Multiplicadores aprendem técnicas para recompor a vegetação do Cerrado
Brasília (26/08/2016) - Cerca de 30 técnicos de instituições públicas e privadas atuantes no Distrito Federal e região estão participando do curso “Recomposição da Vegetação no Cerrado”, realizada de hoje (24) a 26 de agosto na Embrapa Cerrados (Planaltina, DF). Promovida pela Embrapa e pela Emater-DF, com apoio do Projeto Biomas, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), do Ministério do Meio Ambiente, da Rede de Fomento ILPF e da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) , a atividade concentra módulos sobre legislação, aspectos técnicos e ferramentas, além de visitas a campo.
Durante o curso, os participantes vão adquirir conhecimentos sobre tecnologias e processos sobre a legislação ambiental, caracterização do Cerrado, produção de mudas, a ferramenta virtual Web-ambiente e metodologias para recuperação de áreas degradadas. A ideia é que os alunos sejam capacitados para atuar com eficiência na adequação da paisagem rural ao novo Código Florestal Brasileiro.
“É uma satisfação realizarmos este curso no momento em que o assunto tratado é extremamente importante para a demanda que a sociedade nos coloca de produzir com sustentabilidade”, observou o chefe-adjunto da Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro, representando o chefe geral do centro de pesquisa, Cláudio Karia.
Coordenadores do curso, o pesquisador José Felipe Ribeiro e o extensionista rural da Emater-DF, Antônio Carlos Mendes, destacaram o caráter prático do curso. “Temos aqui a interação entre a pesquisa, que é a Embrapa, e a aplicação da pesquisa no campo, que é a Emater”, explicou Ribeiro. “Com o conhecimento da legislação e das técnicas, vamos trabalhar para a recuperação do Cerrado”, completou Mendes.
Em busca de novos conhecimentos, Deyver Santos, gerente administrativo do departamento agrícola do Grupo Votorantim, decidiu participar do curso. “Espero encontrar novas ferramentas e opções de uso para impulsionar o desenvolvimento estratégico de uma área de cerca de 28 mil hectares que o Grupo tem em Niquelândia (GO)”, afirmou.
Lorena Lucas, assessora técnica do Centro de Excelência do Cerrado (Cerratenses), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Distrito Federal, está interessada em saber mais sobre recuperação de áreas degradadas no Cerrado. A instituição em que atua encabeça um fórum permanente de entidades que estão construindo o Plano de Recuperação do Cerrado no DF. “Tenho experiência no Bioma Mata Atlântica e agora quero entender como (a recomposição da vegetação) funciona no Cerrado para poder prestar assistência e ser multiplicadora dos técnicos. São informações que vão auxiliar no nosso trabalho”, disse.
Extensionistas da Emater-DF, os agrônomos João Ricardo Soares e Rafael de Medeiros querem se atualizar quanto à legislação e conhecer técnicas. “A bagagem da legislação é complexa. Precisamos conhecê-la, assim como as alternativas oferecidas pela Embrapa para recuperação do Cerrado”, comentou Medeiros. “Minha expectativa é ficar atualizado quanto à legislação e conhecer as opções que possam ser aplicadas, dado que a recomposição (da vegetação) geralmente não é vista pela dimensão econômica. Queremos conhecer medidas efetivas nesse sentido”, completou Soares.
Visitas a campo
Além das palestras, os participantes fazem visitas a campo nesta sexta-feira (26). Pela manhã, eles vão conhecer o viveiro da Embrapa Cerrados com a participação do pesquisador Tadeu Graciolli e da Fazenda Savana, no Núcleo Rural Tabatinga (DF).
À tarde, o grupo seguirá para a Fazenda Entre Rios, no PAD-DF, que abriga a área demonstrativa do Projeto Biomas, iniciativa da Embrapa e da CNA que tem como objetivo apresentar aos produtores rurais modelos de uso da árvore com fins econômicos e ambientais.
Serão apresentadas duas estações técnicas por pesquisadores da Embrapa Cerrados. José Felipe Ribeiro vai falar sobre semeadura direta e plantios de mudas como estratégias para recuperação de áreas de Cerrado; e os pesquisadores Karina Pulrolnik e Kleberson de Souza apresentarão o sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) como alternativa para recuperação do Bioma.
Projeto Biomas
O Projeto Biomas, iniciado em 2010, é fruto de uma parceria entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com a participação de mais de quatrocentos pesquisadores e professores de diferentes instituições, em um prazo de nove anos.
Os estudos estão sendo desenvolvidos nos 6 biomas brasileiros para viabilizar soluções com árvores para a proteção, recuperação e o uso sustentável de propriedades rurais nos diferentes biomas.
O Projeto Biomas tem o apoio do SENAR, SEBRAE, Monsanto, John Deere e BNDES. No Cerrado, o Projeto Biomas é coordenado pela Embrapa Cerrados, com apoio da Embrapa Florestas, Emater/GO, Instituto Federal Goiano, Universidade de Brasília - UNB e Universidade Federal de Goiás - UFG.
CNA/EMBRAPA
Breno Lobato – MTb 9417-MG
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