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Pescado entra no cardápio do brasileiro: 400 mil toneladas são importadas anualmente para abastecer o mercado interno
Brasília (13/09/2016) – Até pouco tempo, o pescado tinha data para frequentar a mesa dos brasileiros: Semana Santa e Natal. Isto vem mudando rapidamente. A produção interna não é suficiente para atender o consumo da população e, atualmente, 400 mil toneladas de peixe são importadas por ano, para completar as exigências da demanda. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que cada pessoa ingira 12 quilos de peixe por ano, entretanto, o consumo brasileiro per capta anual é de apenas nove quilos.
Marcela Alves segue a risca a recomendação da OMS. Em sua casa, o pescado é servido duas vezes na semana e, às vezes, se come até mais. “Adoro frutos do mar. Peixe, então, nem se fala. Acho mais saudável e mais leve. Não como mais, por causa do preço e porque gosto dos produtos mais frescos, e nem sempre os acho no supermercado”, comenta a funcionária pública.
O peixe é rico em vitaminas, minerais, sódio, potássio, ferro, magnésio e cálcio, e são fontes de vitaminas do complexo B. Seu consumo regular age no controle da pressão arterial, colabora com a coagulação do sangue e auxilia na proteção da pele dos raios UV, recomendam os nutricionistas.
O aumento do consumo do pescado por parte dos brasileiros é motivo de comemoração para os produtores, as indústrias e para o governo federal. Todos investem para que o mercado interno aumente e vire autossustentável. Atualmente, a produção nacional chega apenas a 1,2 milhões de toneladas, por ano, o que não atende a demanda interna. Por isso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) criou há 13 anos, junto com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a Semana do Peixe, como forma de incentivar o consumo do produto entre os brasileiros. Para este ano, a campanha tem o mote “Peixe é saboroso, saudável e sustentável”.
Segundo a assessora técnica das Comissões Nacionais de Pesca e de Aquicultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Lilian Figueiredo, a Semana do Peixe é mais uma oportunidade para que o produtor consiga conscientizar o consumidor sobre as propriedades do pescado, uma proteína muito versátil, com atrativos como sabor, textura e formas de preparo, que variam em cada região do país.
Para o secretário-executivo da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe-BR), Francisco Medeiros (foto acima) , o aumento do consumo de pescado é positivo também para a melhoria da saúde da população: ele é rico em proteínas de alto valor nutritivo, tem menos gordura e menos calorias, entre outras vantagens. No entanto, ressalta, nos mostra que é preciso maior atenção das autoridades na questão da produção, uma vez que ela continua sendo deficitária. “Ainda temos muito gargalos, não apenas na produção, mas também no processamento e na comercialização”, explica.
O secretário-executivo, que também é piscicultor, observa que faltam equipamentos adequados, técnicas de manejos, infraestrutura, campanhas de consumo, técnicas de produção, além dos entraves burocráticos como licenças ambientais, fundamentais para o aumento da produção. “A produção de pescado no Brasil ainda é pequena, mas temos todo o potencial para crescer e sermos autossustentáveis e exportadores”, afirma.
Mercado – De acordo com dados da Abras, é esperado um crescimento de até 25% nas vendas na Semana do Peixe. O comércio, de 2010 até 2015, registrou incremento nominal de 137% no acumulado do período.
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A CNA participou do Seminário "O Sucesso do Pescado", que através de três histórias inspiradoras, apresentou cases de sucesso de como transformar o pescado em um grande negócio. Quem fala sobre o evento é a assessora técnica da Comissão de Aquicultura da CNA, Lilian Figueiredo: