Campo Futuro levanta custos de grãos, limão e pimenta-do-reino
Painéis foram realizados em quatro estados
Brasília (15/08/2025) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou nesta semana levantamentos de custos de produção de grãos (soja, milho e sorgo), limão e pimenta-do-reino dentro do projeto Campo Futuro.
Os painéis foram realizados com produtores de Mato Grosso do Sul, Sergipe, Bahia e Minas Gerais, com a participação de federações de agricultura e pecuária, sindicatos rurais, universidades e centros de pesquisa.
Grãos – Na sexta (15), técnicos e produtores de Ponta Porã (MS) discutiram informações sobre a produção de soja na região. A colheita foi de 42 sacas por hectare na safra 2024/2025, representando a segunda quebra consecutiva.
Desde o ano passado, a região tem sido afetada por calor excessivo e falta de chuvas, comprometendo o desempenho da cultura. Já o milho 2ª safra teve desempenho bem superior ao do ano passado, passando de 45 para 110 sacas por hectare.
O sorgo também apareceu como alternativa na região, com média de 75 sacas nesta safra.
Na segunda (11), em Itabaiana (SE), o levantamento apontou que o destaque foi o milho terceira safra, com média de 115 sacas por hectare, superando o resultado da safra passada, que foi de 100 sacas. O custo operacional teve alta de 18% em relação ao ano anterior, puxado principalmente pelos fertilizantes, cujo custo aumentou 39%.
Limão – O painel foi realizado na quinta (14), em Jaíba (MG), com apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e do Sindicato Rural de Jaíba e Matias Cardoso, para avaliar a produção de limão tahiti. A propriedade modal avaliada possui 5 hectares cultivados com a fruta, estande de plantio de 277 plantas/hectare e 25 toneladas/hectare de produtividade.
Os resultados mostraram um cenário de atenção ao produtor. Levando em conta os preços de momento, os resultados são positivos, por conta do período de entressafra, com pouca fruta sendo comercializada e preços em tendência de alta. No entanto, em relação aos preços médios praticados no ano, a atividade está em processo de descapitalização.
Pimenta-do-reino – O painel aconteceu na terça (12) em Itabela (BA), com apoio da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia e do Sindicato Rural de Itabela. A propriedade típica da região é de 2 hectares cultivados, com destaque para as variedades Bragantina e Kottanadan.
Segundo os relatos, a produtividade do modal é de 3 quilogramas de pimenta seca por planta, totalizando uma produção de 5,346 toneladas por hectare. Produtores destacaram que a região tem ótima aptidão para a cultura, em especial pelas condições climáticas mais estáveis, com chuvas distribuídas ao longo do ano, possibilitando produção que resultado em resultados econômicos positivos.