CNA discute gestão integrada das águas em seminário de irrigação
Evento ocorreu em Montes Claros (MG)
Brasília (15/08/2025) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou do “2° Seminário Mineiro de Irrigação”, em Montes Claros (MG), na quarta (13), para discutir soluções e estratégias para a gestão sustentável dos recursos hídricos a partir de experiências nacionais e internacionais.
A assessora técnica da CNA Jordana Girardello moderou o painel técnico e destacou a relevância de conhecer modelos bem-sucedidos no exterior e adaptá-los à realidade brasileira.
Para discutir o tema, o painel contou com apresentação de pesquisadores brasileiros, como Lineu Neiva, da Embrapa Cerrados.
O pesquisador falou sobre o panorama do uso da água para irrigação e o modelo de gestão de águas subterrâneas em Nebraska, nos Estados Unidos, que utiliza sistemas regionais de governança com base de dados robusta e autonomia para implementar ações de preservação e uso racional da água.
Em seguida, o professor Everardo Mantovani, da Universidade Federal de Viçosa (FGV), apresentou um estudo sobre o Aquífero Urucuia, localizado no Oeste da Bahia. Ele destacou o potencial hídrico da região e alertou para a importância do planejamento estratégico e de dados para evitar sobrecarga e conflitos de uso e expansão da agricultura irrigada.
A pesquisadora do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Maria Antonieta Mourão, falou da experiência de integração entre águas superficiais e subterrâneas na Bacia do São Francisco, com foco nas sub-bacias do Verde Grande e Carinhanha. Segundo ela, a gestão separada das diferentes fontes hídricas compromete a eficácia das políticas e dificulta o equilíbrio entre oferta e demanda.
Para Jordana Girardello, o painel deixou claro que o Brasil precisa avançar em dois pontos centrais: a integração das águas superficiais e subterrâneas e o fortalecimento da governança participativa.
"O modelo do Nebraska mostra que é possível unir gestão descentralizada, dados precisos e engajamento local. Se conseguirmos adaptar essas práticas à nossa realidade, vamos garantir não apenas produção, mas segurança hídrica para o futuro e segurança alimentar", afirmou.
A assessora técnica da CNA ressaltou que o desafio brasileiro é sistematizar os dados coletados para gerar informações a fim de que a gestão seja eficiente.