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Com ajuda do SENAR-PR, empreendedor alcança seu sonho
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3 de outubro 2019

Por: Comunicação Social - Sistema FAEP/SENAR-PR

Em um dia chuvoso, numa região montanhosa da área rural de Arapoti, na região Centro Oriental do Paraná, Anderson Aparecido Alves escova com cuidado o pelo de um poldro (cavalo com cerca de dois anos) de pelagem castanha escura. A névoa, que ora cobre e ora mostra o topo dos morros, dá um ar de mistério ao motivo de ele dedicar tanto zelo no cuidado com o animal. “Este vai ser o futuro garanhão daqui”, revela o apaixonado por cavalos, que com a ajuda do SENAR-PR encontrou nos animais um meio de ganhar a vida.

Essa paixão, que surge da conexão entre ser humano e animal, brota não se sabe bem de onde, mas faz o coração de algumas pessoas bater mais forte. E pela forma de se conectar com os cavalos, Alves demonstra que esse vínculo começou há décadas, mais especificamente em 1996. Na época, seu pai trabalhava como funcionário da Colônia Holandesa do município, e a família toda morava na propriedade. Lá, ele tinha uma égua, sua companheira inseparável. “Por falta de espaço, naquele tempo, eu fui obrigado a vendê-la”, recorda com um tom embargado na voz.

O tempo passou, Anderson cresceu, mas a paixão pelos equinos seguiu firme. Foi o que o levou a trabalhar em alguns haras (locais destinados à reprodução e seleção de cavalos) da região. Aprendeu bastante nesses estabelecimentos sobre a lida com os bichos. Entre as lições, por exemplo, como cuidar dos animais, praticar os manejos necessários e também como ser um bom professor na hora de ensinar outras pessoas a montar. E assim, a vida seguiu seu curso por vários anos.

Mas como dizem por aí, um dia a oportunidade do “cavalo encilhado” passou em frente a Alves. Em 29 novembro de 2014, quando chegou no haras em que trabalhava para mais um dia de labuta, uma das éguas, prenhas, estava em trabalho de parto e prestes a dar à luz. Não demorou muito, nasceu um potro, batizado como “Eleito”. “Sabe quando você sente uma coisa diferente, eu não sei explicar. Sei que quando ‘caiu’ o potro, eu tive uma sensação de que ia acontecer algo positivo”, revela.

Nas idas e vindas da rotina, o pressentimento daquele dia praticamente tinha caído no esquecimento. Então, cerca de um ano depois, o gerente de uma cooperativa de crédito da cidade procurou Anderson. “Ele me disse: ‘estou querendo comprar um cavalo. Se fosse para você comprar um, qual você compraria’? Eu nem pensei, disse na hora que compraria o Eleito, aquele potro que tinha visto nascer”, conta.

Mas havia um problema, afinal, o futuro comprador do potro não tinha onde deixar o animal para que fosse cuidado. Então, o gerente da instituição financeira ofereceu a Anderson a possibilidade de um empréstimo, para que fosse possível a construção de uma estrutura para começar seu próprio negócio. “Foi assim que tudo começou, com um empréstimo de R$ 4 mil. Eu construí a estrutura nessa propriedade, que pertence aos meus pais. Hoje, minhas contas são pagas com dinheiro dos cavalos”, orgulha-se Alves.

Conhecimento

Não foi só o dinheiro do financiamento, no entanto, que viabilizou a montaria de Alves em seu “cavalo encilhado”. A combinação perfeita aconteceu porque ele fez diversos cursos do SENAR-PR nos últimos anos. Alguns na área de manejo especificamente, como casqueamento, ferrageamento, doma e outros na parte de administração.

A sua busca por conhecimento segue num galope acelerado. Agora, por exemplo, está participando como aluno do Programa Empreendedor Rural (PER). “Eu controlo todo o fluxo da propriedade, pois passei a ter uma visão mais rigorosa sobre planejamento e controle. O PER ajuda muito a pensar nos próximos passos, de ampliação” revela, ao apontar as partes da propriedade em que pretende construir novas instalações.

Alves, hoje, possui dois tipos de serviço principais. O primeiro é o alojamento e doma de cavalos. São sete animais em doma, três em sistema de pensão e sete próprios, com um total de 17 em seu espaço.

Os animais próprios são usados para a segunda atividade: aulas de equitação. Para desenvolver este último aspecto, possui uma pista completa para a montaria, redondel e outras benfeitorias. “O SENAR-PR já realizou alguns cursos aqui. A ideia é colocar esse espaço à disposição, para que outras pessoas possam ter a mesma oportunidade que eu tenho para me desenvolver”, compartilha.

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