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CNA prevê margem de lucro menor e alta dos custos de produção em 2023
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Desafios foram apresentados na coletiva de imprensa realizada na quarta (7)

7 de dezembro 2022
Por CNA

Brasília (07/12/2022) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê para 2023 um ano de desafios, tanto no ambiente interno quanto no cenário externo, em que poderá haverá uma margem de lucro menor para o setor agropecuário com redução de receita para o produtor rural e alta dos custos de produção na atividade.

Estas e outras previsões foram anunciadas, na quarta (7), pela CNA, durante a entrevista coletiva de fim de ano para apresentar o balanço da atividade agropecuária em 2022 e as perspectivas para 2023, com a participação do presidente da CNA, João Martins, do diretor técnico, Bruno Lucchi, e da diretora de Relações Internacionais, Sueme Mori.

Do lado doméstico, incertezas sobre o controle das despesas públicas e a condução da política fiscal devem impactar os custos do setor agropecuário, sobretudo em questões tributárias. A taxa Selic deve se manter elevada no próximo ano, acarretando mais custo para o crédito para consumo, custeio e investimento. E o crédito privado deve se consolidar como alternativa para o produtor financiar sua produção nas próximas safras.

João Martins, presidente da CNA João Martins, presidente da CNA

Na esfera internacional, as previsões de desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) mundial podem influenciar o comportamento das exportações brasileiras do agro no próximo ano. Também há estimativas de queda de crescimento econômico de alguns dos principais parceiros comerciais do Brasil, como China, Estados Unidos e União Europeia. E o cenário externo seguirá volátil com a incerteza na disponibilidade global de grãos e de insumos causados principalmente pela guerra da Rússia na Ucrânia.

PIB - Uma das estimativas da CNA para o próximo ano é de um cenário que varia de estabilidade a um crescimento de até 2,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio em relação a 2022 devido aos elevados custos de produção, que devem permanecer no próximo ano, e da tendência de queda nos preços internacionais das commodities agrícolas.

Entretanto, mesmo com a projeção de alta menor do PIB, o resultado sinaliza uma recuperação se comparado com o PIB do agronegócio deste ano, que deverá fechar em queda de 4,1%, depois de registrar recordes em 2020 e 2021, reflexo da forte alta dos custos com insumos no setor, especialmente pela elevação dos preços dos defensivos e fertilizantes, que superaram os 100% de alta neste ano.

VBP - Para o Valor Bruto da Produção, que mede o faturamento da atividade agropecuária (dentro da porteira), a tendência para o próximo ano é de um crescimento de 1,1% em relação a 2022, mostrando um ritmo menor de expansão, puxado pelo comportamento da pecuária, que deve ter uma receita 2,3% menor em 2023 em relação a este ano.

Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA

Safra – A estimativa para a safra de grãos 2022/2023 é de um aumento de 15,5% (ou 42 milhões de toneladas) em relação à safra 2021/2022, atingindo 313 milhões de toneladas. Esse crescimento é reflexo da elevação na área plantada, estimado em 76,8 milhões de hectares na atual safra, principalmente da soja, que pode chegar a 43,2 milhões de hectares, superando em 4% o ciclo anterior. A oleaginosa também deve recuperar a produtividade, favorecida pelas condições climáticas, em 17% na comparação com a safra passada e a produção deve totalizar 153,5 milhões de toneladas.

Comércio exterior - O ano de 2023 deve ser desafiador, mas com boas perspectivas para que o Brasil continue aumentando a sua participação no comércio agrícola internacional e cumprindo a sua vocação de ser um grande fornecedor de alimentos para o Brasil e para o mundo, contribuindo para a segurança alimentar global.

Na avaliação da CNA, a expectativa é de que o comércio internacional de bens deve desacelerar. A Organização Mundial de Comércio (OMC) prevê um aumento de apenas 1% no volume transacionado, bem abaixo dos 3,4% esperados para esse ano.

Neste contexto, o comércio agrícola deve seguir a mesma linha, crescendo a níveis menores do que em anos anteriores em razão do crescimento mais lento das importações da China, a retomada econômica mundial em função da pandemia Covid e o conflito entre Rússia e Ucrânia e seus impactos (aumento preço insumos, crise energética, redução oferta grãos – são os principais fatores).

Por outro lado, a previsão é de que haja aumento das importações mundiais dos principais produtos exportados pelo Brasil, embora a taxas inferiores às registradas nos anos anteriores. O consumo mundial de soja deve aumentar 1% em 2023, concentrado nos países em desenvolvimento, que devem responder por 74% desse consumo no ano que vem.

Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais

A CNA vai seguir atuando para defender os interesses do produtor rural para evitar a imposição de barreiras comerciais injustificadas e a taxação das exportações, além de seguir com ações de promoção do agro brasileiro. Desta forma, a entidade realizará novas edições do AgroBrazil, em 2023, levando representantes diplomáticos estrangeiros para conhecer a realidade do setor, além de intensificar o processo de internacionalização de pequenos e médios produtores rurais, por meio do projeto Agro.BR .

Sobre os mercados, a CNA seguirá trabalhando para ampliar a abertura de novos produtos para países como a China (principal destino das exportações do agro), e para a expansão dos registros de estabelecimentos exportadores, especialmente de carnes. Há também a expectativa de concluir o processo de abertura para farelo de soja, além de aumentar as vendas de milho e amendoim.

A CNA também espera o avanço de acordos comerciais e vai monitorar e subsidiar o governo para evitar prejuízos aos produtores rurais brasileiros na questão das diligências devidas, com atenção especial para os mercados dos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia.

Balanço – Este ano foi marcado, entre outros fatores, por uma forte alta dos custos com insumos no setor agropecuário, principalmente pela elevação dos preços de defensivos e fertilizantes. Esta será a principal razão para uma queda do PIB do agronegócio em 2022, que deve fechar em 4,11%. Também contribuíram para pressionar o PIB para baixo as reduções de produção em atividades importantes, como soja e cana-de-açúcar.

Já o Valor Bruto da Produção (VBP) deve alcançar R$ 1,3 trilhão em 2022, crescimento de 2,2% em relação à 2021. No ramo agrícola, a receita deve subir 3,3% em relação a 2021, alcançando R$ 909,3 bilhões. Na pecuária, a previsão para este ano é de estabilidade, com aumento 0,1%, alcançando R$ 448,5 bilhões. As principais cadeias que mais influenciam no VBP são a soja, a carne bovina e o milho, que, somados, representam 58,4% do total.

No comércio exterior, de janeiro a novembro deste ano, as exportações brasileiras de produtos agropecuários totalizam US$ 148,3 bilhões, superando em 23,1% o total vendido em todo o ano de 2021, de US$ 120,5 bilhões. Nos 11 primeiros meses de 2022, o agro respondeu por 48% das vendas externas totais do Brasil.

Acesse aqui para rever a coletiva e acessar o documento completo e as apresentações

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