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Zootecnistas comemoram 50 anos de atuação no Brasil
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A primeira faculdade de zootecnia surgiu em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, e formou 30 especialistas

13 de maio 2016
Por Senar

Brasília (13/05/2016) – Muito do aprimoramento genético e da evolução das raças, que cada vez alcançam maior produtividade, se deve ao trabalho e pesquisa dos zootecnistas, profissão que teve sua primeira turma de graduação, no país, iniciada no Rio Grande do Sul, no ano de 1966. Naquele ano, foi criada a Faculdade de Zootecnia da Pontifícia Universidade Católica (PUC/RS), primeiro curso voltado exclusivamente para a área no Brasil e o terceiro da América Latina.

A cidade escolhida para sediar o curso de graduação foi Uruguaiana (RS), no extremo Oeste gaúcho. De lá para cá, o país passou a contar com mais de 100 cursos de graduação na área. O Dia do Zootecnista é comemorado nesta sexta-feira, (13/05), e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), juntamente com as Federações da Agricultura e Pecuária, parabeniza e agradece a esses profissionais que se dedicam ao melhoramento genético dos animais com foco, não só em reprodução e produtividade, mas no bem-estar das espécies.

O fato de o Rio Grande do Sul e o Brasil terem se tornado produtores e exportadores importantes de carne bovina, frango e suínos, entre outros produtos de origem animal, está diretamente relacionado à atuação do zootecnista, no campo e nas granjas. Um dos idealizadores e participante do movimento, o agrônomo Mário Hamilton Vilela lembra com carinho do esforço conjunto para fazer a ideia sair do papel e se tornar realidade. “Recordo como se fosse hoje. Éramos jovens e nos encantamos pela ideia de criar um curso específico para a zootecnia, pois era um profissional necessário no mercado”, diz.

A PUC/RS foi quem comprou a ideia de ser a pioneira do setor no Brasil. “Tentamos a guarida de universidades federais, mas nenhuma aceitou. Apresentamos a ideia para o Irmão José Otão, reitor da PUC/RS na época, e ele abraçou a causa. A partir daí começamos a trabalhar muito para angariar recursos e, em 13/05/1966, inauguramos o curso”, recorda Vilela. O primeiro vestibular da Faculdade de Zootecnia aconteceu simultaneamente nas cidades de Uruguaiana e Vacaria e contou com 38 inscritos, das mais diferentes idades e de outras regiões do estado. Desta primeira turma, 30 estudantes concluíram o curso e se tornaram os primeiros zootecnistas graduados do país.

“No dia 13 de maio celebramos o aniversário de 50 anos deste curso. É uma data simbólica e que precisa ser sempre lembrada. Agradeço a nomes como Sanchotene Felice, padre José Rubens Pilar, José Gomes de Souza, entre outros, que fizeram parte deste movimento de criação de uma faculdade tão importante para o Rio Grande”, diz Mario Vilela.

Conheça abaixo depoimentos de zootecnistas pioneiros:

Maria do Horto de Almeida Luzardo, formada na 1ª turma de zootecnia do Brasil

Integrante da primeira turma do curso de zootecnia do Brasil, Maria do Horto, conta que ainda hoje os ensinamentos adquiridos são de grande valia na sua atividade, mesmo sem ter permanecido exercendo a profissão. “Tive todo o aprendizado de seleção e aprimoramento de raças”, cita como exemplo.

Ela atua há mais de 20 anos na Casa Rural da FARSUL, em Porto Alegre, responsável pelas associações de raças. Natural de Uruguaiana, Maria do Horto, além de ser de uma família ligada ao setor, sempre gostou da pecuária. Relata que gostaria de ter feito veterinária, mas na época não foi possível e decidiu então aproveitar a oportunidade da abertura do curso em Uruguaiana para ampliar seus conhecimentos.

Maria do Horto destaca que o trabalho do zootecnista está na busca pela eficiência produtiva. “É preciso pensar nos próximos desafios e, sobretudo, no importante papel que terá neste novo cenário da pecuária. Há um enorme desafio pela frente, reduzir a fome e a miséria mundial, por meio da produção racional de alimentos, com produtos cada vez mais saudáveis e a custos mais acessíveis para a população.”

Mauro Parrot Quinteiro, também aluno da 1ª turma do curso de zootecnia.

“A zootecnia é a ciência do bem criar”, resume o professor aposentado Mauro Parrot Pinheiro. Também formado pelo primeiro curso de zootecnia do Brasil, Mauro Quinteiro considera que o papel do zootecnista ganha cada vez mais relevância no País. ”Acompanhei o início da zootecnia e vi o quanto impulsionou os avanços. Foi importante entre outros fatores para o manejo e a produção de pequenos animais”.

O professor destaca que o campo, com seus animais, é o grande responsável pela alimentação do mundo, mas ainda não recebe a atenção que merece das autoridades e as melhorias e desenvolvimentos alcançados são resultados do trabalho e da pesquisa de profissionais como os zootecnistas. Ele cita como exemplo a questão das vacinas contra febre aftosa que “é um problema sério e o governo poderia ajudar”. Além de aplicar os conhecimentos, Mauro Quinteiro ajudou a difundir a profissão e, entre outras atividades, foi coordenador da Unidade Educativa e de Produção de Zootecnia da Escola Agrotécnica Federal de Alegrete, município onde reside.

Cláudio Rosa Marimon, formado na quinta turma de zootecnia, em Santa Maria (RS).

Cláudio Rosa Marimon é membro de uma família com forte ligação com o meio rural – seu pai Ary Marimon presidiu a FARSUL de 1985 a 1991, e o ingresso no curso de zootecnia foi uma opção natural. Ele fez parte da quinta turma, em 1978, frequentando a faculdade em Santa Maria. Atualmente é instrutor do SENAR-RS e inspetor técnico da ARCO (Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos).

“A Zootecnia tem uma papel importante na evolução da pecuária e no incremento da produção”, afirma. Marimon destaca que o zootecnista tem participação desde o manejo, seleção, alimentação dos animais até o gerenciamento de propriedades. “É uma profissão que tem muito a contribuir para o país”. Marimon lamenta, porém, que embora regulamentada, a profissão de zootecnista ainda não tenha um Conselho Federal próprio. Os profissionais são inscritos junto ao Conselho Federal de Medicina Veterinária, mesmo com as duas áreas tendo especificidades diferentes de atuação.

Assessoria de Comunicação CNA / Com participação da Assessoria de Comunicação da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL)
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