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Espírito Santo

Família Lamberti é destaque em sucessão familiar na produção de queijos

16 de dezembro 2019

Por: Iá Comunicação

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A história de sucessão da família Lamberti se inicia no ano de 1965, quando Geraldo Lamberti, aos sete anos de idade, já entendia que da pecuária leiteira é que vinha o alimento da família. E foi com o pai Afonso Lamberti, filho único de seu avô Luiz Lamberti, que adquiriu os trejeitos de tirar leite e fazer queijo.

O gosto pelo cuidar dos animais desde cedo se enraizava em Geraldo, assim como ele próprio foi fincando raízes no Sítio Boa Sorte, em Itarana, Espírito Santo, onde se casou, teve três filhos e cinco netos. Os dois filhos José Afonso e Roberto Carlos ajudam na "roça" e juntos aprenderam o ofício herdado pelo patriarca da família. E de tirar leite e fazer queijos levam os dias, como ele mesmo diz. "Até hoje deu certo, minha neta casou e também está junto de nós. Somos unidos em tudo, uma única conta e uma despesa, não tem nada separado entre nós".

Sobre o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Espírito Santo (SENAR-ES), Geraldo enche o peito ao falar, pois recorda que foi a partir deste encontro que a família começou a ter lucro. "O SENAR ajudou muito, sempre à frente. Temos a agradecer, pois foi muita aprendizagem. A gente fazia da forma que considerava estar certa, mas com os cursos fomos aprendendo e nos adequando. Os meus netos quando aprenderam a fazer queijo participaram de cursos do SENAR. Então juntamos o aprendizado e conseguimos evoluir, o velho jeito de colocar queijos na tábua de madeira foi adequado para inox, agregou mais valor. O manejo e alimentação dos animais também evoluiu, e saltamos de uma produção diária de leite de 700 litros para cerca de 1.400 litros", lembra.

Participante ativo do Sindicato Rural de Itarana, desde 1969, Geraldo Lamberti atualmente é membro do conselho fiscal. E foi por meio da representatividade do Sindicato que ficava sabendo das capacitações que poderiam agregar conhecimento para a atividade de que toda família dependia e, dessa forma, os filhos e netos iam crescendo, se capacitando e aprendendo mais e mais.

Os certificados da família comprovam a participação nos treinamentos do SENAR-ES para se qualificar. Se destacam os de Produção de Derivados do Leite, Alimentação Bovina, Inseminação Artificial de Bovinos, Vaqueiro Ordenha Mecânica, Primeiros Socorros em Bovinos e Manejo de Pastagens.

Em setembro de 2017 mais um auxílio para integrar a simplicidade e garra dos Lamberti: chega a propriedade a Assistência Técnica e Gerencial do SENAR-ES, a ATeG. Em quatro meses de diagnóstico, por meio da ferramenta ISA Indicadores de Sustentabilidade Agroecológica, o técnico de campo, Uagdo Santos Souza, analisou o que causava prejuízo e rentabilidade, quais eram as adequações necessárias para serem inovadores e terem mais produtividade, atendendo as práticas agropecuárias corretas e sendo sustentáveis.
Observando a produção de leite como grande potencial da família, algumas providências foram orientadas pelo técnico de campo da ATeG.

"Eles se queixavam que investir na propriedade para ela se desenvolver não tinha retorno, não sobrava dinheiro. Mas eles ainda não faziam a conta para saber a margem bruta, o quanto custava o litro de leite. E a ATeG mostrou essa parte gerencial para eles. Depois da ATeG a família Lamberti descobriu que só com a doação de queijo mensal custava aproximadamente R$ 4.500,00 e com a assistência a doação caiu para R$ 1.000,00. Com essas adequações, hoje a família pode e investirá mais na atividade por saber que seu Custo Operacional Efetivo (COE) está menor do que imaginava. A neta Mari Ellen hoje é quem cuida das anotações e acompanha a margem bruta da propriedade", destaca Uagdo.

Inovação e sustentabilidade

Algumas adequações foram necessárias para que a produção de queijos crescesse e a família tivesse mais rentabilidade. A melhora na alimentação dos animais foi um ponto primordial trabalhado, milho foi plantado para a alimentar o gado assim como o volume de capim de qualidade, refletindo em custo de produção mais baixo. O esterco foi aproveitado para nutrir a lavoura de milho e a cocheira foi coberta para oferecer mais conforto aos animais.

A parte tecnológica também teve espaço, e foi instalado uma estação de tratamento da água para utilização na indústria, começou a se aproveitar o soro que sobra da fabricação do queijo para fazer manteiga, gerando renda extra, e uma caldeira a lenha também foi instalada para utilização na indústria, diminuindo custo com aquecedor a gás.

Reconhecimento

O esforço em se qualificar, investir em tecnologia e adequações na propriedade trouxe muitos resultados positivos para a família. Além de melhoria na pequena indústria de produção de queijos, os Lamberti possuem uma loja para a venda dos produtos beneficiados, e colecionam vários títulos de concursos que participaram com o que tiram o sustento, o queijo.

Após adquirir o selo do S.I.M. (Serviço de Inspeção Municipal), em 2013 participaram pela primeira vez do concurso Café com Leite, em Santa Teresa/ES, e garantiram o 1° lugar. No mesmo ano participaram do concurso da GranExpoES, em Serra/ES, e também ficaram em 1° lugar, com o título de melhor queijo minas padrão do Estado. Em 2015 conquistaram segundo lugar no queijo regional e novamente em primeiro no estadual.

Os frutos da assistência técnica e gerencial do SENAR-ES, por meio da ATeG, fizeram a família Lamberti crescer ainda mais, criar filhos e netos, capacitar a todos que juntos levam a descendência italiana, a que pertencem, a sério: muito trabalho e sempre com a esperança de um futuro melhor.

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