a fazenda tinha uma fábrica de beneficiamento, o que favoreceu a continuidade do trabalho.
“Sempre fomos apreciadores de um bom café. E o contato direto proporcionou um grande conhecimento e amor pelo plantio. Hoje o café é minha perspectiva de melhora e crescimento futuro, seja em conhecimento ou em satisfação em produzir grãos de alta qualidade. Somos uma família de gaúchos e goianos, uma mistura de tradição e amor a terra, em especial ao café”, disse.
Para a produtora, todo dia é dia do café. “Ele faz parte da vida dos brasileiros. Vi meus avós produzindo e torrando o próprio café para que todos os dias pudéssemos tomar aquele saboroso energético matinal. Hoje, retomar essa tradição é voltar as minhas origens. Me traz lembranças de uma infância feliz, onde as famílias se reuniam para o cafezinho da tarde”.
LAURO JURGEAITIS
Alto Paraíso de Goiás – Goiás
Lauro administra a fazenda Volta da Serra na região da Chapada dos Veadeiros desde a década de 80. Na época já existia um plantio de café e que foi continuada pelo produtor pelas boas condições climáticas, de solo e altitude. “Havia uma produção pecuária quando adquirimos a propriedade, mas como ela está localizada em uma região turística, tivemos que diversificar”.
O produtor explicou que o café orgânico é vendido em um centro de visitantes na própria fazenda, uma vez que a propriedade é aberta ao público para turismo. “Para nós, o café representa qualidade de vida e proteção ao meio ambiente”.
Além de produtor rural, Lauro é vice-presidente do Sindicato Rural de Alto Paraíso de Goiás e participa de um grupo de cafeicultores que buscam a Indicação Geográfica ou de Procedência para o café do Planalto Central ou do Cerrado goiano.
Assessoria de Comunicação CNA, em parceria com as Federações de Agricultura do Espírito Santo (Faes), Minas Gerais (Faemg) e Distrito Federal (Fape-DF)
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