COP 30: Sistema CNA/Senar promove debates sobre o papel das energias renováveis na solução climática
Painéis sobre transição energética e descarbonização fizeram parte da programação do estande da Blue Zone
Belém (17/11/2025) – O Sistema CNA/Senar realizou, na segunda (17), um debate sobre energias renováveis dentro da programação do estande da entidade na Blue Zone, na COP 30, em Belém (PA).
Os debates foram focados nos temas “Agro e transição energética”, pela manhã, e “O futuro da energia é agro: o papel do setor na descarbonização global”, que ocorreu à tarde.
Transição energética - O debate da manhã foi moderado pelo professor Daniel Vargas, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que destacou o protagonismo do agro brasileiro na contribuição para a substituição de combustíveis fósseis por fontes de energia sustentáveis.
Segundo ele, 75% das emissões globais de gases vêm do CO² e, dentro deste volume, 87% vêm da queima de combustíveis fósseis. No entanto, ressaltou, o que pode ser problema para outros países é uma oportunidade para o Brasil diante da matriz energética que o país possui, mostrando que o agro é parte da solução dos problemas climáticos.
As debatedoras da parte da manhã foram Márcia Silva, especialista de sustentabilidade e assuntos florestais da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), e a superintendente de Derivados de Petróleo e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Ângela Oliveira.
Márcia enfatizou o potencial do país na produção de fontes de energia sustentáveis a partir da biomassa florestal e lembrou que há uma grande diversidade de produtos energéticos que podem ser feitos com esta matéria-prima.
Em sua fala, Ângela Oliveira, superintendente da EPE, apresentou números que mostram, por exemplo, que o setor de transporte no país tem 25,7% de energia renovável. Ela também falou sobre as iniciativas e políticas governamentais para a produção e biocombustíveis e energia renováveis.
Descarbonização – O debate da tarde reuniu representantes do governo e setor produtivo de Minas Gerais e abordou o tema " O Futuro da Energia é Agro: o Papel do setor na Descarbonização Global".
O presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, Muni Lourenço, fez a abertura da programação e afirmou que o agro tem dados bons exemplos para garantir a segurança energética com uso de energias sustentáveis.
O debate foi moderado pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Antônio Pitangui de Salvo, que reforçou a importância da contribuição do agro na transição energética e no processo de descarbonização global.
Neste contexto, ele enfatizou que o Brasil é um dos únicos países cuja base da transição energética nasce no campo.
O painel teve a participação da superintendente da Qualidade Ambiental e Mudança Climática da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), Renata Araújo, do diretor da Aperam, Ezio Santos, do presidente da Harsco, Wender Alves, e do diretor comercial e de operações da Agronelli, Renato Costa.
A representante da Semad falou de ações do governo estadual para impulsionar o uso de energias renováveis e como o agro tem contribuído neste processo. Segundo ela, as parcerias em busca da descarbonização são essenciais para a transição energética e o produtor rural é parte desta solução.
Em seguida, o diretor de operações da Aperam Bioenergia, Ezio Santos, apresentou a atuação da empresa na área de florestas plantadas em iniciativas de produção de fontes de energia renovável como o aço verde, além de projetos voltados para a economia circular e a redução de pegada de carbono.
Na sequência, Wender Alves, presidente da Harsco, multinacional que atua em soluções ambientais para a indústria e aço e metais, mostrou como a empresa faz para tornar seus produtos cada vez mais sustentáveis transformando resíduos industriais em produtos sustentáveis para a agricultura e a fabricação de produtos.
Por último o diretor de comércio e operações da Agronelli, Renato Costa, falou da parceria com a Faemg para estimular as práticas sustentáveis em prol do agro e para contribuir com a sustentabilidade.