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Por: Ascom Sistema Faeb/Senar

A incidência do psilídeo da goiabeira quase dizimou a lavoura do fruto, em Guanambi, no sudoeste da Bahia. Os produtores de goiaba já pensavam em desistir da cultura para apostar em outra atividade. Mas graças ao Programa AgroNordeste a realidade mudou. Com o controle da praga, os agricultores não só continuam produzindo, como melhoraram a qualidade e a quantidade do fruto.

Esse é o caso de dona Maria Aparecida Ramos, que após amargar prejuízos por algumas safras, agora colhe bons frutos, literalmente. Uma única goiaba chegou a pesar mais de meio quilo. Ela só conseguiu o feito após mudar as práticas de manejo em sua lavoura, adotando técnicas que aprendeu com a Assistência Técnica e Gerencial promovida através do Programa AgroNordeste. Ao todo, 300 pequenos e médios produtores da região são atendidos pelo programa, que tem transformado a realidade do campo, contribuindo para a fixação do agricultor na zona rural.

Assim como a goiaba, outras cadeias produtivas também sofreram impactos negativos, levando o Senar a implantar 10 turmas do programa no município, sendo duas voltadas para a pecuária leiteira e oito para a fruticultura, com foco na banana, goiaba, maracujá e manga. Em pouco mais de um ano, o AgroNordeste já elevou a produtividade e os índices zootécnicos das propriedades.
“O programa identificou os gargalos e está corrigindo cada um deles, levando conhecimento técnico e gerencial aos proprietários. Para tanto, nos reunimos com as secretarias de Agricultura e de Desenvolvimento Econômico do Município, para envolve-los nesse processo”, explicou César Magalhães, coordenador regional do Programa AgroNordeste.
Henrique Batista é produtor de manga há mais de 12 anos, no distrito de Ceraíma. Ele nunca teve uma colheita tão satisfatória como a última, após aplicar o conhecimento adquirido com as visitas dos técnicos do Senar. Em duas áreas cultivadas, sua média de colheita era de 600 caixas da fruta. Depois da assistência, ele dobrou a produtividade, sem elevar o custo de produção.

“Esse era um negócio tocado pelo meu pai e que eu repetia a sua fórmula. Só vim inovar depois que conheci o Senar. Antes a gente esperava pelo ciclo da natureza. Agora, fazemos a indução floral, que nos permite produzir frutas fora da época e ofertar ao mercado com preços muito mais atrativos”, diz ele, que vendia uma caixa por R$ 8 e agora o preço médio é R$ 35, mas já chegou a R$ 50. “Eu sou muito grato aos técnicos do Senar por tudo que nos ensinaram: a indução, a poda, o espaçamento entre uma muda e outra, a adubação e o manejo. Eu aprendi muita coisa mesmo. E o melhor: tudo 100% gratuito. E eu quero que esse conhecimento que tanto me ajudou sirva para outras pessoas também, por isso eu indico o Senar para todos produtores rurais”, completa.
Henrique comemora o incremento de 100% em sua lavoura, mas sabe que tem potencial para crescer ainda mais, sem ampliar a área cultivada. No geral, outros produtores de manga registraram o aumento de 350% da produtividade. Segundo o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Guanambi, Nelson Gomes, a cultura foi a que registrou melhor desempenho, mas outras, como uva e banana, por exemplo, elevaram, em média, 35%. Já a produtividade do gado leiteiro dobrou. “Os números falam por si e demonstram que o AgroNordeste foi um gol de placa, resultado da cognição de João Martins (CNA) e da ministra Tereza Cristina (Agricultura). Com o programa, nós conseguimos transformar a realidade dos produtores atendido nos distritos irrigados de Ceraíma (Guanambi) e Estreito (Urandi), onde atuamos com ATeG. Em um ano e meio o resultado obtido foi simplesmente espetacular, por isso já pretendemos ampliar”, avaliou
O supervisor de campo, Jorge Viana, defende que o sucesso do programa se deve à junção da assistência técnica com a gerencial. Para ele, a segunda é tão importante quanto a primeira. “Eles precisam entender isso como um negócio, porque se não houver rentabilidade, não haverá continuidade. E é gratificante ver propriedades, que estavam subaproveitadas, serem sustentável economicamente”, pontua.

Para o presidente do Sistema Faeb/Senar, Humberto Miranda, a inovação na prática agropecuária é necessária para garantir a sucessão familiar. “Ao constatar que o modelo de agricultura praticado pelos pais não é rentável, os filhos não queriam dar sequência à atividade e, com isso, acontecia o êxodo rural, pois eles iam buscar oportunidade de trabalho na cidade grande. A partir do momento em que o Senar leva conhecimento e tecnologia, mostrando a viabilidade do negócio, a gente consegue fixá-los no campo, através da geração de renda na sua propriedade”.
O AgroNordeste é liderado pelo Mapa, e desenvolvido em parceria com órgãos vinculados à pasta e instituições como Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)/Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Sindicatos Rurais, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Banco do Nordeste (BNB) e o Banco do Brasil. Na Bahia, o programa está presente em 96 cidades, levando assistência técnica e gerencial a mais de 8 mil produtores rurais de diferentes regiões.