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Seringais voltam a ser negócio atrativo em Minas
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SENAR Minas oferece capacitações na área, com 24 e 40 horas

1 de setembro 2016
Por Senar

Ela é originaria da Amazônia, só que foi na África e Ásia que a seringueira, com o seu látex, ganhou o mundo. No século XIX as sementes foram levadas pelos ingleses para as colônias britânicas e dali para superar a produção brasileira e exportar o produto para todo o planeta.

Com a falta de expansão e investimentos na heveicultura (cultivo da seringueira), hoje o Brasil fabrica menos da metade da borracha que consome. A boa notícia é que muitos produtores perceberam que esta é uma lacuna a ser preenchida.

“A perspectiva é que em 2021 a produção e consumo se equiparem no país, isso devido à expansão da cultura em vários estados. Além disso, vamos entrar em fase de renovação dos seringais e isso vai abrir espaço para que novos produtores pensem em investir em heveicultura”, explica Henrique Frederico Santos, engenheiro agrônomo e instrutor de cursos do SENAR MINAS.

Necessidade de capacitação

Com a expansão das lavouras em diversas regiões, inclusive no estado mineiro, outro problema tem afetado quem trabalha com a seringueira: a falta de colaboradores experientes e treinados. Segundo Henrique, a mão de obra qualificada é um gargalo na heveicultura, pois, quase todo trabalho é manual. Além disso, a sangria representa 50% dos custos de produção.

“A qualificação de mão de obra é o meio de suprir a falta dela. Exemplo disso é que geralmente um sangrador inexperiente consegue fazer 400 plantas por dia, já um qualificado pode chegar a 1000 árvores/dia com facilidade. Uma pessoa que não sabe executar o trabalho pode ferir o painel de sangria, abrindo porta de entrada para doenças comprometendo a produtividade. Além disso, o consumo excessivo de casca diminui a vida útil da planta, então, a capacitação é fundamental no cultivo.”

Para atender essa demanda crescente, o SENAR tem um curso específico para os trabalhadores da sangria, pode ser de 24 horas (3 dias de aperfeiçoamento) ou 40 horas (para iniciantes). Apenas na regional de Uberaba do SENAR serão quatro cursos em três semanas e, em Campina Verde, o Sindicato Rural tem turmas para ainda mais.

“Há um interesse grande dos produtores em capacitar os funcionários porque, como cresceu o número de lavouras na cidade e, destas, muitas são novas e ainda começarão a ser sangradas, é preciso qualificar a mão de obra.” esclarece Joelma da Rocha Monteiro, mobilizadora do sindicato.

Perspectivas

Exemplo desta ampliação é Amador Borges Macedo, que tem uma lavoura plantada em sua propriedade, aguardando o tempo da sangria. O trabalhador rural que hoje opera trator não vê a hora tirar o sustento de suas próprias seringueiras. “Em setembro eu já posso começar a abrir os painéis e sangrar o meu plantel, que tem 2.700 pés - com isso espero trabalhar e ter um ganho a mais com a minha fazenda. Com o curso eu consigo fazer a retirada do látex sozinho e estou bem preparado para trabalhar na minha lavoura.”

A família Munari é entusiasta da heveicultura. Com uma propriedade no interior de São Paulo produzindo seis mil pés e resultados satisfatórios, uma análise de mercado sugeriu que eles investissem na região do Triângulo Mineiro – com isso, eles adquiriram uma nova propriedade em Campina Verde. Foram plantadas cinco mil mudas a cada ano e hoje eles possuem 120 mil árvores.

Com tanto serviço pela frente e a mão de obra em falta, colaboradores vieram de novos estados para suprir a demanda, e o treinamento do SENAR MINAS completou o ciclo.

O empresário rural Marco Antônio de Figueiredo Munari também participou da capacitação e tem motivos para isso. “Já tenho um pouco de conhecimento por ver o pessoal trabalhar no seringal mais antigo, mas com o curso aprendi os detalhes e o ponto certinho para poder cobrar dos colaboradores e o trabalho ficar perfeito. Inclusive já repassei para eles que a sangria na nossa lavoura não vai ser paga apenas por produtividade, mas também pela qualidade do painel e da sangria e eles serão bonificados pela excelência do trabalho realizado.”

Para saber o que exigir dos funcionários, é preciso ter conhecimento da função que eles exercem e só com experiência e capacitação isso é possível. “É de extrema importância quando o produtor acompanha o curso. Com a qualificação, ele conseguirá vislumbrar as perspectivas da mão de obra contratada, fazendo um acompanhamento mais técnico no dia a dia. Ele chegou sem conhecimentos específicos e está saindo com outra bagagem, e isso faz toda diferença, porque produtor e funcionários crescem juntos”, completa o instrutor Henrique Frederico Santos.

Assessoria de Comunicação do SENAR Minas
www.senarminas.org.br